(…)
Para
evitar ultrapassar o aumento de 1,5ºC até 2100 é necessário realizar um corte
de 50% das emissões globais de gases com efeito de estufa até 2030, em relação
ao nível de emissões de 2010.
(…)
A
crítica à neutralidade de carbono não se prende com o conceito em si, mas com a
visão oportunista do sistema capitalista e seus principais agentes.
(…)
Nos
últimos tempos têm surgido os planos megalómanos de plantação em grande escala
como milagre.
(…)
[A
Shell] diz que é necessário plantar uma área de floresta equivalente à área do
Brasil para manter o aumento da temperatura abaixo dos 1,5ºC até 2100 (é claro
que este plano implica eles continuarem a explorar petróleo e gás).
(…)
[As plantações
florestais não são uma boa solução para a crise climática] porque não há área
suficiente no planeta Terra para compensar as emissões actuais, quanto mais o
aumento.
(…)
A
capacidade da maior parte das florestas do mundo para retirar carbono da
atmosfera está a reduzir-se e não a expandir-se.
(…)
Porque
para ser um verdadeiro sumidouro de carbono, com absorção estável, as florestas
demoram décadas e até séculos a constituir-se e a acumular carbono nos solos,
árvores, plantas e outros seres vivos.
(…)
Todas
estas propostas assentam no oportunismo dos sectores que não querem cortar
emissões e dos sectores que já operam nesta área.
(…)
As
plantações florestais são muito má ideia para a crise climática.
(…)
Estas
propostas não são só complexas e incertas: é uma impossibilidade elas
resolverem o problema, e ameaçam agravá-lo.
(…)
Finalmente,
há uma derradeira realidade que deve assentar como uma forte chapada na cara
dos propagandistas desta solução: a desflorestação.
(…)
Desde
2001, a cobertura arbórea global reduziu-se em 10% (mais do que a área da
Índia).
(…)
Desde
2002, as florestas húmidas perderam 6% da sua área (mais do que área de
Espanha).
(…)
O
circo das plantações florestais como ferramenta para a neutralidade carbónica,
a que o governo português e a União Europeia aderiram efusivamente, só serve
para fazer de nós palhaços mortos.
(…)
É
necessário cortar os 50% de emissões globais na próxima década, sim ou sim.
João Camargo, “Expresso” Diário
[A Austrália]
foi a primeira trincheira de uma batalha entre grupos de comunicação social e
os gigantes da informática, provocando algumas cedências dos últimos, uma
guerra que chega agora à Europa a à América do Norte.
(…)
Quando
o Governo australiano fez legislar no sentido de forçar as plataformas
tecnológicas a pagaram às empresas de comunicação social pela partilha e
difusão dos seus conteúdos, as empresas big tech protestaram vigorosamente.
(…)
[Estas
empresas] apropriavam-se gratuitamente do produto de outra empresa, para
direcionarem tráfego para as suas redes e para canalizarem a sua publicidade,
estrangulando a imprensa a quem retiram o mercado publicitário.
(…)
A 22
de fevereiro, a Microsoft anunciou que está a discutir com criadores europeus
de notícias um esquema comparável e pressionou os Governos do continente e dos
EUA a seguirem o mesmo caminho, forçando os seus rivais.
(…)
A 10
de março, deu entrada no Congresso um projeto de lei para forçar um acordo
semelhante ao australiano. A UE um dia acordará para o problema.
(…)
A
opinião pública acusa estas empresas pela extração de informação privada, que
tem sido a base da formatação da publicidade dirigida.
(…)
A
Google promete acabar em 2022 com os cookies que informam terceiros e deixar de
vender anúncios baseados na história do nosso uso pessoal da internet.
(…)
Seriam
boas notícias o controlo pela comunicação social do seu produto e o seu acesso
à publicidade para se financiar.
Francisco Louçã, “Expresso” (sem link)
A quantidade e a qualidade do emprego que vamos ter, por muitos anos,
será determinada por escolhas que estão em preparação.
(…)
Exige-se uma boa gestão das políticas
protecionistas.
(…)
O recurso a moratórias era necessário,
mas se o processo agora for mal gerido, os seus impactos provocarão graves
problemas no setor financeiro e na habitação.
(…)
Entretanto, há outros desafios de alcance
estratégico a considerar no combate às múltiplas vulnerabilidades que a
pandemia evidenciou.
(…)
Desiludam-se os milhares e milhares de
pequenos empresários [do turismo] que atuavam neste setor, se ficarem à espera
do que há de vir dos restos do banquete e não conseguirem apoios diretos para
sobreviverem e recentrarem as suas atividades.
(…)
O país precisa de uma nova e qualificada
especialização produtiva.
(…)
Invista-se na chamada economia de
transição, na descarbonização, mas garanta-se a (re)industrialização efetiva do
país.
(…)
As opções sobre a reconversão de
trabalhadores envolvidos e a criação de emprego qualificado têm de ser
compromissos desde o início.
(…)
Regulamente-se melhor o teletrabalho.
(…)
O computador pode funcionar em
diversificados lugares, de dia ou de noite, mas o ser humano não é uma máquina
e deve salvaguardar os seus direitos, os da sua família e a sua cidadania.
O PSD tem boas razões internas para defender o adiamento das eleições
autárquicas para os últimos meses do ano.
(…)
Nestas últimas semanas, assistimos a uma
fúria antecipatória, "rush" de proactividade do PSD, ainda que da
antecipação possa sair um adiamento.
(…)
A virtude da proposta do PSD, (…), tem a
enorme virtude de colocar em cima da mesa a necessidade de um plano B que tenha
em conta uma eventual recalendarização eleitoral.
(…)
Eduardo Cabrita, de uma ou de outra
forma, prontamente desautorizado por António Costa no Conselho Nacional do PS e
a colecionar polémicas recorde num par de meses, parece ser um homem fora do
lugar.
(…)
As actuais regras não se ajustam ao
contexto pandémico, não promovem a inclusão nem combatem a abstenção [nas
eleições autárquicas].
(…)
Decisões políticas que, sendo tomadas
hoje, estruturarão futuras eleições para maiores patamares de participação.
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