De 21 para 22 de janeiro de 1961, Henrique Galvão, acompanhado por
elementos do Diretório Revolucionário Ibérico de Libertação, tomavam de assalto
o paquete “Santa Maria” que se encontrava no mar das Caraíbas, numa regular
viagem até Miami, com mais de 600 passageiros a bordo.
Ficou conhecida como “Operação Dulcineia” que tinha por objetivo iniciar um
golpe de estado capaz de derrubar o regime.
O paquete foi então desviado da sua rota, fazendo apenas uma paragem, em
Santa Lúcia, para deixar os feridos. Em Lisboa, Salazar, alegando tratar-se de
um ato de pirataria, pedia ajuda aos aliados para ajudarem a localiza-lo.
Embarcações norte-americanas e britânicas lançaram-se ao mar, em busca desse
navio.
Mas a atitude dos aliados mudou depois do primeiro comunicado oficial vindo
do “Santa Maria”, por Henrique Galvão, num telegrama datado de 24 de janeiro,
pedindo “não só apoio a todos os governos e povos verdadeiramente livres do
mundo livre como também reconhecimento político”, declarando abertas as
hostilidades contra “governo tirânico Salazar”.
O “Santa Maria” passou então a chamar-se “Santa Liberdade”, tinha sido
avistado no dia 25 de janeiro e, desde então, era sobrevoado regularmente. Os
norte-americanos fizeram um apelo pela libertação dos reféns, sugerindo o
Brasil como ponto de largada. Galvão fez um compasso de espera, mas no Brasil,
não estavam ainda reunidas as condições políticas para que se sentisse seguro.
Tal acontecerá apenas com a tomada de posse de Jânio Quadros que, numa mensagem
enviada a 1 de fevereiro, garantia a Galvão o asilo político.
No dia seguinte, o paquete atracou no Recife e os passageiros começaram a
desembarcar. Chegava ao fim o sequestro do “Santa Maria” que regressaria a
Portugal a meio de fevereiro. Da operação resultou um morto entre os
tripulantes e Portugal, durante esses dias, tinha sido notícia pelo mundo. (Museu do Aljube, Resistência e
Liberdade)
Sem comentários:
Enviar um comentário