sábado, 4 de janeiro de 2025

MAIS CITAÇÕES (314)

 
O ordenamento do território dá-nos um retrato do estado de saúde da governação do país. 

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Mas tudo aponta para uma misteriosa incapacidade das instituições públicas para fazer respeitar a suas próprias determinações.

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É como se houvesse duas governações: uma a fingir e outra efetiva.

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O que tem valido ao país ainda é a coragem e a energia com que vários movimentos de cidadãos atentos e informados têm vindo a fazer aquilo que o seu próprio país não consegue.

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[Há que] fazer prevalecer o interesse público sobre as forças e interesses que vêm com perturbadora confiança usar o território do país pondo em cheque o futuro de todos.

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[Referimo-nos] às muitas dinâmicas públicas que se têm criado resultantes da indignação com os abusos e atropelos que as instituições consentem.

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Destacamos alguns casos exemplares que são simultaneamente defensores da sanidade democrática e do que ainda resta da qualidade ambiental do país.

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Logo em Trás-os-Montes, numa área classificada pela FAO/ONU no âmbito do SIPAM (Sistema Importante do Património Agrícola Mundial), Covas do Barroso, tem sido forte o movimento local contra a exploração de lítio naquela zona.

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Em Oeiras, as associações de moradores e os movimentos Evoluir Oeiras e Vamos Salvar o Jamor já não têm mãos a medir com a brutalidade do imobiliário.

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Entre Troia e Melides, devemos à Plataforma Dunas Livres a denúncia dos abusos sistemáticos com que se pretende ali montar uma ‘nova Ibiza da Europa’.

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Em Évora, a Plataforma cívica Juntos pelo Divor luta contra duas megacentrais solares que cobrirão com 750 mil hectares de painéis fotovoltaicos a freguesia da Graça do Divor.

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[No Algarve] um movimento de cidadãos e associações conseguiu suster a absurda e ambientalmente desastrosa localização do novo Porto de Recreio de Faro em plena ria Formosa.

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Por seu lado, a Plataforma dos Amigos da Lagoa dos Salgados mobiliza já 35 mil pessoas para a conservação duma área protegida altamente cobiçada.

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Mas não deixa de ser intrigante que tenha de caber à dedicação dos cidadãos aquilo que deveria ser uma função básica de um Estado de direito.

Luísa Schmidt, “Expresso” (sem link)

 

Na guerra da Ucrânia, os soldados dos dois lados, mortos e feridos, não têm direito à revelação completa dos nomes. A lista de baixas está transformada num segredo de Estado.

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Que sabemos, verdadeiramente, sobre a experiência desses soldados?...

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Para nos aproximarmos de uma resposta teremos de recuar à I Guerra Mundial (IGM). As semelhanças esmagam.

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Duas guerras de dominância industrial e tecnológica. 

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As condições dos combatentes nas trincheiras são, em ambos os casos, de enorme dureza, e os tempos médios de sobrevivência (sem algum tipo de ferimento), podemos alvitrar, serão de escassos meses. 

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Na guerra, mesmo os sobreviventes prosseguem um cruel combate. Entre culpa e redenção, para resgatar uma réstia de bondade humana dos campos de batalha.

Viriato Soromenho Marques, DN

 

Algumas das medidas que [o Primeiro-Ministro identifica no texto que publicou no JN no passado dia 1] para confirmar a sua tese tiveram impacto positivo em franjas da sociedade.

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Mas no que é estruturante atrofia a democracia e cava desigualdades.

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Os entraves que se colocam na sua [do PRR] execução estão muito para além da falta de mão de obra de que se fala.

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Para o investimento ser fértil é necessário cuidar do lastro que o acolhe.

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De facto temos pobreza em dimensão que nos envergonha e pratica-se mais esmola que cidadania social.

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Porém, sejamos verdadeiros: uma das grandes conquistas alcançadas [com o 25 de abril] foi ter-se acabado com a miséria e a desproteção social em que vivia a maioria da população portuguesa, foi dar aos portugueses cidadania. 

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Há pobreza porque não se cumprem compromissos constitucionais fundamentais.

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Primeiro, valorizar o trabalho, o emprego e a proteção social e as suas interdependências, dar combate à precariedade laboral e acesso à habitação.

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[Há também que] distribuir melhor a riqueza existente e a que resultar do crescimento económico.

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O contexto internacional e europeu e os obstáculos a vencer no plano nacional exigem muita objetividade e análise crítica sobre toda a poítica.

Carvalho da Silva, JN


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