quarta-feira, 13 de novembro de 2024

CITAÇÕES À QUARTA (129)

 
Os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica (TSDT) em Portugal continuam a ser considerados o “parente pobre” do Sistema Nacional de Saúde (SNS).

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A sua desvalorização persiste, alimentada por promessas não cumpridas e uma crónica falta de reconhecimento por parte das autoridades.

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Ainda assim, até ao dia de hoje, o Ministério da Saúde permanece em silêncio, sem qualquer resposta nem convocatória para iniciar um protocolo negocial.

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A situação dos TSDT não é nova, e as suas reivindicações são justas e evidente.

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Em 2023, existiam aproximadamente 30.000 TSDT em Portugal, a maioria dos quais com formação superior, incluindo mestrados e especializações.

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O paradoxo entre a alta competência técnica e a escassa valorização salarial é um reflexo da desatenção das autoridades

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A greve de outubro de 2024 foi um sinal de exaustão por parte dos TSDT.

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Mesmo perante esta demonstração de descontentamento, o Ministério da Saúde não deu qualquer resposta concreta.

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Até ao momento, não foi agendada qualquer reunião nem houve propostas objetivas, e a promessa de negociação permanece, até hoje, sem qualquer desenvolvimento.

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Até ao presente momento, não há nenhuma ação concreta por parte do Ministério para combater esta marginalização, e a ausência de um calendário negocial reforça a ideia de desconsideração.

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A contínua falta de reconhecimento e valorização dos TSDT coloca em risco a qualidade dos serviços de saúde prestados aos cidadãos.

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O Governo tem a responsabilidade de assegurar que todos os profissionais de saúde, sem exceção, se sintam respeitados e adequadamente recompensados pelo seu trabalho.

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É uma questão de dignidade, condições adequadas de trabalho e uma carreira justa.

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O Governo não pode mais responder às reivindicações dos TSDT com promessas vazias e falta de diálogo.

Dina Carvalho, “Público” (sem link)

 

As eleições presidenciais ganhas por Donald Trump merecem uma reflexão mais aprofundada do que a ridicularia do alarido a roçar o servilismo em torno da chamada maior democracia do mundo.

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É necessário encontrar as explicações para fazer luz sobre o grau de degenerescência a que chegou o sistema político dos EUA.

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Trump, um fanfarrão multibilionário que encara a democracia como um negócio imobiliário para dar big money aos donos do money .

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Descobriram [no Partido Democrata] uma candidata que era um espelho da Presidência de Biden, sem rasgo e que passou o tempo a responder às provocações de Trump, onde ele é imbatível.

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Kamala representava a continuidade de uma política de afastamento da realidade vivida pelas populações.

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Trump é figura de um multimilionário ignorante, boçal, apreciado numa parte da América, a do big money.

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Trump foi direto ao assunto, dar melhor vida aos norte-americanos, independentemente da demagogia.

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Sem os milhares de milhões dos donativos aos candidatos não haveria a tal “democracia” a encher os ecrãs de todo o mundo à custa de publicidade paga.

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Os EUA são, neste momento, na essência do sistema, uma plutocracia, um governo dos multibilionários que governam para os super-ricos.

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Só chega a presidente quem for imensamente rico e apoiado pelos muito ricos.

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Vale a pena ter presente que há 36.800 milhões de pobres no país, 1.808.100 presos (o maior número no mundo), não há serviço nacional de saúde, 1% da população detém 26% da riqueza total, gasta mais na defesa do que os nove países que se lhe seguem por ordem decrescente.

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É o país mais endividado do mundo.

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[Os norte-americanos] preferiram eleger um homem com um cadastro tenebroso.

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Sejamos claros: os norte-americanos conheciam Trump e deram-lhe a vitória com uma percentagem maior que há oito anos.

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Trump aparece como escape para a perda de poder de atração do país. Pretende ressuscitar o que está morto e enterrado.

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Vamos ver se a UE continua a sua submissão aos EUA, com um político desta estirpe.

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O mundo vai enfrentar um homem a quem os norte-americanos deram um poder invulgar.

Domingos Lopes, “Público” (sem link)

 

A COP29, a conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas deste ano, começou nesta segunda-feira em Bacu, no Azerbaijão.

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Sinto-me como um disco riscado ao repetir que a cimeira ocorre após um ano marcado, por um lado, por recordes de temperatura e, por outro, por recordes de lucros das petrolíferas.

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Acabámos de enfrentar o Verão mais quente já registado no hemisfério Norte.

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A crise climática tem vindo a mostrar as suas diferentes facetas ao redor do mundo, enquanto cientistas nos alertam: o futuro da humanidade está em risco.

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O foco das negociações climáticas desde ano está na área do financiamento climático.

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As divergências entre o Norte e o Sul Global são um bloqueio a qualquer avanço real. 

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Afinal de contas, está na hora de o Norte Global assumir a sua dívida histórica e contribuir de forma justa para o futuro do planeta.

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O colonialismo sempre explorou e extraiu recursos, e essa lógica ainda está viva hoje.

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As nações desenvolvidas apresentam o financiamento climático como um “esforço partilhado”, ignorando que a sua riqueza vem de séculos de extracção de recursos naturais e humanos.

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Num mundo cada vez mais marcado por eventos climáticos extremos, os impactos económicos destes desastres são desproporcionalmente graves nos países mais pobres.

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Estabelecer uma meta financeira que responda adequadamente às necessidades destas nações é fundamental para alcançar justiça climática.

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Ao abrigo do Acordo de Paris, os países comprometem-se a actualizar os seus compromissos climáticos nacionais [NDC].

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E é aqui que entra, também, a necessidade de os países se comprometerem com o abandono dos combustíveis fósseis

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Sem um acordo financeiro, muitos dos próximos planos climáticos dos países mais vulneráveis serão mais fracos, reduzindo ainda mais as hipóteses de limitar o aquecimento a 1,5°C.

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O Azerbaijão prevê uma grande expansão da produção de gás fóssil nos próximos anos.

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Sabemos que o negócio dos combustíveis fósseis é a principal causa das catástrofes climáticas que devastam vidas e comunidades em todo o mundo.

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Em plena crise climática, não há coincidências: enquanto as empresas de combustíveis fósseis lucram biliões, nós sofremos perdas de biliões.

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Questões essenciais como financiamento climático, abandono dos combustíveis fósseis, género e direitos humanos estarão no centro de diversos protestos [durante as próximas duas semanas].

Bianca Castro, “Público” (sem link)


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