quarta-feira, 26 de julho de 2023

CITAÇÕES À QUARTA (61)

 
Ou seja, se o bipartidismo [em Espanha] é a estrutura eleitoral estável em que governam alternadamente os dois principais partidos, eventualmente facilitando o caminho um do outro (…), esse modelo está morto.

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A degradação do bipartidismo sobrepõe-se a uma fragilização do arranjo constitucional que fixou o lugar das autonomias nacionais.

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O ciclo de conflitos nacionais ainda vai no adro.

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O PP se encurralou numa aliança – aliás desmentida para ser mentida – com o Vox, pelo que passou a ser excluído por definição qualquer acordo com aliados anteriores e naturais.

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[O PP] não poderá governar, por mais que proteste, pela razão evidente de que não tem nem maioria no país nem votos parlamentares para tomar posse. 

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O recuo de partido liberais na Europa, com os fiascos holandês e alemão, sugere que não se trata de uma questão local.

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A dimensão mais explorada pelos comentários é o resultado da extrema-direita e a comparação entre o Vox e o Chega.

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Estava escrito nas estrelas que Ventura festejaria exuberantemente o resultado ainda antes de contados os votos e anunciaria o governo com os seus congéneres.

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Perdido o exclusivo do cheguismo, Ventura fica obrigado a superlativizar os seus dizeres e propostas, precisamente onde faz crescer as suas vulnerabilidades.

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A dramatização, que é o modo de vida do venturismo, é o perigo que o ameaça.

Francisco Louçã, “Expresso” online (sem link)

 

O que é sempre rejeitado como impossível é, claro, não só possível, como vai acontecer.

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Implementar transportes públicos gratuitos de forma permanente é essencial para travar a crise climática.

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Aos trabalhadores continuam a não ser dadas condições de trabalho e salariais.

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O investimento nos transportes públicos continua insuficiente e incapaz de reduzir o impacto daquele que é o setor com maior nível de emissões de gases com efeito de estufa em Portugal.

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[Acabámos por descobrir que] não só há capacidade para reforçar os transportes públicos, mas também para os tornar gratuitos.

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Para as populações? Não. Para os peregrinos da Jornada Mundial da Juventude...

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Afinal, será preciso um milagre para termos transportes públicos gratuitos? Não. É preciso vontade política. 

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O que nos dizem é que os transportes serão mobilizados, reforçados e repensados para dar resposta, não às necessidades das populações, não à urgência da crise climática, mas sim à vinda do Papa e dos peregrinos que o vêm ver.

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[O Estado] é capaz de agir quando identifica algo como prioritário.

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As pessoas e o planeta são a prioridade!

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As Jornadas Mundiais da Juventude não são uma emergência, mas a crise climática é.

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O setor dos transportes deve ser pensado e gerido na ótica do serviço público e da mitigação das alterações climáticas.

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Este serviço pode empregar milhares de pessoas em Empregos para o Clima dignos e de qualidade.

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Ainda vamos a meio [do verão] e o recorde do dia mais quente de sempre foi batido quatro vezes na mesma semana.

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A crise climática é uma emergência.

Leonor Canadas, “Público” (sem link)

 

Este ano celebra-se o 30.º aniversário da criação do Mercado Único Europeu.

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[Empresas e grupos de pressão] têm usado as regras deste para obstruir políticas e regulamentações sociais e ambientais progressistas que possam prejudicar os seus lucros.

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Em vez de proteger o espaço democrático das autoridades públicas, a UE está a ir na direcção oposta.

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Já com demasiada frequência, as regras rotuladas como "obstáculos" ao Mercado Único são, na verdade, passos cruciais para a transição para um futuro sustentável e socialmente justo, tais como as medidas destinadas a atingir os objectivos climáticos.

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Medidas urgentemente necessárias [como a substituição do transporte por avião pelo comboio] viram-se restringidas no seu âmbito.

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Entretanto, tentativas recentes da Alemanha e da Polónia para conter o aumento do preço da energia resultante da dependência de combustíveis fósseis, cada vez mais caros, também enfrentaram resistência, usando o Mercado Único como justificação.

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Casos de bloqueio de políticas legítimas incluem a obstrução de medidas de habitação social, iniciativas de saúde pública e legislação de protecção do consumidor relativamente a substâncias nocivas.

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Em quase todos os casos, o sector empresarial tem conseguido fazer retroceder, atrasar ou enfraquecer a legislação progressista.

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Actores empresariais pretendem é, essencialmente, uma preempção das iniciativas a nível nacional que não se enquadrem na sua agenda.

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Se as crises da covid, do custo de vida e do clima nos ensinaram alguma coisa, é que o papel do Estado é crucial para enfrentar estas catástrofes frontalmente.

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Para que a Europa possa proteger e expandir os seus serviços públicos e protecções sociais, e enfrentar verdadeiramente a crise climática, terá de virar as costas ao neoliberalismo e tomar medidas para modernizar a governação do Mercado Único.

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Em vez de eliminar os "obstáculos" identificados pela indústria ao Mercado Único da UE, devemos concentrar-nos em eliminar os verdadeiros obstáculos a uma transição social e ecologicamente justa.

Oliver Hoedeman, “Público” (sem link)

 

Em Espanha, é possível verificar que está normalizado o uso desta expressão [“violência machista”] quando o tema é violência doméstica.

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O uso do termo “violência machista”, mesmo que certas esferas o neguem, é, por si só, importantíssimo, pois a presença no espaço público é fundamental para o respectivo conhecimento e entendimento.

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[Ao contrário da direita, o bloco progressista] não só reconhece a violência machista como apresentou medidas para a erradicar.

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“Violência machista” traz uma vantagem face a “violência doméstica”, pois abandona o aspecto espacial e aponta para o denominador comum: são mais os homens que matam e maltratam as mulheres pelo facto de serem mulheres.

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Negar a violência machista é negar a realidade; omitir o assunto é não ter ferramentas para o abordar.

Luís Alves Vicente, “Público” (sem link)


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