quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

CITAÇÕES À QUARTA (140)

 
Não conheço qualquer presidente de Câmara que não celebrasse esta notícia [da redução da criminalidade na sua autarquia]. Na realidade, faria dela o maior alarde possível.

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A perceção de insegurança tem efeitos nefastos na forma como os cidadãos vivem a cidade e na sua intranquilidade. 

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Em vez de celebrar o que ele próprio reconheceu ser uma boa notícia, [Carlos Moedas] ficou tão irritado que quase teve uma apoplexia em direto.

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Se a PSP diz que o crime diminuiu, Moedas diz que é mais violento.

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[Moedas diz que se fica] com a sensação que acha que a PSP não sabe do que fala.

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[Moedas] acusa outros de politizarem a segurança quando é evidente, até por esta estranhíssima reação a uma boa notícia, que não pretende outra coisa.

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[Moedas] sabe que a segurança é um debate mais fácil para a direita.

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Carlos Moedas quer passar meses a discutir segurança. 

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Assim, não se fala de habitação, do estado da Carris, do lixo... Não se debate o seu mandato.

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A estratégia de Moedas tem paternidade: Luís Montenegro. Falamos da insegurança que não aumenta e esquecemos o que está a correr pior.

Daniel Oliveira, “Expresso” online


A 23 de Janeiro Donald Trump dirigiu-se ao Fórum de Davos para apresentar as linhas orientadoras do seu segundo mandato como presidente dos EUA.

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Trump afirmou que, para concretizar o seu plano para expansão da Inteligência Artificial nos EUA, a capacidade de produção energética precisa de ser duplicada.

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[Trump declarou ] ter prometido aos líderes dos gigantes tecnológicos que, para alimentarem as novas plantações de servidores e processadores, não precisariam de se ligar à infraestrutura existente de fornecimento energético.

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E aqui começa a desvelar-se a sua visão distópica.

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Trump terá garantido aos gigantes tecnológicos apoio para que desenvolvam os seus próprios megageradores de energia privados, ligados diretamente às suas centrais de processamento de IA.

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Essas centrais geradoras de energia deveriam ser alimentadas exclusivamente a petróleo ou carvão.

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Quarenta e duas horas após anunciar a retirada dos EUA do Acordo Climático de Paris, a parceria de Trump com os barões dos gigantes tecnológicos que utilizamos todos os dias torna-se mais fácil de compreender.

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A visão de Trump para o futuro tecnológico parece aliar IA de ponta às mais destrutivas formas de extração de combustíveis fósseis.

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É difícil não associar este cenário a visões distópicas de um futuro pós-apocalíptico.

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A visão de Trump para a IA — e para o setor energético — parece assentar nas distopias tecnológicas do século XX.

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Dias após os incêndios devastadores de Los Angeles, e quando aqui, na Carolina do Norte, ainda tentamos recuperar das consequências devastadoras do furacão Helene, ambos eventos ligados às consequências do aquecimento global e deflorestação, a visão distópica de Trump para o futuro energético e tecnológico dificilmente poderia ser mais alarmante.

Pedro Lopes de Almeida, “Público” (sem link)

 

Ao longo da história, o feminismo tem sido uma luta com nuances e divergências, não existindo uma única expressão do que significa ser feminista.

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O objectivo comum [do feminismo] é claro (ou deveria ser), garantir que o género nunca mais seja pretexto para subordinação, violência ou silenciamento.

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Quando reflicto sobre as mulheres que moldaram este movimento — desde as sufragistas do século XIX até às activistas contemporâneas —, penso na coragem de nadar contra uma corrente que, tantas vezes, parece irresistível.

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Em Portugal, não podemos esquecer nomes como Carolina Beatriz Ângelo, a primeira mulher a votar, ou Maria Lamas, cuja escrita deu voz a quem era constantemente silenciada.

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Viver o feminismo é (…) criar um espaço seguro para que outras mulheres e as próximas gerações consigam prosperar na plenitude.

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Essa perspectiva [de que o feminismo “exagera” ou “não é mais necessário” nos dias de hoje] ignora os desafios persistentes que as mulheres enfrentam, desde a desigualdade salarial até à violência de género.

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[Quando as vozes das mulheres] ainda são constantemente apagadas em espaços de poder, como podemos dar-nos ao luxo de banalizar e até descredibilizar esta realidade?

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Este debate ganha ainda mais relevância em 2025, com a recente aprovação da nova legislação sobre igualdade salarial em Portugal.

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A luta feminista não é apenas uma questão do passado ou do futuro, mas uma urgência do presente.

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[O feminismo] tem sempre de ser inclusivo, reconhecendo que o género interage directamente com outras opressões, como o racismo, a homofobia, a transfobia e o classismo.

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O feminismo desafia-nos a imaginar um mundo melhor, não apenas para as mulheres, mas para todas as pessoas.

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Um mundo onde metade da população pode viver sem medo, com oportunidades reais e com liberdade de escolha, é um mundo que beneficia todos nós.

Sofia Duarte, “Público” (sem link)


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