(…)
Foi o Likud e seus aliados mais extremistas que acabaram por
determinar aquilo em que Israel se transformou.
(…)
Israel, a ideia generosa e fundadora de Israel, morreu.
(…)
Israel tornou-se numa das maiores deceções da humanidade.
(…)
O 7 de Outubro, extraordinário na sua abjeta violência, não
mudou a natureza da situação.
(…)
Perturbou a invencibilidade de Israel, que não tem sido
promotora de paz.
(…)
É caricato dizer que outros recusam a solução de dois Estados
quando o único com direito à existência é Israel.
(…)
Israel lida com o que lida qualquer ocupante: a resistência
dos ocupados.
(…)
Como decapitou as lideranças moderadas dessa resistência, [Israel]
ficou com os fanáticos que financiou e ajudou a crescer para tentar dividir o
inimigo.
(…)
Israel despejou 800 bombas por dia numa prisão de 360 km2 com
dois milhões de pessoas, matando 42 mil, um terço crianças.
(…)
Gaza foi terraplanada para que nada renasça no seu lugar.
(…)
Organizações israelitas garantem que Israel se prepara para
encerrar o Norte de Gaza e deixar morrer à fome quem lá fique.
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Netanyahu aproveita a instabilidade e a incerteza nos EUA
para esticar a corda.
(…)
Israel está em violação das resoluções da ONU há décadas.
(…)
O que está a fazer põe em perigo existencial a ordem regulada
que herdámos da II Guerra, de que, ironicamente, o Estado de Israel é
tributário.
(…)
Israel é visto pelo Ocidente como símbolo de uma dívida
histórica e como a linha da frente numa suposta guerra civilizacional.
(…)
Esta carnificina é um suicídio.
(…)
O suicídio moral de Israel é, de certa forma, o suicídio
moral do Ocidente.
(…)
Só a suspensão do envio de armas e do acordo de associação
com Israel, defendida por Pedro Sánchez, pode resgatar a pouca autoridade que
sobra ao Ocidente.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
O Partido Socialista só estará livre de
compromissos a partir de 2026. Por agora, será sempre acusado de que este
Orçamento também é dele.
(…)
A atitude de viabilização de Pedro Nuno Santos
não é ciência nem futurologia.
(…)
Mesmo dentro do próprio partido, a viabilização
do OE 25 é a maior garantia de validade do seu percurso político até às
autárquicas.
(…)
Os argumentos aduzidos são evidentes: houve
eleições há pouco tempo e novas eleições não garantiriam estabilidade.
(…)
Eleições legislativas antecipadas não estão na
agenda do PS e seriam um perigo para Pedro Nuno Santos.
(…)
Sempre foi evidente que André Ventura nunca
deixaria de viabilizar este Orçamento, sob pena de perder boa parte do seu
apoio financeiro e metade do seu grupo parlamentar.
(…)
Deixar a aprovação nas mãos da extrema-direita
comportava perigos de normalização que a Esquerda não pode correr.
No início deste mês, dois polícias municipais
de Lisboa foram condenados por envolvimento
numa rede de tráfico de seres humanos.
(…)
Este caso não pode ser visto como um incidente isolado. Pelo
contrário, reacende a necessidade de uma reflexão sobre o papel e a conduta das
forças de segurança em Portugal.
(…)
Emerge um padrão preocupante de abuso de poder,
má conduta e discriminação racial dentro do corpo policial português.
(…)
A
percepção de que a polícia portuguesa opera sob um manto de impunidade é
reforçada pela frequência com que surgem denúncias de abusos que não recebem o
devido acompanhamento mediático ou judicial.
(…)
[As falhas que se conhecem] reflectem-se na
forma como as forças de segurança interagem com comunidades marginalizadas,
especialmente imigrantes e minorias raciais.
(…)
Como podemos depositar confiança numa
instituição que continua a ser associada, recorrentemente, a comportamentos que violam direitos
humanos?
(…)
Está na hora de desafiar a credibilidade cega
que depositamos na polícia.
(…)
É crucial questionar as dinâmicas de poder que
permitem a perpetuação de violência sistémica contra grupos vulneráveis.
(…)
A falta de redes de apoio eficazes para
imigrantes e mulheres vulneráveis agrava ainda mais o problema.
(…)
A
polícia enquanto instituição está a mover-se para o lado oposto àquele em que
devia estar, constituindo-se como uma ameaça aos nossos direitos.
(…)
A
polícia deve servir o público de forma justa e equitativa, protegendo todos os
cidadãos, independentemente da sua origem ou condição.
Catarina Mendonça, “Público” (sem link)
Sempre
que se fala em aumentar os impostos às grandes fortunas ouvem-se sempre vozes
clamando que se trata de uma medida populista sem grande impacto nas contas públicas.
(…)
Por
mais factos e argumentos que demonstrem a falácia, a questão do agravamento da
tributação dos ricos foi embatendo nesse muro de vozes delimitador do espaço do
debate e infectante das opiniões.
(…)
A
justiça tributária por mais justa que seja acaba sempre enleada pela ideia
simples, mas arreigada: ninguém gosta de pagar impostos.
(…)
[Foi
preciso chegarmos ao ponto] de até as classes médias terem dificuldade em
sobreviver, é que as dogmáticas instituições executivas do mercado livre, como
o Banco Mundial e o FMI, apertaram o botão de alerta: está em causa o sistema,
algo é preciso fazer.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
Na
próxima reunião do G20,
o grupo das maiores economias do mundo, em Novembro, o assunto do imposto
mínimo global às grandes fortunas vai estar em cima da mesa.
(…)
Um
imposto de 2% às fortunas dos multimilionários – estamos a falar de umas 3000
pessoas – daria para arrecadar anualmente 250 mil milhões de dólares (230 mil
milhões de euros), ou seja, um pouco menos que o PIB anual português.
(…)
O caminho tem muitos escolhos cépticos e outros
tantos ideológicos.
(…)
Se Donald Trump voltar à presidência é pouco
provável que a proposta tenha o apoio dos Estados Unidos.
(…)
São
esses americanos abastados (com Elon Musk como a sua máxima expressão) que
agora estão a investir forte na campanha de Trump.
(…)
Para o 1% e
os 5% mais ricos dos EUA, as reduções fiscais da Administração Trump foram mais
de três vezes superiores ao corte de impostos para os 60% com menores
rendimentos.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
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