(…)
O
gesto era calculado, não só para ali incomodar o presidente do Parlamento mas
para o atazanar pelos tempos fora em partilhas de Facebook.
(…)
O
efeito de espelho infinito é a chave da estratégia do lamaçal.
(…)
Apesar
desse primeiro falhanço [da reprodução dos coletes amarelos] e até da
extravagância do antivacinismo em Portugal, é essa política que agora revemos
na malta que desembocou no restaurante de Ferro Rodrigues.
(…)
Parece
pouco e é ainda pouco, mas estas combinações tóxicas tornaram-se uma moda
invasiva que empossa uma nova estirpe de figurões. São os profetas
“antissistema”.
(…)
Trump,
o primeiro iluminado desta saga, propunha mezinhas para curar a pandemia.
(…)
Aí
estão a técnica, os meios e a vontade febril de brilhar nas redes de lama.
(…)
É
assim que se forma gente cujo limite é o seu próprio espelho e que está
disposta a tudo para impor a lei da selva.
Francisco Louçã, “Expresso” (sem link)
O
Governo encheu o peito e garantiu que vai arrasar com as suas 64 propostas de
mexidas nas leis laborais.
(…)
Só um
em cada três jovens tem trabalho com contrato estável. É uma tragédia
geracional.
(…)
Seria
de aplaudir se, conhecido o problema, o Governo propusesse respostas.
(…)
Manter-se-á
a Lei Uber, que responsabiliza os intermediários e assim protege a empresa
beneficiária.
(…)
[O período
experimental passa] a ser definido como tal mesmo quem tiver trabalhado 47
meses em várias empresas ou 23 meses numa só.
(…)
O mapa
das 64 propostas congela as leis neste triste apodrecimento da vida de quem trabalha.
(…)
[Embora reconhecendo a crise geracional
que a precariedade está a provocar] desta artimanha [do Governo] só se pode
concluir que as suas propostas não resultam de defeito, mas de feitio.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
Em «Factos Escondidos da História de Portugal», [do comentador
televisivo José Gomes Ferreira] anunciado como «um olhar surpreendente e
revelador sobre o passado e a verdade», apresenta-se uma sucessão de completas
falsidades, de há muito denunciadas, mostradas, todavia, como se fossem achados.
(…)
O problema reside num mercado que vive do sensacionalismo e
da tentativa de manipular o passado ao serviço de alguns dos interesses do
presente.
[A construção do poder local democrático]
rapidamente se tornou num dos principais pilares para o progresso que Portugal
alcançou em indicadores relativos a direitos fundamentais como a saúde, o
ensino e a proteção social.
(…)
No plano do exercício da política, o
poder local é, provavelmente (embora não em todas as suas práticas), o espaço
mais vivo da democracia.
(…)
O Governo e, em particular, o primeiro-ministro
- dado o peso da sua palavra - têm colocado o Programa de Reestruturação e
Resiliência (PRR) com enorme presença na campanha eleitoral em curso.
(…)
O PRR é (no essencial bem) um conjunto de
políticas limitadas e dirigidas. Pedir-lhe o que ele não poderá dar significa
gerar falsas expectativas nas populações.
(…)
O PRR não nos parece concebido para uma
aplicação na escala local, nem teria de assim ser.
(…)
O PRR e outros programas de investimento
necessários para a recuperação económico-social de que o país necessita deverão
ser feitos de forma descentralizada.
(…)
Nestes dias faça-se tudo o que for
democraticamente possível para que seja grande a participação dos portugueses
nas eleições. No dia 26, votemos!
Há
críticas ao PCP parecidas com as críticas ao PSD: os seus radicais acusam-no de
ser meigo com o PS, e por isso ter uma crise de influência eleitoral, e, de
passagem, de “salvar” o Governo.
(…)
Uma
variante muito repetida na comunicação social como “análise” é a afirmação de
que, se o PCP tiver um mau resultado eleitoral, será mais difícil haver um
acordo sobre o Orçamento.
(…)
As razões da crise do PCP são muito mais fundas do que as
circunstâncias dos últimos anos.
(…)
Penso
que, se não houvesse entendimentos com o PS, ou seja, se o PSD e o CDS
estivessem a governar, as coisas seriam ainda mais críticas.
(…)
A
comparação entre o PSD e o PCP tem sentido para os radicais de ambos os lados,
mas esgota-se nessa razão de ser e, quando se quer ir mais longe, perde-se o
sentido.
(…)
O PCP tem uma crise estrutural, que pouco tem a ver com as
políticas.
(…)
A
contestação a Rio vem do interior do PSD, e dos círculos da direita radical nos
lóbis e na comunicação social.
(…)
Os
críticos da direita radical contra Rio precisam desesperadamente de que o PSD
tenha um mau resultado eleitoral, e trabalham para isso.
(…)
Na
política portuguesa há duas questões que não são “amáveis”, são de murro mesmo:
não tanto o Orçamento, mas a negociação do Orçamento, e saber se o PSD será
capturado pela direita radical.
Pacheco Pereira, “Público” (sem link)
A
erradicação do amianto das escolas que vemos agora em velocidade de cruzeiro
começou com uma pequena associação de pais e encarregados de educação na
freguesia de Moscavide e Portela, no concelho de Loures.
(…)
[Estava] em causa, a presença de
amianto – um material altamente cancerígeno – na grande maioria das escolas do
país, nomeadamente nos telhados e telheiros em fibrocimento.
(…)
Em
pouco tempo, nove agrupamentos do concelho de Loures formavam um grupo coeso e
determinado, que daria origem ao Movimento Escolas Sem Amianto (MESA).
(…)
A esta causa, juntaram-se sindicatos, como a Fenprof,
associações ambientalistas, como a Zero, e toda a sociedade civil.
(…)
O MESA assumia uma dimensão nacional e engrossava as suas
fileiras com pais, professores, alunos e funcionários .
(…)
Ignorado
pelas autoridades competentes em Portugal, o MESA apresentaria, em conjunto com
a Fenprof e várias associações ambientalistas, com destaque para a Zero, uma
queixa na delegação portuguesa da Comissão Europeia.
(…)
Hoje,
quase um ano e meio depois [da apresentação do Plano
Nacional de Remoção do Amianto das escolas e em plena fase de
controlo da pandemia, outros desafios se colocam às várias comunidades
escolares.
(…)
E
quando alguém disser que “não vale a pena” e que “nunca nada muda”, virá à
lembrança a história do MESA.
Sem comentários:
Enviar um comentário