sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

CITAÇÕES

 
Há perguntas que não se fazem: o que queremos para 2030?

(…)

Pelo meu lado quero uma escola de referência da creche até à universidade.

(…)

É também na educação que é preciso apostar, promovendo a oportunidade que é a igualdade, a sua diversidade e a articulação das escolas com o sistema científico.

(…)

Aplaudiria um Serviço Nacional de Saúde universal e seguro, incluindo os serviços de cuidados com pessoas dependentes.

(…)

E pode conceber-se 2030 sem que o salário e a pensão garantam o fim da precariedade e da pobreza?

(…)

Duvido que sem a recuperação deste pilar de segurança [os rendimentos] a população acredita no seu país.

(…)

Seria fundamental termos em 2030, se não antes, um sistema bancário confiável. Só temos piorado neste capítulo e os tempos não se afiguram confortáveis.

(…)

Em 2030 as cidades deviam ser diferentes para nelas podermos viver tranquilamente, o tempo vai escasseando.

(…)

A ferrovia seria i eixo do sistema de transportes, estaríamos à beira do fim do petróleo.

(…)

Uma democracia de maior intensidade, com igualdade entre homens e mulheres e respeito por todos.

(…)

Talvez nessa democracia o voto seja aos 16 anos e os jovens não sejam menorizados como imagens icónicas de uma teia digital.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

A ideia de que a desigualdade é natural e faz parte da nossa vida tem vindo a instalar-se sorrateiramente, o que é prova do seu sucesso.

(…)

Alguns tipos de rendimentos, os do capital e até os da especulação, devem ser beneficiados por uma taxa protetora.

(…)

O trabalho é cotado como uma corveia [imposto] que exprime a condição degradante.

(…)

Os lucros com criptomoedas são valorizados como prova de argúcia.

(…)

De todas as formas, a desigualdade é elogiada como o motor do mundo.

(…)

A desigualdade, se assim fosse, seria o penhor do progresso.

(…)

O processo [da desigualdade] desmbocou em crises explosivas, como a de 2008, mas nada que o parasse.

(…)

Segundo o relatório deste mês da Oxfam, os dez homens mais ricos do mundo, cuja fortuna só por si equivale aos rendimentos somados de 3,1 mil milhões dos pobres do planeta, duplicaram os seus proveitos durante a pandemia que já vitimou quase 6 milhões de pessoas.

(…)

Nunca na História moderna a desigualdade foi tão imponente e implacável.

(…)

Deixa de fazer sentido apresentar a sociedade como respeitadora e inclusiva se o resultado for uma diferença que não tem proporção.

(…)

A desigualdade, (…) é deste modo, a consequência que se torna causa da crise civilizacional.

(…)

Este festim da desigualdade só pode desenraizar a vida democrática.  

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

O que verdadeiramente importa no próximo domingo para o eleitorado que vota à Esquerda é que a terceira força política pertença ao seu espectro político.

(…)

O PS de António Costa terá feito a pior campanha de que há memória. 

(…)

O povo português gosta menos do uso excessivo da soberba do que de maiorias absolutas imaginárias.

(…)

Vitorioso nas eleições legislativas de 2019 com 36%, António Costa sonhou com uma maioria absoluta numa janela temporal de dois anos.

(…)

Agora, terá de se entender forçosamente à Esquerda pelos direitos, pela saúde, pela escola pública, pela habitação, pelo emprego, pelas pensões.

(…)

É evidente que se o Chega ou a Iniciativa Liberal forem a terceira força política, dificilmente haverá uma maioria de deputados que permita um Governo de Esquerda.

(…)

No escalonamento relativo dos partidos nas inúmeras sondagens, o Bloco de Esquerda parece ser o mais bem posicionado para conseguir essa maioria à Esquerda.

(…)

Só há uma via, reforçar a terceira força.

Miguel Guedes, JN

 

A Iniciativa Liberal sabe bem quem é que beneficiaria com o seu programa e os principais beneficiados entendem ainda melhor a sua mensagem.

(…)

Não há taxa plana em quase nenhum país europeu, e onde existe está a léguas dos 15% que é para onde defendem [IL] que devemos caminhar. 

(…)

Um partido [IL] que defende o fim de um salário mínimo nacional, abrindo caminho para uma corrida para o fundo em cada município, dificilmente está preocupado com os salários.

(…)

A diminuição dos impostos, seja através da taxa plana, do IRC pago pelas empresas ou da miríade de abruptos cortes fiscais na construção civil e mercado imobiliário [que a IL defende], levaria à incapacidade do Estado cumprir as suas funções mínimas e prestar serviços públicos universais. 

(…)

É que os impostos que pagamos financiam a escola pública e o SNS, sendo instrumentos indispensáveis um dos nossos maiores e mais persistentes problemas; a desigualdade. 

(…)

A progressividade do imposto sobre rendimento é um pilar básico de justiça fiscal.

(…)

A corporizarão política do egoísmo e interesse próprio mais direto, com uma secundarização permanente da comunidade, é o mote do partido [IL] e o seu principal propósito. 

(…)

[A IL] é a caricatura de um partido de classe, nascido como forma de pressão para aceleração da contrarreforma a que assistimos há décadas para regressar à liberdade sem concessões que a elite económica sempre reservou para si própria.

Daniel Oliveira, “Expresso” Diário (sem link)

 

Há muito que a fragmentação partidária, o multipartidarismo e os governos de aliança política eram a nota dominante na esmagadora maioria dos restantes países europeus.

(…)

Chegámos, pois, a estas eleições antecipadas com responsabilidades repartidas entre as várias esquerdas, mas eu diria sobretudo do PS: porque recusou um acordo de legislatura em 2019, porque passou o tempo a convergir sobretudo com o PSD, seja ainda pelas fracas concessões que queria fazer às esquerdas radicais.

(…)

Neste capítulo [dos salários], sublinhe-se que, ao fim de seis anos, Portugal tem o quarto pior score da UE, e que os salários públicos perderam 10% do poder de compra desde 2010.

(…)

Mas a palavra de ordem para todos os cenários, eleitorais e pós-eleitorais em 2022, é mesmo a incerteza.

André Freire, “Público” (sem link)


Sem comentários:

Enviar um comentário