(…)
A sua desvalorização persiste, alimentada por
promessas não cumpridas e uma crónica falta de reconhecimento por parte das
autoridades.
(…)
Ainda
assim, até ao dia de hoje, o Ministério da Saúde permanece em silêncio, sem
qualquer resposta nem convocatória para iniciar um protocolo negocial.
(…)
A situação dos TSDT não é nova, e as suas
reivindicações são justas e evidente.
(…)
Em 2023, existiam aproximadamente 30.000 TSDT
em Portugal, a maioria dos quais com formação superior, incluindo mestrados e
especializações.
(…)
O paradoxo entre a alta competência técnica e a
escassa valorização salarial é um reflexo da desatenção das autoridades
(…)
A greve de outubro de 2024 foi um sinal de
exaustão por parte dos TSDT.
(…)
Mesmo perante esta demonstração de
descontentamento, o Ministério da Saúde não deu qualquer resposta concreta.
(…)
Até ao
momento, não foi agendada qualquer reunião nem houve propostas objetivas, e a
promessa de negociação permanece, até hoje, sem qualquer desenvolvimento.
(…)
Até ao
presente momento, não há nenhuma ação concreta por parte do Ministério para
combater esta marginalização, e a ausência de um calendário negocial reforça a
ideia de desconsideração.
(…)
A
contínua falta de reconhecimento e valorização dos TSDT coloca em risco a
qualidade dos serviços de saúde prestados aos cidadãos.
(…)
O
Governo tem a responsabilidade de assegurar que todos os profissionais de
saúde, sem exceção, se sintam respeitados e adequadamente recompensados pelo
seu trabalho.
(…)
É uma questão de dignidade, condições adequadas
de trabalho e uma carreira justa.
(…)
O Governo não pode mais responder às
reivindicações dos TSDT com promessas vazias e falta de diálogo.
Dina Carvalho, “Público”
(sem link)
As
eleições presidenciais ganhas por Donald Trump merecem uma reflexão mais
aprofundada do que a ridicularia do alarido a roçar o servilismo em torno da chamada
maior democracia do mundo.
(…)
É
necessário encontrar as explicações para fazer luz sobre o grau de
degenerescência a que chegou o sistema político dos EUA.
(…)
Trump,
um fanfarrão multibilionário que encara a democracia como um negócio
imobiliário para dar big money
aos donos do money
.
(…)
Descobriram
[no Partido Democrata] uma candidata que era um espelho da Presidência de
Biden, sem rasgo e que passou o tempo a responder às provocações de Trump, onde
ele é imbatível.
(…)
Kamala representava a continuidade de uma
política de afastamento da realidade vivida pelas populações.
(…)
Trump é figura de um multimilionário ignorante,
boçal, apreciado numa parte da América, a do big money.
(…)
Trump foi direto ao assunto, dar melhor vida
aos norte-americanos, independentemente da demagogia.
(…)
Sem os
milhares de milhões dos donativos aos candidatos não haveria a tal “democracia”
a encher os ecrãs de todo o mundo à custa de publicidade paga.
(…)
Os EUA
são, neste momento, na essência do sistema, uma plutocracia, um governo dos
multibilionários que governam para os super-ricos.
(…)
Só chega a presidente quem for imensamente rico
e apoiado pelos muito ricos.
(…)
Vale a
pena ter presente que há 36.800 milhões de pobres no país, 1.808.100 presos (o
maior número no mundo), não há serviço nacional de saúde, 1% da população detém
26% da riqueza total, gasta mais na defesa do que os nove países que se lhe
seguem por ordem decrescente.
(…)
É o país mais endividado do mundo.
(…)
[Os norte-americanos] preferiram eleger um
homem com um cadastro tenebroso.
(…)
Sejamos claros: os norte-americanos conheciam
Trump e deram-lhe a vitória com uma percentagem maior que há oito anos.
(…)
Trump
aparece como escape para a perda de poder de atração do país. Pretende
ressuscitar o que está morto e enterrado.
(…)
Vamos ver se a UE continua a sua submissão aos
EUA, com um político desta estirpe.
(…)
O mundo vai enfrentar um homem a quem os
norte-americanos deram um poder invulgar.
Domingos Lopes, “Público”
(sem link)
A COP29, a conferência das Nações Unidas para
as Alterações Climáticas deste ano, começou nesta segunda-feira em Bacu, no
Azerbaijão.
(…)
Sinto-me
como um disco riscado ao repetir que a cimeira ocorre após um ano marcado, por
um lado, por recordes de temperatura e, por outro, por recordes de lucros das
petrolíferas.
(…)
Acabámos de enfrentar o Verão mais quente já
registado no hemisfério Norte.
(…)
A
crise climática tem vindo a mostrar as suas diferentes facetas ao redor do
mundo, enquanto cientistas nos alertam: o futuro da humanidade está em risco.
(…)
O foco das negociações climáticas desde ano
está na área do financiamento climático.
(…)
As divergências entre o Norte e o Sul Global
são um bloqueio a qualquer avanço real.
(…)
Afinal
de contas, está na hora de o Norte Global assumir a sua dívida histórica e
contribuir de forma justa para o futuro do planeta.
(…)
O colonialismo sempre explorou e extraiu
recursos, e essa lógica ainda está viva hoje.
(…)
As
nações desenvolvidas apresentam o financiamento climático como um “esforço
partilhado”, ignorando que a sua riqueza vem de séculos de extracção de
recursos naturais e humanos.
(…)
Num
mundo cada vez mais marcado por eventos climáticos extremos, os impactos
económicos destes desastres são desproporcionalmente graves nos países mais
pobres.
(…)
Estabelecer uma meta financeira que responda adequadamente às
necessidades destas nações é fundamental para alcançar justiça climática.
(…)
Ao abrigo do Acordo de Paris, os países comprometem-se a actualizar
os seus compromissos climáticos nacionais [NDC].
(…)
E é aqui que entra, também, a necessidade de os
países se comprometerem com o abandono dos combustíveis fósseis.
(…)
Sem um
acordo financeiro, muitos dos próximos planos climáticos dos países mais
vulneráveis serão mais fracos, reduzindo ainda mais as hipóteses de limitar o
aquecimento a 1,5°C.
(…)
O Azerbaijão prevê uma grande expansão da
produção de gás fóssil nos próximos anos.
(…)
Sabemos
que o negócio dos combustíveis fósseis é a principal causa das catástrofes
climáticas que devastam vidas e comunidades em todo o mundo.
(…)
Em
plena crise climática, não há coincidências: enquanto as empresas de
combustíveis fósseis lucram biliões, nós sofremos perdas de biliões.
(…)
Questões essenciais como financiamento
climático, abandono dos combustíveis fósseis, género e direitos humanos estarão
no centro de diversos protestos [durante as próximas duas semanas].
Bianca Castro, “Público” (sem link)
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