quarta-feira, 16 de outubro de 2024

CITAÇÕES À QUARTA (125)

Durante anos escrevi sobre Ricardo Salgado.

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[Lembro-me] como os partidos do centrão recebiam os seus apoios e lhe retribuíam.

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Se Ricardo Salgado era Dono Disto Tudo, era dono de muitos dos que agora lhe têm nojo. Sabiam o que a casa gastava. 

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[Ricardo Salgado acabou] na desgraça porque o esquema montado pelo novo capitalismo financeiro ruiu. 

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Não foi a distração das entidades reguladoras que levou ao colapso global. Foi a sua cumplicidade, dos bancos centrais às agências de notação. 

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Ainda hoje, causa maior preocupação um governador vindo da política do que da banca.

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[O BES estava em roda livre porque] o Banco Portugal fechou os olhos e os ouvidos a todos os avisos, porque entre cavalheiros do mesmo ofício não há desconfianças.

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Nesta década, ninguém pediu explicações a Cavaco Silva, um Presidente da República que se atravessou pela credibilidade do BES quando tudo já era evidente. 

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Nem a Maria Luís Albuquerque, a ministra responsável pela ruinosa resolução do banco, que até foi premiada com um lugar em Bruxelas.

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Um julgamento que começa uma década depois das investigações serem públicas dificilmente pode estar no seu tempo.

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O principal protagonista perdeu a capacidade de se defender dos crimes que terá cometido. 

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Agora, far-se-á história, não justiça.

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Nunca gostei de bater em quem já está no chão. Muito menos quando já nem pode defender-se.

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A humilhação a que Ricardo Salgado foi exposto ontem é o oposto de qualquer ideia de justiça.

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Sabia o que fazia quando o fez, não sabe o que fez agora.

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A pena a que seja sujeito servirá para quê? 

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Ricardo Salgado não está a ser julgado porque, para o ser, teria de ter consciência do julgamento e dos seus crimes. 

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Sem ele, sobra o espetáculo indigno de uma justiça de um país civilizado.

Daniel Oliveira, “Expresso” online

 

Hoje celebra-se o Dia Mundial da Alimentação, este ano subordinado ao tema “O direito aos alimentos para uma vida e um futuro melhores”.

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A garantia do acesso universal a uma alimentação equilibrada, segura e disponível deve constituir a salvaguarda de um direito humano consagrado.

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Fome, desnutrição e insegurança alimentar que contrasta com abundância e desperdício alimentar nos cenários extremos e opostos.

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O Dia Mundial da Alimentação foi instituído há 45 anos, por iniciativa da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) e celebra-se desde 1981.

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É precisamente neste contexto que a nutrição –​ e o nutricionista – se assume enquanto pilar dos vários processos envolvidos.

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Aos nutricionistas cabe a tarefa de educar a população, capacitando-a com estratégias e conhecimentos de literacia em saúde, incentivando a melhores escolhas alimentares.

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[É verdade que] quando o excesso de oferta alimentar é uma realidade, isso não é sinónimo de população saudável e informada.

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[Em Portugal, apenas um quarto da população segue os princípios da dieta mediterrânica o] que se reflete nos índices crescentes de obesidade, com destaque para a obesidade infantil.

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Neste momento, os hábitos alimentares inadequados são o terceiro fator de risco de mortalidade.

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O nutricionista orienta sobre as escolhas alimentares mais saudáveis e combinações equilibradas e acessíveis de alimentos.

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Os nutricionistas têm um papel imprescindível no desenvolvimento de políticas públicas de saúde, garantindo o direito à alimentação como condição para uma população mais informada e saudável.

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Devem também ter uma palavra decisiva na alocação de ajudas financeiras para a produção de alimentos saudáveis e locais.

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Os nutricionistas devem ser os profissionais-pivot na promoção de hábitos alimentares sustentáveis,

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Neste Dia Mundial da Alimentação não ficam nunca esquecidas as populações cujo acesso a alimentos é limitado.

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Também nas situações de emergência, como as guerras a que assistimos na atualidade, estes profissionais de saúde ajudam na procura de soluções para a garantir o acesso seguro à alimentação.

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No que se refere à produção alimentar, os nutricionistas podem ter uma ação de colaboração direta com agricultores, produtores e outros profissionais na promoção de práticas de produção alimentar sustentáveis.

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Os nutricionistas podem ser agentes de transformação em várias áreas estruturantes quando o tema é o acesso a alimentos e a disponibilidade alimentar.

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O Dia Mundial da Alimentação é também o dia daqueles que diariamente nela depositam os seus esforços, o seu conhecimento, a sua dedicação.

Liliana Sousa, “Público” (sem link)

 

Uma das técnicas [para ocultar a essência das coisas tal como elas são] é reduzir a complexidade da realidade e reduzi-la quase infantilmente aos bons e aos maus. Os bons são os nossos. Os outros os maus.

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O que se está a passar no Médio Oriente é paradigmático. O mundo ocidental abraçou a causa de Israel que designa como sendo a nossa.

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A Resolução 1514 da ONU reconhece a todos os povos o direito à independência e condena as ações repressivas contra a liberdade dos povos subjugados e ocupados.

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O direito internacional reconhece aos palestinianos o direito à autodeterminação nos territórios ocupados por Israel, designadamente a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Leste, de acordo com a Resolução 242 da ONU.

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Há décadas que sucessivos governos israelitas oprimem e reprimem violentamente os direitos nacionais palestinianos.

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Em Gaza, desde 7 de outubro de 2023 os bombardeamentos contra a população indefesa superam as noventa mil toneladas de bombas, três vezes o poder destrutivo das bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagasaki (cada uma tinha 15 KT de TNT).
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Gaza foi arrasada, inclusive hospitais, escolas e campos de tendas onde viviam dezenas de milhares de palestinianos.

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A sua [de Netanyahu] filosofia é aterrorizar as populações para as separar dos combatentes palestinianos ou resistentes à ocupação.

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Para retaliar por 1500 mortos não se pode matar a sangue-frio 41.000 palestinianos e arrasar Gaza.

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Na Palestina [o Ocidente] considera os ataques ao ocupante israelita como sendo terroristas.

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O nome desta política [de Netanyahu]  é o mais cruel terrorismo – o terrorismo de Estado.

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Até que Israel ponha termo à ocupação dos territórios palestinianos e reconheça a autodeterminação do povo palestiniano não haverá paz.

Domingos Lopes, “Público” (sem link)

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