sábado, 19 de outubro de 2024

MAIS CITAÇÕES (304)

 
[Em 25 junho de 2006] combatentes palestinianos, do Hamas e não só, penetraram em Israel por um túnel de meio quilómetro junto a Rafah, atacaram um posto militar, mataram dois soldados, feriram quatro e voltaram com Shalit.

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O refém Shalit sairia o mais caro de sempre ao Estado judaico.

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Sinwar [o cérebro do 7 de Outubro] foi um dos 1000 prisioneiros palestinianos trocados pelo soldado Shalit em 2011, acordo que hoje parece mirabolante, se pensarmos em tudo o que Netanyahu não fez para libertar os reféns do 7 de Outubro.

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Os executores do raide [de 25 junho de 2006] eram militantes da ala militar do Hamas, dos Comités de Resistência Popular e de um desconhecido Exército do Islão.

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Mas anos depois, quando o acordo foi feito, e Shalit trocado pelos 1000, entre os libertados havia barbas rijas, até grisalhas. Como a de Sinwar, que passara 22 anos na cadeia. Pensem em 22 anos da vossa vida.

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Sinwar se tornou o Inimigo nº1 de Israel a 7 de Outubro, mas Israel já era o Inimigo nº1 de Sinwar havia 75 anos.

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Ele herda a resistência ao nascer, e vai deixá-la em herança muito mais feroz.

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Os israelitas que o interrogaram na prisão lembram um homem sem qualquer medo, que ameaçava os seus carrascos ali mesmo, sendo prisioneiro.

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O que também ajuda a entender porque não é possível resumir — ou destruir — o Hamas como um grupo terrorista.

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Esse mesmo Ocidente que agora se escuda com o Hamas para não ver, e tentar que não se veja, a sua própria ignomínia.

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O ferro do Hamas queimou Israel até ao osso. E os líderes ocidentais tapam o seu próprio crime contínuo com o Hamas.

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Mas o Hamas não é o vosso escudo humano. Sinwar não é o vosso monstro.

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O Hamas fortaleceu-se por ser incorruptível, dar a vida à causa e sendo implacável.

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É um movimento religioso, de resistência nacional, que encara todos os meios como legítimos para a sua visão da libertação da Palestina

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As eleições de Janeiro de 2006, as únicas a que o Hamas concorreu, e que ganhou de forma limpa.

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[Sinwar] só foi libertado em 2011.

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Ficará para a história como o homem que infligiu a Israel o maior golpe de sempre, e não vai ser fácil substituí-lo.

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O Hamas é uma ideia sem fim de resistência, enquanto estiver lá o que mantém um povo inteiro refém.

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Não certamente a minha ideia. Não a ideia de tantos e tantos palestinianos. Mas uma ideia verdadeira para muitos. E que muitos outros adoptaram porque mais ninguém estava lá, para lutar com eles, por eles.

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Infelizmente a defesa internacional da Palestina é reclamada por um regime tão odioso como o Irão (…) pela derrocada moral das democracias selectivas: as nossas.

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Os palestinianos perderam o passado há 76 anos, perdem o presente há 76 anos, e, mais rápido do que tínhamos visto em qualquer guerra, já perderam uma parte do futuro próximo desde 7 de Outubro.

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Há quem se incomode não com a continuação do holocausto, mas com o facto de se continuar a falar dele.

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[O assunto] não mudará, enquanto Israel ganhar a vida à custa da morte da Palestina (ou do Líbano).

Alexandra Lucas Coelho, “Público” (sem link)

 

No tempo presente, o direito à informação é espezinhado, cultiva-se a opacidade, e está a “normalizar-se” a morte de jornalistas que tentam informar-nos a partir de teatros de guerra e conflito, que proliferam.

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As redes sociais e novas centrais de manipulação de notícias ampliam a desinformação e seus impactos no comportamento de cada cidadão, e nas relações entre povos e países. 

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Os média tradicionais (sem dúvida importantes) sofrem a influência dos outros.

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A volúpia do imediatismo é tentação fatal.

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Em Portugal, o “Plano de Ação do Governo para a Comunicação Social” surgiu num invólucro com alguns objetivos bonitos. Cheira a publicidade enganosa.

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O resultado do trabalho de um(a) jornalista - em particular pelas especificidades da profissão e pelo código deontológico que tem de ser respeitado - está dependente das condições em que o trabalho é desenvolvido. 

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A Comunicação Social está em estado periclitante que ameaça a democracia.

Carvalho da Silva, JN

 

Com o crescimento económico a abrandar e a necessidade de encontrar novas formas de rendimento, o Governo chinês começou a olhar mais seriamente para os seus multimilionários.

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Numa primeira fase, trata-se de conversas amigáveis, com propostas de cobrança de 20% de impostos sobre os ganhos de investimento fora do país e multas em relação a impostos em atraso.

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Até agora os alvos foram chineses com pelo menos 10 milhões de dólares (9,2 milhões de euros) em activos fora do país ou accionistas em empresas cotadas nas bolsas de Hong Kong e de Nova Iorque.

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Com o crescimento económico a abrandar e a galinha dos ovos de ouro do imobiliário em queda, a “reforma dos sistemas fiscal e tributário” tornou-se fundamental para o Presidente Xi Jinping.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

A atribuição do Prémio Nobel da Paz à organização japonesa Nihon Hidankyo revela, por entre o “som e a fúria” que varre o mundo, um Comité Nobel ainda capaz de visar o essencial. 

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[Este prémio é como que uma] tentativa de revelar ao auditório mundial, pelas consequências, aquilo que ele não parece conseguir apreender pelo conhecimento das causas.

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Muitas das pessoas que se encontram em posições relevantes, nas diferentes etapas do processo de decisão político-militar, aparentam carecer de conhecimento suficiente para evitar uma catástrofe. 

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O risco de vida ou morte que paira sobre milhões de europeus exige estadistas e não jogadores de poker.

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O facto de a Humanidade ter saído incólume da Guerra Fria, tem uma componente miraculosa (não antecipável concetualmente), mas também uma explicação racional.

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A língua comum que permitiu o fim pacífico da Guerra Fria foi o sistema baseado na consensualização da doutrina da Destruição Mútua Assegurada.

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Essa linguagem do imperativo da paz, decorrente do sistema da MAD, não é ainda uma língua morta, mas foi esquecida, quase totalmente na Europa e parcialmente nos EUA.

Viriato Soromenho Marques, DN


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