(…)
Uns
trabalham outros fazem fortuna a manobrar uma economia de ar e da manigância. É
este o sonho da direita liberal.
Mariana Mortágua, Bloco de Esquerda
O
ideólogo da extrema-direita brasileira [Olavo de Carvalho] morreu esta semana
de covid-19, doença que menorizou e contra a qual não se quis vacinar.
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Muito
influente na campanha e no princípio do mandato de Jair Bolsonaro na
presidência do Brasil, Olavo de Carvalho foi perdendo peso no Governo ao
longo do tempo, à medida que Bolsonaro acordava a sua sobrevivência
política com o “centrão”.
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Nikolas
Ferreira, vereador de Belo Horizonte (BH), um evangélico conhecido pelas suas
posições antivacinas, vacinou-se de modo a voar para a Europa e participar em
protestos antivacinas.
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Podia ser o princípio de uma piada se não fosse realmente
verdade.
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Nikolas
Ferreira completa o pacote todo do dedicado jovem evangélico bolsonarista com o
elogio fúnebre a Olavo de Carvalho, com uma foto abraçada ao “professor”.
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Meat
Loaf levou a sua até ao fim, recusando a vacina contra a SARS CoV-2 até morrer,
aparentemente, de covid-19, embora a família não tenha adiantado a causa da
morte.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
As políticas das últimas décadas construíram uma sociedade de
proprietários [de habitações].
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Mais
de um terço dos proprietários vive com uma falsa sensação de segurança, pagando
mensalmente, sob pena de perder a casa, uma prestação ao banco.
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Segundo
os resultados preliminares dos Censos 2021, cerca de 57% dos agregados têm
encargos mensais com a habitação, como renda ou pagamento de empréstimo, ou
vivem de favor, não tendo garantido o direito à habitação.
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Num
mercado desregulado e com o trabalho cada vez mais precarizado, o apoio à
compra vai endividar muitos jovens, ao mesmo tempo que limita muitos mais que
não conseguem aceder a esta medida.
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Apesar
de “aumento da verba” [para apoios à renda, como
o Porta 65] parecer, à partida, positivo, estes programas têm um papel
fundamental na manutenção do problema de acesso à habitação digna.
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Ao
pagarem ao senhorio uma parte da renda que o inquilino não tem capacidade de
suportar, estão a garantir o seu lucro, ao mesmo tempo que não exigem
contrapartidas.
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Estes
programas não vão resolver o problema, porque praticam rendas de acordo com o
preço de mercado e não de acordo com os rendimentos dos agregados.
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Tal
como na educação ou na saúde, não se pode estar à espera de que quem tem a
lucrar com a desgraça dos outros faça alguma coisa no sentido de garantir
direitos.
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Assim, é necessário um forte investimento em habitação
pública – proposta transversal nos partidos à esquerda.
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As
rendas praticadas devem ser calculadas em função dos rendimentos do agregado e
o problema deve começar a ser resolvido para quem mais sofre com ele.
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No que
toca à habitação, este Plano [PRR] teria de extravasar os limites temporais da
pandemia e estar assente na vontade de dar resposta a problemas que já têm
décadas.
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São
resilientes as famílias em lista de espera por habitação pública e as outras
tantas que ainda não conseguiram entrar na lista, os portugueses que passam
frio em casa, os que estão sob ameaça de despejo, os que gastam 40 ou 50% do
seu rendimento na renda, os que não tem condições de salubridade.
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São resilientes os que se encontram em situação de sem abrigo.
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É
essencial revogar a “Lei Cristas”, a lei dos despejos, acabar
com os Vistos Gold,
limitar o alojamento turístico e começar com os fundos do PRR a aumentar
massivamente o parque público de habitação.
Marta Sousa e Helena Souto, “Público” (sem link)
A Organização
das Nações Unidas (ONU) anunciou no passado dia 20 de janeiro a criação de um
Índice da juventude na Política.
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[O Secretário-Geral
da ONU] afirmou que os jovens estão sendo profundamente afetados pelas crises
atuais, mas estão também “na linha da frente para ações e soluçõe.
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Todos
sabemos que os jovens estão sub-representados nos processos de tomada de
decisão que os afetam, embora o seu envolvimento seja absolutamente
indispensável para a democracia.
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Que o
próximo governo português seja capaz de canalizar e colocar em prática parte
deste esforço financeiro da ONU em ações de capacitação e motivação da
participação cívica e política de muitos jovens.
Liliana Marques Pimentel, “Diário de Coimbra” (sem link)
[Várias das afirmações da entrevista de António
Saraiva, presidente da CIP, ao Público] não têm rigor, outras são erros
crassos: i) segundo o Eurostat, Portugal é um dos países da União Europeia com
menor percentagem de trabalhadores do setor público no emprego total; ii) no
tempo de Passos Coelho não se verificou diminuição da despesa, mas sim
contratação de serviços privados sem controlo de custos; iii) a maior parte das
tarefas na AP (central e local) são serviços de grande densidade social, não
substituíveis por meios digitais ou robots; iv) a modernização da AP é
necessária, mas as novas tecnologias são onerosas, exigem formações adequadas e
muitas vezes mais trabalhadores; v) a folga orçamental pode obter-se combatendo
a fuga ao Fisco, criando emprego, pagando melhores salários; vi) as políticas
de resposta à crise socioeconómica exigem proteção e rentabilização do emprego,
nos setores privado e público, jamais um grande despedimento no Estado,
seguindo, como é pedido, "corajosas terapias" das empresas privadas.
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