(…)
É aqui
que entra o seu companheiro de programa, Carlos Vaz Marques. Este,
saiu da rádio TSF após mais de 30 anos de emprego nesse órgão de comunicação
social.
(…)
[Carlos Vaz Marques] denuncia aquilo que
considera ser um assédio
laboral perpetrado pelo Global Media Group, que passou pela exigência da
redução do seu salário para metade, pelo fim de programas seus de longa data ou
pela desqualificação laboral.
(…)
Então, Carlos, como não amar o capitalismo?
(…)
O que
João Miguel Tavares faz é seguir à risca aquilo que eu considero serem as
regras fundamentais do enriquecimento: 1. Querer ser rico; 2. Andar junto
do dinheiro; 3. Dizer bem de quem tem dinheiro e fazer a apologia da riqueza.
(…)
Para
bem navegar o capitalismo, devemos proceder dessa forma: querer ser
capitalista; andar junto do capital; dizer bem dos capitalistas e do
capitalismo. Não se garante o sucesso pessoal, mas fica-se muito mais perto.
(…)
Incumprir estas regras põe as pessoas a jeito
de serem discriminadas, despedidas ou, muito importante, não serem convidadas.
(…)
Tem é
de deixar essa coisa dos livros e da cultura, que não interessa nem ao menino
Jesus (…) e entender que isso de estar 30 anos no mesmo sítio é um anacronismo
nada saudável.
(…)
Tem
que ficar contente pela oportunidade que o Global Media Group lhe estar a dar
para se reinventar e ser muito mais produtivo, e deixar-se de pieguices.
Gabriel Leite Mota, “Público” (sem link)
A
estratégia de ocupação colonial (…) já tinha perdido em Bagdade e Tripoli.
voltou a perder agora.
(…)
E a
questão que se põe (…) é se quem perde aprende alguma coisa com a derrota.
(…)
[A
razão da retirada americana] é a de uma derrota em toda a linha da estratégia
de ocupaçãp.
(…)
No
século XXI a hierarquia [“povos civilizados” vs “povos bárbaros”] mantém-se.
(…)
Segundo
o cânone cabe aos primeiros (…) tomar conta dos destinos dos segundos e fazer
as operações de engenharia social e institucional necessárias para implantar a “ordem
e o progresso” naquelas paragens.
(…)
Primeiro
os exércitos ocupam os territórios e garantem a remoção do poder instalado.
(…)
Depois
vem toda a indústria da “ajuda” com redes de contratação e subcontratação de
empresas, consultores, fazedores de leis, designers de instituições.
(…)
Pelo
meio organizam-se conferências de doadores (…) e repartem entre si os custos
das ditas “operações” ou seja o suporte financeiro da dita indústria.
(…)
Tudo
isto ruiu em Cabul.
(…)
Bush,
polícia mau, respondeu com a invasão punitiva do Afeganistão à punição bárbara
de Manhattan. Não resolveu coisa nenhuma.
(…)
Obama,
polícia bom, quis transformar o ódio dos outros em seguimentos dos modelos dos
odiados. Fracassou.
(…)
O que move
a intervenção não é um código moral, mas a vontade de controlo de recursos e de
acumulação de poder.
José
Manuel Pureza, “Visão” (sem link)
Dirão que [a declaração de homossexualidade de Rangel] é um
não-assunto e era excelente que não fosse.
(…)
Quando Rangel disse que nem agora nem nos anos 80 a orientação de
um político é relevante para a sociedade, acaba por desprezar a luta que se fez
nestas décadas.
(…)
A forma descomplexada como Adolfo Mesquita Nunes vive com o que é
tem sido um dos travões à sua ascensão no CDS.
(…)
[Os políticos] não têm o dever de falar da sua sexualidade, da sua
vida amorosa ou mesmo da sua família, para lá do que colida com o interesse
público.
(…)
Foi importante ter havido figuras públicas que assumiram a sua
homossexualidade, como a generalidade assume a sua heterossexualidade? Muito.
(…)
Um homossexual também não tem de ser defensor dos direitos LGBT.
(…)
Eu não luto pela causa LGBT, contra o racismo ou sou feminista
pelos homossexuais, negros ou mulheres. Sou eu que quero viver numa sociedade
igualitária. Não é um ato de generosidade, é convicção.
(…)
Um homossexual, uma mulher ou um negro não têm de ser ativistas
pela igualdade.
(…)
A homossexualidade não resulta, ao contrário do conservadorismo,
de uma opção.
(…)
Eu defendo que a política deve liderar a mudança para uma
sociedade igualitária, ele [Rangel] acha que se deve acomodar ao
conservadorismo dominante.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
As autárquicas não são uma eleição única, mas um conjunto de 308
escolhas locais, com singularidades que em parte escapam a vagas políticas
nacionais.
(…)
Depois, a norma é a reeleição do presidente em exercício.
(…)
Se a reeleição do presidente em exercício é quase uma lei de ferro
do poder local, a pandemia tornou-a ainda mais robusta.
(…)
Independentemente da cor política de quem lidera o município, o
poder local revelou-se decisivo na gestão pandémica.
(…)
No dia a seguir às eleições, o que contará é a leitura nacional de
um conjunto de resultados muito mais locais do que se quer fazer crer.
Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)
O que
há vinte anos se iniciou foi, pois, uma remilitarização da política, com a
reabilitação da narrativa das “forças do bem” contra as “forças do mal”, na
expressão que Geroge W. Bush passou a utilizar obstinadamente.
(…)
O
clima emocional que o ataque [às torres gémeas] provocou foi explorado pela
administração americana para descartar as respostas assentes no direito
internacional.
(…)
Pouco
mais de um ano e meio depois do 11 de setembro, um verdadeiro ponto de viragem
na política: a ocupação militar do Iraque, expressão da “guerra infinita”
movida então pelos Estados Unidos.
(…)
As
instituições internacionais estão mais debilitadas, o despotismo financeiro
expande a sua dominação, conflitos históricos permanecem e agravaram-se.
José Soeiro, “Expresso” Diário
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