domingo, 13 de junho de 2021

MAIS CITAÇÕES (134)

 
O facto é que o Tribunal chumbou uma parte da [norma do Código do Trabalho que impunha a duplicação do período experimental].

(…)

Acresce, para tornar tudo mais difícil, que a imposição deste absurdo jurídico foi uma rasteira contra a esquerda, com quem o Governo negociara alterações ao Código, para depois se descobrir que estava a acordar em paralelo com o patronato outras mudanças na lei, incluindo a duplicação do período experimental.

(…)

Tanto que esta divergência foi um dos fatores que levou o Governo, após as últimas eleições, a recusar o acordo com a esquerda para a legislatura. 

(…)

Os jovens com ensino superior perderam 17% de salário na última década e vivem agora com um desemprego de 19,4%, o triplo da média nacional, com 15% desses licenciados a trabalhar abaixo das suas qualificações.

(…)

Para as mulheres, o fosso salarial agravou-se com a sua formação: o desnível salarial para os homens será de 21%, mas de 32% no caso das mulheres com mestrado.

(…)

Só pode haver uma corrida para o fundo da tabela salarial e para a desvalorização do trabalho qualificado.

(…)

[Insistir no abuso do período experimental] mostra que nem a feijões o Governo abdica da regra da precarização.

(…)

Não está mal, para quem anunciava que tinha chegado o momento de começar a negociar com a esquerda uma revisão do Código Laboral. 

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

Começando como novela e concluindo-se como farsa, a convenção das direitas continua a alimentar uns tuítes inflamados.

(…)

O favor que fazem à democracia é inestimável.

(…)

É certo que aquilo não teve povo, nem o cheiro do dinheiro.

(…)

O putativo chefe foi lá só para dizer que não contem com ele, mas ficou o enxoframento. 

(…)

No caso vertente, à míngua de ideias mobilizadoras ou sequer de algum factoide coligacionista, o refrão da reunião das direitas passou a ser a defesa do direito de expressão das tristes vítimas da censura.

(…)

Se um centro conspirador das esquerdas inventasse um sketch destes para caricaturar os adversários, não conseguiria brilhar tanto.

(…)

[Há uma direita que] vive montada numa mesa de pé-de-galo para evocar a fantasmagoria da ditadura, que conduzia a economia com rendas coloniais e controlo ministerial sobre as indústrias, com partido único e campos de concentração, com PIDE nas fábricas, miséria generalizada e os jovens a passar a fronteira a salto.

(…)

Passados 50 anos, não conseguem pensar em mais nada senão no homem de Santa Comba?

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

[A denúncia de três ativistas anti-Putin à embaixada da Rússia] não pode ser tratado como um lapso ou um erro lamentável, pedimos desculpa.

(…)

Façam buscas, apreendam servidores, façam o que for preciso porque não bastam desculpas para contornar culpas.

(…)

Porque ou houve dolo ou houve negligência, mas em ambas as circunstâncias há vítimas.

(…)

A insegurança e o medo são formas de terrorismo dos regimes não democratas.

(…)

E isto não foi o Governo russo a violar liberdades de ativistas, foi uma instituição do Estado português.

(…)

[Aqui] não houve violação de sistemas [de segurança], houve violação voluntária pelo Estado dos direitos e liberdades de ativistas.

Pedro Santos Guerreiro, “Expresso” (sem link)

 

Sem funcionários, a subsidiária irlandesa da Microsoft com “residência” nas Bermudas tem um lucro de 315 mil milhões de dólares, que corresponde a três quartos do PIB da Irlanda. Paga zero de impostos.

(…)

Esta competição fiscal para atrair empresas é uma escolha política, não é uma consequência da globalização.

(…)

É um salto para um poço que inviabiliza o Estado Social, põe o fardo fiscal sobre o trabalho e obriga os países pobres a adiarem investimentos e a eternizarem o seu subdesenvolvimento.

(…)

A sua proposta [de Biden] começou com o limite mínimo de 21% de impostos sobre as multinacio­nais. 

(…)

O acordo ficou-se nos 15%. Mas o diabo está nos detalhes — a que empresas e lucros se aplica, o que é taxado e com que critérios, quem fica a ganhar e a perder, a diferença entre taxa nominal e efetiva, o que acontece aos offshores.

(…)

Extraordinário é que a União Europeia, incapaz de impor estas regras no seu mercado aberto, tenha de esperar pelos EUA para dar um primeiro passo.

(…)

As suas reformas resumem-se a privatizar, impedir apoios públicos a empresas e desregular o mercado de trabalho, tendo como consequência um miserável desempenho económico.

(…)

Estamos a chegar ao fim do ciclo que se iniciou nos anos 70, fez os EUA regressarem a níveis de desigualdade dos anos 30 e está a pôr em perigo as democracias ocidentais. 

(…)

Não é IRC, mas, entre 2006 e 2018, os impostos pagos por Jeff Bezos mantiveram-se estáveis enquanto a sua fortuna se multiplicava por muito.

(…)

Já o americano médio pagou sempre acima do seu enriquecimento. 

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

A forma como olhamos hoje para o período fundador do nosso regime é relevante para enfrentarmos os desafios contemporâneos.

(…)

Num momento (…) em que a maior parte dos portugueses já nasceu depois de 1974, julgo ser um desafio coletivo refletir sobre a consolidação do regime.

(…)

[Celebrar 50 anos de democracia] implica olhar conjuntamente para a epopeia coletiva que se iniciou com um golpe militar promovido por jovens capitães.

(…)

Às imperfeições estruturais — de que a marca mais persistente são as desigualdades —juntam-se novos riscos, associados à falência das instituições de intermedia­ção e a um ressentimento social que tem causas profundas, que merecem discussão.

(…)

Olhar para os 50 anos de democracia não como a celebração memorialística de um momento, mas enquanto projeção do futuro coletivo.

(…)

A mais importante lição da História continua a ser que os homens não aprendem muito com a História.

Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)


Sem comentários:

Enviar um comentário