(…)
Porque ideologia são quadros de valores que
todos temos, é reacionário quem acusa os outros de “ideológicos” para impor a
sua ideologia como única.
(…)
Numa sociedade em que existe mais riqueza que
nunca, onde há capacidade para produzir alimentos e bens que garantam
uma vida digna a todos os seres humanos constata-se que os objetivos
estabelecidos para 2030, pela Organização das Nações Unidas (ONU), não serão atingidos.
(…)
Em Portugal, tomando os dados disponíveis (de
2022), a situação agravou-se.
(…)
Há mais de um milhão de portugueses a viver com
menos de 510 euros e três em cada quatro pensões de reforma de valor inferior
ao salário mínimo nacional. Temos, ainda, habitação cara e muitas casas sem
conforto.
(…)
Somos um país com profundas desigualdades - o
maior gerador de pobreza. Cidadãos identificados como estando “em risco de
pobreza” são pobres.
(…)
Não se erradica a pobreza com esmolas.
(…)
O que [o Governo] deve fazer é aumentar as
pensões com justiça evitando a sua erosão. Chega de hipocrisia.
(…)
As instituições e todos os que querem combater
a pobreza necessitam ser mais acutilantes.
O acordo militar assinado pelos Presidentes
russo, Vladimir Putin, e norte-coreano, Kim Jong-un, em Junho (…) é a
aliança estratégica mais importante entre duas nações desde o fim da Guerra
Fria.
(…)
Kim tem procurado aumentar a tensão na
península nos últimos tempos (…) para obter ajuda ao desenvolvimento dos
seus mísseis e do seu sector nuclear.
António Rodrigues, “Público”
(sem link)
Kim
Jong-un deve andar contente com o cheiro a Guerra Fria pela manhã. Não há
melhor especialista na diplomacia geopolítica desse passado que um regime que
nunca de lá saiu.
(…)
Yoon
Suk-yeol [Presidente sul-coreano] adoptou desde o começo do seu mandato, em
Maio de 2022, uma posição de força em relação ao regime norte-coreano.
(…)
De
acordo com os meios de comunicação da Coreia do Norte, o país reviu a sua
Constituição recentemente para incluir a menção à Coreia do Sul como um “Estado
hostil”.
(…)
Os
dois países nunca assinaram um acordo de paz depois do conflito (1950-53) que
dividiu a península entre o Norte pró-chinês e o Sul pró-ocidental.
(…)
A
Coreia do Norte vai transformar a fronteira com a Coreia do Sul numa
“fortaleza”, destruindo
as estradas e as ligações ferroviárias com o vizinho da península.
(…)
A ideia é implementar paulatinamente uma
separação completa entre as duas Coreias.
(…)
Desde
que no princípio deste ano Kim Jong-un declarou a República da Coreia como a
“principal inimiga” da República Popular Democrática da Coreia, o regime enviou
mísseis capazes de transportar ogivas nucleares para uma fronteira já
fortemente armada.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
[Estamos
a assistir a uma] mudança de paradigma da censura.
(…)
Já não limita o discurso através dos meios
repressivos do aparelho de Estado, mas oferece estímulos de mercado para mobilizar
colaboradores na construção de mantras convenientes.
(…)
O pluralismo real dos meios de comunicação, uma
realidade apenas há 30-40 anos, parece hoje uma máscara virtual, tentando
ocultar a crescente concentração monopolista dos media.
(…)
Há inúmeros exemplos da colaboração de media como a Sky News ou a CNN, com Washington e Bruxelas no
confundir da natureza de Gaza: um campo de extermínio apresentado como um campo
de batalha.
(…)
A censura no Ocidente não gera consenso,
mas sim conformismo, esculpido a golpes de mercado, combinando a cenoura e o
chicote.
Mais
um ano, mais um capítulo da promessa assumida pelo Governo português em reduzir
as desigualdades e promover a inclusão social, no Orçamento de Estado de 2025.
(…)
É evidente que existe uma desconexão
preocupante entre o que foi prometido e o que está efetivamente projetado.
(…)
Mais
alarmante é que o valor intrínseco da ação social parece ter sido relegado para
segundo plano, com cortes em programas essenciais para coesão social.
(…)
Medidas
como o acesso a creches gratuitas, a expansão dos programas de alimentação
escolar e programas de apoio à inclusão dos jovens no mercado de trabalho
correm o risco de ficar apenas no papel.
(…)
Esta disparidade levanta uma questão crucial:
quão comprometido está o Governo com a erradicação da pobreza?
(…)
A falta de recursos consistentes e de uma visão
de longo prazo no que toca à inclusão social é preocupante.
(…)
É neste contexto que o papel das organizações
da sociedade civil ganha uma relevância incontornável.
(…)
As ONG têm surgido como uma solução alternativa
e eficaz, preenchendo as lacunas deixadas pelas políticas públicas
insuficientemente financiadas.
(…)
Ao
contrário das políticas públicas, muitas vezes morosas e inadequadas face às
realidades locais, as organizações conseguem atuar rápida e eficazmente,
aproveitando o talento e o esforço coletivo dos jovens.
(…)
O
OE2025 deveria refletir um compromisso sério com a inclusão social, garantindo
que as promessas feitas pelo Governo não serão apenas simbólicas.
(…)
Se queremos
um país mais inclusivo e coeso, é fundamental que o combate à pobreza seja
central no Orçamento e não apenas uma nota de rodapé.
(…)
A
falta de investimento adequado em programas de inclusão levanta dúvidas sobre a
congruência entre a retórica política e a prática orçamental.
(…)
É
necessário um esforço coletivo para exigir uma maior responsabilidade do
Governo e para continuar a apoiar iniciativas da sociedade civil que têm
mostrado ser capazes de fazer a diferença.
Joana Moreira, “Público” (sem link)
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