domingo, 26 de dezembro de 2021

MAIS CITAÇÕES (161)

Rui Rio faz da “negociação da governação” com o PS a sua aposta eleitoral número um.

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Se hoje perguntássemos a um e a outro [Rio e Costa] o que é isso de negociar a governação ambos diriam que é o que é preciso para haver um governo estável e que isso supõe sempre haver orçamentos aprovados.

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A resposta inteira é a que diz que o preço que cada um deles pagará ao outro para ter um governo estável com orçamentos aprovados.

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Desde 2019 foi a estabilidade do governo PS que fez o PSD votar ao seu lado a maioria das leis mais importantes.

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Estabilidade assustada em 2015 com a quebra da quietude do arco da governação.

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A “negociação da governação” foi o que aconteceu nos últimos dois anos e meio.

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É a intensificação dessa aproximação que Rio quer chamar-lhe “negociação da governação”.

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Rui Rio fará depender o aval laranja a um governo rosa da privatização de cuidados de saúde.

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Claro que os discursos grandiloquentes de fidelidade ao SNS continuarão.

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É possível edesejável negociar uma governação que supere a estagnação e as retrações que os consensos centristas entre PS e PSD perpetuam.

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A negociação de uma governação que tenha o arrojo de fazer essas escolhas não se fará para honrar abstrações mas para resolver problemas concretos da vida das pessoas.

José Manuel Pureza, “Visão” (sem link)

 

Consagrada na Constituição desde 1976, a regionalização é uma promessa perene que ciclicamente vem a debate.

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Com astúcia [Costa] ocultou o tema com avulsas e enviesadas medidas, como a transferência de competências para as autarquias em formato de municipalização de serviços.

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[Agora, o primeiro-ministro afirma] referendo à regionalização em 2024, com o piedoso argumento de que é tempo de dar voz ao povo.

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[2024] que é para evitar que se realize no decorrer do mandato do Presidente da República? Acredito que sim.

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Concordo com o repto lançado de se fazer da campanha para as legislativas o palco do debate colocando o tema da regionalização na liça eleitoral.

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É legitimo pensar que a regionalização acarreta controvérsia e que há dúvidas sobre as vantagens e desvantagens, tanto sobre o modo de funcionamento e produção de efeitos, quanto pela transparência e/ou conivência de interesses.

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Como defensor da regionalização, considero que em primeiro lugar é preciso fortalecer argumentos para coletivamente construir uma sólida proposta capaz de mobilizar e alargar apoios para engrossar reivindicação e conquistar maioria social.

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[Há que] respeitar e aplicar um imperativo consagrado de forma inequívoca na constituição que os partidos maioritários na AR teimam em não cumprir com o logro de sucessivos adiamentos.

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Não basta falar de coesão territorial, é preciso construir essa coesão com uma organização administrativa sustentada numa base democrática de participação cidadã, através de um sufrágio universal que legitime os órgãos eleitos.

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Portugal é um dos países mais centralistas da UE e mesmo da OCDE.

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Falta-nos um poder intermédio de base regional com visão subnacional que atenue a decalagem entre centralismo e localismo.

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Há décadas que falamos de potenciação de oportunidades, de valorização do interior, de correção de assimetrias, enquanto os indicadores dessas pretensões nos evidenciam um aumento das desigualdades.

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E se construir o erro foi desastroso, mantê-lo é penoso, é um crime social.

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As discriminações produzidas e alimentadas têm responsáveis.

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[A regionalização] pode contribuir decisivamente para outras políticas que passem a atender mais à especificidade de cada território.

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Pelo menos a dúvida, dentro de uma certeza: não há efetiva descentralização sem haver regionalização.

José Maria Cardoso, “Público” (sem link)

 

O Chile é um dos países mais desiguais do mundo, aparentemente rico, mas cheio de pobreza nas suas entranhas.

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[No Chile]  o 1% mais rico concentra nas suas mãos 30% da riqueza

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Desde a primeira volta que muitos, no Chile e fora do Chile, não se cansaram de alertar para os perigos que aí vinham se os chilenos elegessem (como vieram a fazer apesar de toda a chantagem) um candidato vindo da esquerda.

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O povo chileno votou, mas o “mercado”, esse ditador não eleito que se permite questionar todas as opções que não as suas, da maneira mais antidemocrática possível, não gostou da opção.

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O ultraliberalismo atira-nos de crise em crise e, quando lhe apontam o dedo e o querem frear, começa a ver tudo vermelho como se lhe estivessem a apertar o pescoço.

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O Exército brasileiro anda a realizar exercícios militares contra militantes de esquerda e movimentos sociais.

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Quase quatro décadas passadas sobre o regresso da democracia ao país, as Forças Especiais do Exército não só continuam a encarar os políticos de esquerda e os movimentos sociais como inimigos como estão a receber treino específico para os combater.

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Estas Forças Especiais do Exército brasileiro são de certa maneira descendentes do aparelho de perseguição, tortura e assassínio montado pela ditadura militar para combater políticos de esquerda e activistas sociais.

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[A] abrangência macarthista do termo comunista permite rotular qualquer pessoa que pretende reformar os mercados financeiros e os bancos em função das pessoas com um apodo que acciona os alarmes e impede que se perceba as virtudes do que defendem.

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Um dos argumentos mais usados na cartilha do autoritarismo é o de trazer a ameaça do comunismo para se justificar como última linha defensiva contra esse inimigo invasor de mentalidades.

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Matar em nome do anticomunismo figura em local de relevo na cartilha do bom autoritário.

António Rodrigues, “Público” (sem link)


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