(…)
[Lembro-me] como os partidos do centrão recebiam os seus
apoios e lhe retribuíam.
(…)
Se Ricardo
Salgado era Dono Disto Tudo, era dono de muitos dos que agora lhe têm nojo. Sabiam o que a casa gastava.
(…)
[Ricardo Salgado acabou] na desgraça porque o esquema montado
pelo novo capitalismo financeiro ruiu.
(…)
Não foi a distração das entidades reguladoras que levou ao
colapso global. Foi a sua cumplicidade, dos bancos centrais às agências de
notação.
(…)
Ainda hoje, causa maior preocupação um governador vindo da
política do que da banca.
(…)
[O BES estava em
roda livre porque] o Banco Portugal fechou os olhos e os ouvidos a todos os
avisos, porque entre cavalheiros do mesmo ofício não há
desconfianças.
(…)
Nesta década, ninguém pediu explicações a Cavaco Silva, um
Presidente da República que se atravessou pela credibilidade do BES quando tudo
já era evidente.
(…)
Nem a Maria Luís Albuquerque, a ministra responsável pela
ruinosa resolução do banco, que até foi premiada com um lugar em Bruxelas.
(…)
Um julgamento que começa uma década depois
das investigações serem públicas dificilmente pode estar no seu tempo.
(…)
O principal protagonista perdeu a
capacidade de se defender dos crimes que terá cometido.
(…)
Agora, far-se-á
história, não justiça.
(…)
Nunca gostei de bater em quem
já está no chão. Muito menos quando já nem pode defender-se.
(…)
A humilhação a que Ricardo
Salgado foi exposto ontem é o oposto de qualquer ideia de justiça.
(…)
Sabia o que fazia quando o
fez, não sabe o que fez agora.
(…)
A pena a que seja sujeito
servirá para quê?
(…)
Ricardo Salgado não está a ser
julgado porque, para o ser, teria de ter consciência do julgamento e dos seus
crimes.
(…)
Sem ele, sobra o espetáculo
indigno de uma justiça de um país civilizado.
Daniel
Oliveira, “Expresso” online
Hoje celebra-se o Dia Mundial da Alimentação,
este ano subordinado ao tema “O direito aos alimentos para uma vida e um futuro
melhores”.
(…)
A garantia do acesso universal a uma
alimentação equilibrada, segura e disponível deve constituir a salvaguarda de
um direito humano consagrado.
(…)
Fome,
desnutrição e insegurança alimentar que contrasta com abundância e desperdício
alimentar nos cenários extremos e opostos.
(…)
O Dia Mundial da Alimentação foi instituído há
45 anos, por iniciativa da FAO (Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e Agricultura) e celebra-se desde 1981.
(…)
É precisamente
neste contexto que a nutrição – e o nutricionista – se assume enquanto pilar
dos vários processos envolvidos.
(…)
Aos nutricionistas cabe a tarefa de educar a
população, capacitando-a com estratégias e conhecimentos de literacia em saúde,
incentivando a melhores escolhas alimentares.
(…)
[É verdade que] quando
o excesso de oferta alimentar é uma realidade, isso não é sinónimo de população
saudável e informada.
(…)
[Em Portugal,
apenas um quarto da população segue os princípios da dieta mediterrânica
o] que se reflete nos índices crescentes de obesidade, com destaque para a
obesidade infantil.
(…)
Neste momento,
os hábitos alimentares inadequados são o terceiro fator de risco de mortalidade.
(…)
O nutricionista
orienta sobre as escolhas alimentares mais saudáveis e combinações equilibradas
e acessíveis de alimentos.
(…)
Os nutricionistas têm um papel imprescindível
no desenvolvimento de políticas públicas de saúde, garantindo o direito à
alimentação como condição para uma população mais informada e saudável.
(…)
Devem também ter
uma palavra decisiva na alocação de ajudas financeiras para a produção de
alimentos saudáveis e locais.
(…)
Os
nutricionistas devem ser os profissionais-pivot na promoção de hábitos
alimentares sustentáveis,
(…)
Neste Dia
Mundial da Alimentação não ficam nunca esquecidas as populações cujo acesso a
alimentos é limitado.
(…)
Também nas situações de emergência, como as
guerras a que assistimos na atualidade, estes profissionais de saúde ajudam na
procura de soluções para a garantir o acesso seguro à alimentação.
(…)
No que se refere à produção alimentar, os
nutricionistas podem ter uma ação de colaboração direta com agricultores,
produtores e outros profissionais na promoção de práticas de produção alimentar
sustentáveis.
(…)
Os nutricionistas podem ser agentes de
transformação em várias áreas estruturantes quando o tema é o acesso a
alimentos e a disponibilidade alimentar.
(…)
O Dia Mundial da Alimentação é também o dia
daqueles que diariamente nela depositam os seus esforços, o seu conhecimento, a
sua dedicação.
Liliana Sousa, “Público”
(sem link)
Uma das técnicas
[para ocultar a essência das coisas tal como elas são] é reduzir a
complexidade da realidade e reduzi-la quase infantilmente aos bons e aos maus.
Os bons são os nossos. Os outros os maus.
(…)
O que se está a passar no Médio Oriente é
paradigmático. O mundo ocidental abraçou a causa de Israel que designa como
sendo a nossa.
(…)
A Resolução 1514 da ONU reconhece a todos os
povos o direito à independência e condena as ações repressivas contra a
liberdade dos povos subjugados e ocupados.
(…)
O direito internacional reconhece aos
palestinianos o direito à autodeterminação nos territórios ocupados por Israel,
designadamente a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Leste, de acordo com
a Resolução 242 da ONU.
(…)
Há décadas que
sucessivos governos israelitas oprimem e reprimem violentamente os direitos
nacionais palestinianos.
(…)
Em Gaza, desde 7 de outubro de 2023 os
bombardeamentos contra a população indefesa superam as noventa mil toneladas de
bombas, três vezes o poder destrutivo das bombas atómicas sobre Hiroshima e
Nagasaki (cada uma tinha 15 KT de TNT).
(…)
Gaza foi
arrasada, inclusive hospitais, escolas e campos de tendas onde viviam dezenas
de milhares de palestinianos.
(…)
(…)
Para retaliar por 1500 mortos não se pode matar a sangue-frio
41.000 palestinianos e arrasar Gaza.
Na Palestina [o
Ocidente] considera os ataques ao ocupante israelita como sendo terroristas.
(…)
O nome desta
política [de Netanyahu] é o mais
cruel terrorismo – o terrorismo de Estado.
(…)
Até que Israel
ponha termo à ocupação dos territórios palestinianos e reconheça a
autodeterminação do povo palestiniano não haverá paz.
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