sábado, 11 de setembro de 2021

CITAÇÕES

 
Como é que Atenas, uma potência que dominava todo o mundo antigo, teve uma tal queda depois? Isso começou pela arrogância face aos outros, como fazem hoje os americanos, tentando pôr todos na ordem, à lei da bala.

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É a mesma situação: um país (na altura foi uma cidade) que domina todos os outros, e que tudo impõe com uma força extraordinária.

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Todos os impérios sobem e caem: o Império Grego, o Bizantino, o Otomano, e o Americano também cairá.

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As reflexões sobre a guerra que se alimenta perpetuamente, como na imagem do mundo como um globo terrestre fragmentado que inspirava Libeskind, tornaram-se assustadoramente urgentes e próximas.

Catarina Martins, “Público” (sem link)

 

Aquela dessintonia [oferta de empregos sem qualquer candidato] resulta, fundamentalmente, das fracas condições oferecidas e de caraterísticas específicas do nosso sistema de emprego.

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O IEFP não terá meios para trabalhar as interrogações que se colocam quando queremos escalpelizar as razões pelas quais estas ofertas de emprego não são preenchidas.

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Os empregadores falam genericamente do emprego de que precisam, mas escondem muitas das condições da oferta.

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Naquele universo [oferta de 24 mil empregos], quantos são empregos "uberistas" ou "odemiristas"? 

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É imprescindível ir fundo na análise destas ofertas de emprego para se perceber e tratar aquela dessintonia.

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Não se escamoteia a disfunção existente entre a oferta de emprego e as formações das pessoas.

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Então, falta mesmo emprego e uma política económica que o gere. 

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[Em muitos empregos] imperam subjugações duras e não o idílico cenário associado ao conceito de "colaboradores" com que a propaganda dominante aborda o "emprego do futuro".

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Os trabalhadores portugueses, quando tratados com dignidade, integrados em empresas e serviços bem organizados e com salários decentes, estão sempre disponíveis. 

Carvalho da Silva, JN

 

Estamos em plena campanha eleitoral e o único elemento positivo é o próprio facto de haver várias dezenas de milhares de pessoas que se candidatam por todo o país.

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Fora isso, mesmo os grandes candidatos, ou que já ganharam, ou que têm meios e recursos, ou que têm fortes expectativas de ganhar, não conseguem colocar na rua um número mínimo de pessoas, fora os funcionários e os profissionais das campanhas.

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Se olharmos para as janelas, que é um critério que ajuda a perceber a mobilização, cada vez há mais… nada.

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A democracia precisa do empenho da gente comum por aquilo em que acredita, precisa de um bom pathos. Não há.

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Com a treta do Facebook e das redes sociais, lá colocam, por obrigação, uns simulacros de programas, que online ninguém lê.

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O elemento racional da actividade política, o seu carácter argumentativo, fica completamente dominado pelo espectacular.

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Só que a democracia precisa da razão, precisa de um logos que funcione. Não tem.

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O que sobra é a radicalização. Em muito momentos da história assistimos a processos de radicalização, e nunca dão bom resultado.

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Indiferença conta, medo também, mas acima de tudo porque não tem exemplos daquilo que mais falta à democracia hoje e está na base da crise de representação: virtude.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

Que dois dos principais laboratórios de análises em Portugal tenham quadruplicado os seus lucros em 2020 (…), parece normal, considerando o aumento de serviços prestados.

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A primeira pergunta razoável é porque é que 50,7% dos testes foram feitos no privado ao longo deste mais de ano e meio. 

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Mas ao longo de mais de um ano os serviços hospitalares e os centros de saúde, ou outros dos seus parceiros, como universidades, criaram capacidade que poderia ter respondido a grande parte da procura. Se não o fizeram, foi por escolha política.

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A segunda pergunta é porque é que foram permitidos preços tão altos. 

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O que [a pandemia] nos mostrou foi como o poder de mercado, dado que a oferta está nas mãos de quatro grandes laboratórios, extrai uma renda apetitosa, sem cuidar sequer de disfarces. 

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Só em abril de 2020 é que o Governo impôs um limite de 15% ao lucro da venda desse tipo de materiais [como álcool-gel e máscaras].

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No entanto, o Governo nunca fez o mesmo com os testes, limitou-se a aceitar preços excessivos, sempre acima deste limiar de 15% de lucro.

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Haverá poucas outras atividades que se aproximem deste maná.

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Se o mercado funcionou, foi para sustentar um sistema de acumulação que aproveitou a doença para enriquecer.

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O mercado beneficiou em todo o lado com a pandemia e da mesma forma. Deste modo, ao longo deste ano e meio de aflição, a lista de multimilionários do mundo abrilhantou-se com nove novas entradas.

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A Moderna foi generosamente financiada pelo dinheiro público, tendo recebido do Governo dos EUA 5750 milhões de dólares.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

É importante contribuir para desmistificar o marketing, hoje com grande difusão, incluindo a partir de organizações de defesa do ambiente, sobre os veículos movidos a electricidade.

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Há que incidir a atenção sobre a forma como é produzida e armazenada a energia eléctrica.

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Para a produção de energia eléctrica é ainda hoje muito considerável o peso da queima de combustíveis fósseis.

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Por esta via, a opção por carro eléctrico tende a ser ambientalmente similar à opção por novas motorizações a combustíveis fósseis. O montante de investimento é que difere substancialmente. 

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A produção de electricidade por esta via [queima da biomassa] tem tido impacto devastador na perda de cobertura arbórea em extensas áreas florestais, quer no Canadá, nos Estados Unidos e na Rússia.

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[Portugal é] o segundo Estado-membro [da UE] com a maior perda de áreas naturais e semi-naturais registada desde 1992.

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Este é o paradoxo que nos deve preocupar. Vão-se queimar árvores para movimentar veículos? 

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Há, no entanto, que ter em conta que uma retirada em excesso destes “resíduos” [das florestas] compromete o fundo de fertilidade dos solos.

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Há, ainda, que ter em conta que este negócio da queima de biomassa é ruinoso. Para ser viável carece de significativos apoios públicos.

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A subsidiação desta indústria energética compromete ainda o emprego nas indústrias das madeiras e do mobiliário, as que têm maior peso em postos de trabalho no sector silvo-industrial nacional.

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Assim, se pensar em adquirir um carro eléctrico, pense duas vezes. Qual o impacto da sua decisão em termos de conservação dos solos, dos recursos hídricos e da biodiversidade, mas também no emprego.

Paulo Pimenta de Castro, “Público” (sem link)


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