sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

CITAÇÕES

 
Os sistemas de previdência dependem da confiança de quem para eles desconta. 

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Quando quem os gere tenta diminuir essa confiança, sabemos que os pretende destruir.

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Como os números dizem que a Segurança Social, depois de reformas que a mantiveram pública, é sustentável, é preciso ser criativo para vender o oposto. 

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E o Governo contou com a criatividade do Tribunal de Contas, uma instituição que há anos se quer dedicar à defesa e crítica de políticas.

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Conseguiu que o excedente passasse a défice. 

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Pôr as contas todas no mesmo saco é uma fraude contabilística que até aos insuspeitos José Gomes Ferreira e Bagão Félix incomodou. 

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Se há coisa que a CGA nos mostra, ­aliás, é o preço incomportável de uma transição do sistema de pensões.

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Esta habilidade contabilística serve para o mesmo de sempre: declarar a insustentabilidade da Segurança Social.

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[Pretende-se empurrar] as pessoas para sistemas complementares privados.

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À boleia virá a recuperação do plafonamento, criando as condições para descapitalizar a Segurança Social e privatizar o sistema.

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Até na composição do grupo de trabalho que preparará a reforma os fundos de pensões estão escondidos com o rabo de fora.

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O coordenador é Jorge Bravo, investigador, consultor de fundos de pensões e seguradoras.

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A Bravo juntam-se os representantes dos gabinetes ministeriais e das instituições envolvidas e Carla Castro, ex-deputada da IL.

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Seria como entregar a reforma da AIMA a Ventura.

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Tudo se resume à necessidade de libertar ainda mais recursos financeiros para fundos privados.

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Os fundos de pensões são um dos grandes motores da financeirização da economia.

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Claro que, quando [o sistema financeiro] entrar numa das suas crises cíclicas, lá estará o Estado para o salvar.

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Em vez de Estado-providência para os cidadãos, temos um sistema previdencial para a banca.

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O sistema de pensões é, com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), o serviço público mais cobiçado pelos grupos financeiros.

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É bom não esquecer que, de todas as sevícias aos trabalhadores e reformados durante a troika, foi na TSU que Passos teve de recuar.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

As consequências da percepção de insegurança no país, particularmente no Porto, Lisboa ou Setúbal, são alimentadas por uma novela que não respeita números, não respeita ciência, não carece de factos para fazer vingar narrativas. 

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O maior perigo não aparece na realidade, advém porque a mentira fica à solta, impune, enquanto o discurso criminoso de ódio leva a sua avante. 

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Que alguns responsáveis políticos não o queiram perceber, faz parte da agenda.

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Se os partidos do sistema não percebem as manobras de quem o quer fazer implodir, sucumbem os guardiões da democracia.

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O discurso de Pedro Nuno Santos aparece infeliz, mal-entendido e no pior “timing” possível.

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Infelizmente, Pedro Nuno Santos foi dúbio. Tão dúbio como Luís Montenegro na apreciação à operação policial no Martim Moniz.

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O discurso de ódio relativo à associação globalmente abusiva entre os imigrantes e a insegurança só pode ter uma resposta: a da intransigente punição em sede da justiça. 

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Em nome de um simulacro de liberdade de expressão, está a destruir-se a liberdade em plena democracia.

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Quando tanto se fala de “aculturação”, parece ser nos partidos do bloco central que o “efeito chamada” da extrema-direita mais colhe.

Miguel Guedes, JN

 

O principal inimigo do futuro reside no tenaz facto de a pequena minoria com poder de decisão (…) se atarefar em negar as três sombras do futuro, ou em afirmar serem elas facilmente dissipáveis.

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Não é verdade que exista qualquer solução, ou via nesse sentido, para a crise ambiental, incluindo as alterações climáticas.

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A segunda sombra do futuro reside no avanço vertiginoso e desregulado de um dos seus frutos mais recentes e poderosos: a Inteligência Artificial (IA).

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Através da IA, estamos a criar um agente (um concorrente!), e não um utensílio.

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Um Outro, com crescente autoconsciência, capaz de recorrer à mentira e ao engano para preservar a sua existência.

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[Dentro de poucos anos teremos] máquinas destinadas a matar, com decisão autónoma. Estaremos à espera da sua compaixão para connosco?

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O modo como nos últimos três anos, na Ucrânia, temos jogado uma dança de morte à beira da escalada atómica, revela que desprezar esse risco acaba por torná-lo mais provável.

Viriato Soromenho Marques, DN

 

Aqueles que hoje em dia enchem a boca com a palavra liberdade preparam-se para lhe tirar a sua.

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É muito provável que a determinada altura lhe toque a si ser o culpado de qualquer falta de liberdade que esses abastados sentirem.

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A extrema-direita está em modo de “batalha” numa guerra fictícia que eles próprios criaram, alegando que as conquistas sociais das culturas ocidentais nas últimas décadas são a nossa grande ameaça civilizacional.

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Percebe-se porquê, educar os mais pobres, obrigar as sociedades a reconhecer e a respeitar as minorias, lutar por dignidade no trabalho e salários justos, dar espaço e voz a opiniões alternativas ajuda a criar cidadãos exigentes, cientes dos seus direitos e menos propensos à subserviência.

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Essa é, na verdade, a única “batalha” que os privilegiados pretendem travar, ajudados pelos que lhes prestam vassalagem em troca da ilusão de poder.

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Se alguém conseguisse poupar dez mil dólares por mês (e quem consegue ganhar isso e ainda por cima poupá-lo?!) ao fim de 80 mil anos teria conseguido amealhar apenas metade da fortuna actual de Elon Musk.

António Rodrigues, “Público” (sem link)


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