Este país está a ser governado por
loucos. Aliás, usar o verbo “governar” para designar o que esta gente anda a
fazer é utilizar uma linguagem orwelliana muito de acordo com a sua forma de
comunicar aos portugueses as malfeitorias com que os vão atingindo todos os
dias – palavras com significado difuso
que rapidamente podem traduzir o seu contrário se der jeito em qualquer
momento.
A ideia da privatização dos correios só
pode caber na cabeça de um louco ou fanático do mais radical que se pode
conceber dentro da ideologia neoliberal dominante. Não há nenhuma racionalidade
em privatizar uma empresa que é um monopólio natural do Estado que dá muito
lucro e que é essencial para servir as necessidades de partes significativas da
população portuguesa, em especial, as mais isoladas e envelhecidas do país.
O jornalista Nicolau Santos insurge-se contra a privatização dos CTT, de forma
veemente como se pode verificar no pequeno texto que assina no Expresso
Economia deste sábado.
A
privatização dos Correios é uma decisão ideológica, que agravará a sensação de
abandono pelo Estado das populações do interior e que mostra um profundo
desrespeito pelos cidadãos. As dezenas de estações que já foram encerradas são
lesivas dos interesses de milhares de portugueses e o dever do sigilo deixa de
ser garantido quando as cartas são entregues em estabelecimentos comerciais. Mas
estando a galinha a ser engordada, o Governo acena ainda com a possibilidade de
os Correios serem privatizados com a licença para terem um Banco Postal. A ideia
não é nova mas foi sempre chumbada. Ora, não se vê porque é que a licença para
o Banco Postal não foi concedida quando os Correios eram públicos e será agora
quando vão passar a privados. Além de mais, numa altura em que Bruxelas obriga
os bancos portugueses a reduzir a actividade e a conjuntura leva os que não pediram
ajuda pública a fazer o mesmo, a criação de um novo banco só pode ser uma
piada. Ou um embuste.
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