sábado, 21 de dezembro de 2024

MAIS CITAÇÕES (312)

 
Neste dia de solstício de inverno de 2024, dia de celebração da vida, precisamos muito da vitória da luz sobre a escuridão, de reforçar a condenação da guerra e arquitetar caminhos de paz.

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O pano de fundo que hoje marca toda a vida coletiva no plano mundial é um perigoso conflito entre o esbracejar de uma potência que se sente em queda e “quer ser grande outra vez” - Estados Unidos da América - e a agitação provocada pela emergência de uma outra potência que não pertence ao Ocidente - a China.

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A carga explosiva acumulada exige aos europeus e a todo o Ocidente humildade e uma postura genuinamente democrática.

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Os contributos dados pelos países europeus para o progresso das sociedades foram reais, mas os outros não os reconhecerão se construímos narrativas oportunistas ou mentirosas.

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Não podemos apoiar ou condenar um beligerante em função de ser ou não considerado nosso amigo.

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A persistência em narrativas carentes de verdade e o estender do tapete ao avanço das forças fascistas conduzirão a Europa para a sua velha condição de palco permanente de guerras.

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O execrável espetáculo que Luís Montenegro e o seu governo deram ao país e ao Mundo, na passada quinta feira, no Martim Moniz, em Lisboa (…) é uma prática fascista e arrastará graves prejuízos para o país e para a imagem dos portugueses à escala global.  

Carvalho da Silva, JN

 

O turbilhão de acontecimentos que atinge a Europa é deliberadamente ilegível, tal a intensidade de narrativas fabricadas, encarniçadas contra a debilidade da verdade material.

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Querer substituir a dureza dos factos pelas opiniões convenientes, é receita certa para o desastre. 

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Biden, (…) resolve envolver-se diretamente no conflito [da Ucrânia] (com o apoio de Londres), através do uso de mísseis contra alvos na Rússia (…) arriscando generalizar a guerra.

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O candidato que iria ganhar folgadamente a segunda volta, Calin Georgescu, queria sair da guerra e travar a construção na Roménia da maior base da NATO. Os protestos foram abafados, incluindo com detenções…

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A retórica humanista do Ocidente tem coabitado com a perseguição a cidadãos que nos EUA, Alemanha e Reino Unido protestam contra o genocídio e a violência extrema de Israel em todo o Médio Oriente.

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O descontentamento popular com o empobrecimento europeu, muito forte em Paris e Berlim, bate no muro blindado de uma ordem, aparentemente, inamovível.

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As verdades empíricas, os factos, são apresentados como meras opiniões. 

Viriato Soromenho Marques, DN

 

A China tem hoje um dos programas espaciais mais activos do mundo e o objectivo é ver os seus astronautas pisar a Lua em 2030.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

A arte dá a possibilidade de alguns se elevarem acima da sua pequenez biográfica, de serem mais altos do que a sua estatura física; sobretudo, de nos mostrarem a beleza quando a sordidez da humanidade nos faz esquecer o resto.

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É nestas alturas, quando nos sentimos a caminhar para o desastre, uma indignidade atrás de outra, que a nossa fé mal direccionada para recompensas post mortem deveria prestar atenção aos poetas e pôr de parte os seus biógrafos.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

 “Visibilidade?” Certamente. De que há em Portugal pessoas que vivem e trabalham e que não têm a cor certa, não têm a religião certa, não vestem como nós, não têm os nossos costumes e que não falam ou falam mal português.

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E que, ao não ser isto tudo, dá “visibilidade” a que essa gente estranha é criminosa. 

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Pode-se e deve-se falar de insegurança, real e de percepção, pode-se e deve-se falar de emigração, legal e ilegal, sem vir logo com o anátema do Chega.

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A esquerda esquece que muitos dos que sofrem mais com a insegurança gerada (…) são os mais pobres, os mais excluídos, os que vivem em bairros onde tudo é perigoso, para si mesmos e para a sua família, os seus filhos em particular.

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As cidades estão cada vez mais agressivas, os transportes cada vez mais demorados, as ruas com o caos do trânsito mais cansativas e perigosas.

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Todos dispõem hoje de instrumentos que destroem a sociabilidade, e são usados para o controlo de proximidade, como os telemóveis.

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A operação do Martim Moniz foi feita para este mundo de insatisfação, ressentimento, culpabilidade dos outros, de medo.

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No caso das pessoas encostadas à parede na Rua do Benformoso, neste caso, o Governo do PSD e CDS comportou-se como o Chega, em ideologia, em política, em racismo e actuou como o Chega.

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Ora Chega já basta um.

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Mas se se quer falar de crimes, quando é que são encostados à parede os que vivem do emprego ilegal, pagando salários de miséria, sem quaisquer direitos laborais.

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[Também há que encostar à parede] os que obrigam a trabalhar em condições extremas em temperaturas altíssimas nas estufas, os que exploram esse proletariado da bicicleta que atravessa as nossas cidades com mochilas de alimentos a qualquer hora do dia ou da noite?

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Desses emigrantes há muito quem goste porque vive de os explorar.

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Para um partido como o PSD, cujo fundador unia duas influências dominantes, a da doutrina social da Igreja e a da social-democracia europeia, é uma mancha de vergonha.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

Visto do céu, o mundo é sem muros e sem fronteiras.

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A preferência ou a parcialidade por alguém em razão do seu nascimento, classe, qualidade ou títulos é incompatível com uma visão adesão ou filiação cristã.

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Donde, por exemplo, as atuais políticas públicas de condicionamento, de limitação ou de interdição do acesso de emigrantes ao SNS, e as práticas de concessão relâmpago de residência e de nacionalidade (vistos gold) apenas a milionários, além de eticamente insuportáveis, traduzem um modelo, de existir e de agir em insuprível contravenção com o ditame evangélico.

Manuel Castelo Branco, “Diário de Coimbra” (sem link)


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