(…)
A perceção de insegurança tem efeitos nefastos na
forma como os cidadãos vivem a cidade e na sua intranquilidade.
(…)
Em vez de celebrar o que ele próprio reconheceu
ser uma boa notícia, [Carlos Moedas] ficou
tão irritado que quase teve uma apoplexia em
direto.
(…)
Se a PSP diz que o crime diminuiu, Moedas diz que é mais violento.
(…)
[Moedas diz que se fica] com a sensação que acha
que a PSP não sabe do que fala.
(…)
[Moedas] acusa outros de politizarem a segurança
quando é evidente, até por esta estranhíssima reação a uma boa notícia, que não
pretende outra coisa.
(…)
[Moedas] sabe que a segurança é um debate mais
fácil para a direita.
(…)
Carlos Moedas quer passar meses a discutir
segurança.
(…)
Assim, não se fala de habitação, do estado da Carris, do lixo... Não se debate o seu mandato.
(…)
A estratégia de Moedas tem paternidade: Luís
Montenegro. Falamos da insegurança que não aumenta e esquecemos o que está a
correr pior.
Daniel Oliveira, “Expresso” online
A 23
de Janeiro Donald Trump dirigiu-se
ao Fórum de Davos para apresentar as linhas orientadoras do seu segundo mandato
como presidente dos EUA.
(…)
Trump
afirmou que, para concretizar o seu plano para expansão da Inteligência
Artificial nos EUA, a capacidade de produção energética precisa de ser
duplicada.
(…)
[Trump declarou
] ter prometido aos líderes dos gigantes tecnológicos que, para alimentarem as
novas plantações de servidores e processadores, não precisariam de se ligar à
infraestrutura existente de fornecimento energético.
(…)
E aqui começa a desvelar-se a sua visão
distópica.
(…)
Trump
terá garantido aos gigantes tecnológicos apoio para que desenvolvam os seus
próprios megageradores de energia privados, ligados diretamente às suas centrais
de processamento de IA.
(…)
Essas centrais geradoras de energia deveriam
ser alimentadas exclusivamente a petróleo ou carvão.
(…)
Quarenta
e duas horas após anunciar a retirada dos EUA do Acordo Climático de Paris, a
parceria de Trump com os barões dos gigantes tecnológicos que utilizamos todos
os dias torna-se mais fácil de compreender.
(…)
A
visão de Trump para o futuro tecnológico parece aliar IA de ponta às mais
destrutivas formas de extração de combustíveis
fósseis.
(…)
É difícil não associar este cenário a visões
distópicas de um futuro pós-apocalíptico.
(…)
A
visão de Trump para a IA — e para o setor energético — parece assentar nas
distopias tecnológicas do século XX.
(…)
Dias
após os incêndios devastadores de Los Angeles, e quando aqui, na Carolina do
Norte, ainda tentamos recuperar das consequências devastadoras do furacão Helene, ambos eventos
ligados às consequências do aquecimento
global e deflorestação, a visão distópica de Trump para o futuro
energético e tecnológico dificilmente poderia ser mais alarmante.
Pedro Lopes de Almeida, “Público” (sem link)
Ao
longo da história, o feminismo tem sido uma luta com nuances e divergências, não
existindo uma única expressão do que significa ser feminista.
(…)
O
objectivo comum [do feminismo] é claro (ou deveria ser), garantir que o género
nunca mais seja pretexto para subordinação, violência ou silenciamento.
(…)
Quando
reflicto sobre as mulheres que moldaram este movimento — desde as sufragistas
do século XIX até às activistas contemporâneas —, penso na coragem de nadar
contra uma corrente que, tantas vezes, parece irresistível.
(…)
Em
Portugal, não podemos esquecer nomes como Carolina Beatriz Ângelo, a primeira mulher a
votar, ou Maria Lamas, cuja escrita deu voz a quem era constantemente
silenciada.
(…)
Viver o feminismo é (…) criar um
espaço seguro para que outras mulheres e as próximas gerações consigam
prosperar na plenitude.
(…)
Essa perspectiva [de que o feminismo “exagera”
ou “não é mais necessário” nos dias de hoje] ignora os desafios
persistentes que as mulheres enfrentam, desde a desigualdade salarial até à
violência de género.
(…)
[Quando
as vozes das mulheres] ainda são constantemente apagadas em espaços de poder,
como podemos dar-nos ao luxo de banalizar e até descredibilizar esta realidade?
(…)
Este debate ganha ainda mais relevância em
2025, com a recente aprovação da nova legislação sobre igualdade salarial em
Portugal.
(…)
A luta feminista não é apenas uma questão do
passado ou do futuro, mas uma urgência do presente.
(…)
[O
feminismo] tem sempre de ser inclusivo, reconhecendo que o género interage
directamente com outras opressões, como o racismo, a homofobia, a transfobia e
o classismo.
(…)
O feminismo desafia-nos a imaginar um mundo
melhor, não apenas para as mulheres, mas para todas as pessoas.
(…)
Um
mundo onde metade da população pode viver sem medo, com oportunidades reais e
com liberdade de escolha, é um mundo que beneficia todos nós.
Sofia Duarte, “Público” (sem link)
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