sábado, 4 de setembro de 2021

CITAÇÕES

 
Haverá fundos, muitos fundos, mas é para as grandes empresas, as pequenas naufragarão nas barreiras burocráticas, na iliteracia digital, nos prazos misteriosos.

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A pandemia tornou tudo mais claro e o primeiro-ministro sente-se agora forçado a protestar contra regras selvagens que precarizam o trabalho, aliás as mesmas que protegeu e até agravou nos anos anteriores.

Francisco Louçã, “Expresso” Diário (sem link)

 

Só por displicência, ingenuidade ou puro cansaço acumulado, poderiam os EUA prever outro desfecho que não este.

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A gestão unilateral que os EUA fizeram do processo de retirada das tropas arrastou todos os seus aliados como carros-vassoura, nenhum deles tido ou achado nas negociações, procedimentos e "timings" de saída.

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Mas nunca um retirar de tropas pareceu tanto um bater em retirada.

Miguel Guedes, JN

 

Sempre foi assim, o liberalismo é antidemocrático por natureza. 

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O asco do liberalismo em relação à democracia foi sempre uma evidência banal desde que se definiram as três grandes correntes do nosso tempo, conservadorismo, liberalismo e “democratismo” (ou “radicalismo”).

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MFB [Maria de Fátima Bonifácio] explica que a democracia é inviável dado que prenhe daquelas “maiorias ignaras” que desdenham dos superiores desígnios que só a elite vislumbra. 

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Os democráticos, igualitaristas, eram a turba revolucio­nária e os conspiradores sem pedigree.

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[A abordagem de MFB] comprova a sua tese, que repete a minha, o que registo com gosto: ao chegarem ao poder, os liberais provaram quanto abominavam a democracia. 

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MFB, ao contrário de outros liberais do nosso tempo, mais tímidos, não tem pejo em reivindicar esta virtude antidemocrática.

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MFB é mais afirmativa: o liberalismo rejeita a democracia e com orgulho, pois esta é um perigo, dado que os povos são “cada vez mais difíceis de contentar”.

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Não podia haver um panfleto liberal mais esclarecedor do que este texto de MFB, a quem agradeço com dedicada vénia.

Francisco Louçã, “Expresso” (sem link)

 

Não há crianças pobres, há sim famílias pobres.

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São desempregados sem proteção, trabalhadores sem um mínimo de segurança no emprego e muitos são precários que auferem salários baixíssimos.

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O PM persistiu no erro de confundir políticas que mitigam sofrimento e condicionalismos das crianças, com políticas estruturais capazes de resolver o problema.

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O combate à "pobreza infantil" e a melhoria sustentada das condições das crianças exigem mexer em conteúdos fundamentais da política de rendimentos, desde logo políticas de emprego e salariais.

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Uma sociedade que dispõe de meios excecionais para produzir riqueza, que tem condições para prosseguir avanços tecnológicos, científicos e outros, propiciadores da sua melhor organização e funcionamento, não pode condescender com a pobreza.

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Alguns dirigentes de confederações patronais, perante o mais ténue sinal de preocupação do poder político com as políticas sociais e laborais (…) logo gritam aqui-d"el-rei que estão a "diabolizar as empresas e os empresários e não olham para a economia".

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Um Estado moderno é um Estado social de direito democrático, onde a dimensão do social não se separa do económico.

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O "Estado social" é um compromisso coletivo que o poder político deve evidenciar sempre.

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Não se retiram crianças da pobreza continuando desprotegidos os estratos sociais e as famílias a que elas pertencem.

Carvalho da Silva, JN

 

O jornalismo português veio de 48 anos de censura, o que é um lastro perverso, que afectou mais de uma geração de jornalistas e os seus leitores. 

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Era também neste contexto [da ditadura] um jornalismo de oposição, que usava os interstícios da censura para levar aos portugueses informação sobre o seu país tal como ele era.

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Não havia verdadeiro jornalismo político, porque não havia liberdade.

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Um exemplo típico do modo como o jornalismo político português actua, principalmente o tributário da escola dos “cenários”, foi a redução do congresso do PS a um drama de “sucessão” que, verdadeiramente, não existiu.

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Como foi possível gastarem-se horas de rádio e televisão, milhares de palavras online e no papel, sobre um não-assunto, em Setembro de 2021?

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

A teoria que julga as pessoas gays, lésbicas, bissexuais e trans como sendo contra-natura não é nova, mas, tal como outras noções da História, já foi refutada.

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Em nome de Jesus Cristo, acredita-se que a Igreja e os ensinamentos bíblicos são capazes de estruturar alívio, amor e disciplina nas nossas vidas.

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Em vários pontos do globo, inclusive em Portugal, mantém-se a crença que as terapias de conversão são eficazes na cura de pessoas homossexuais, bissexuais e trans.

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Outro relatório divulgado pela organização Southern Poverty Law Center, em 2016, mostrou que, nos EUA, um em cada três jovens LGBT já tinha sido submetido a algum tipo de terapia de conversão.

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Estas práticas nefastas são antiéticas, contraproducentes e totalmente prejudiciais à saúde, desencadeando comportamentos autodestrutivos e constrangimentos ao bem-estar físico e mental.

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[A estigmatização das pessoas LGBTI] é uma forma de opressão e exclusão social que condiciona o acesso a determinadas esferas da vida que as pessoas cis e heterossexuais tomam por garantidas.

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É normal a sexualidade humana ter diferentes variações e isso não significa que sejam provocadas por traumas infantis ou abusos familiares.

Cláudia Vagarinho, “Público” (sem link)


Criador e nutriente dos taliban afegãos na sua primeira versão, o Paquistão parece mais do que tentado a reconhecer o seu regresso ao poder em Cabul o mais rápido possível.

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O vazio no poder afegão é uma ameaça perigosa numa fronteira porosa e a possibilidade de atentados no Paquistão instala o nervosismo em Islamabad.

António Rodrigues, “Público” (sem link)


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