sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

CITAÇÕES

 
Donald Trump associa a violência desumanizadora a uma visão empresarial da política.

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[Para Trump] há uma excelente parcela de terra à beira-mar e o acesso às rotas para norte e às matérias-primas que os EUA precisam. Há negócios. 

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Ontem foram ocupações, hoje são tarifas.

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Também não me parece que Israel alguma vez tenha olhado para os palestinianos de forma diferente de Trump.

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Para os dois, o povo de sub-humanos que ali vive há séculos é um obstáculo a ser removido, sem que tenha sequer o direito moral à resistência.

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[Trump] não é uma excrescência do sistema, é o ponto a que o sistema chegou.

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O problema nunca são os avanços tecnológicos. É o contexto institucional em que eles acontecem. E, neste contexto, restará pouco espaço para a democracia.

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A política deslocou-se de tal forma que hoje [Reagan e Thatcher] quase parecem centristas.

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A forma de [Trump] ver o mundo e o Estado tenderá a tornar-se mainstream. Porque é a mais próxima do capitalismo emergente.

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As regras sempre foram adaptáveis porque, no essencial, não é a ideologia, mas os interesses que determinam o comportamento dos Estados.

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Todas as supostas regras liberais foram sendo destruídas por supostos liberais.

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Na prática, vivem bem com a concentração monopolista (económica e cultural)

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Não é estranho partilharem com Trump um grande entusiasmo com Javier Milei, um lunático neoliberal de perfil autoritário. 

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Ele é a síntese do lugar político para onde se encaminham. Um lugar onde a importação de reclusos pode ser um negócio

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Poderíamos perguntar se faz sentido manter uma aliança militar com uma potência que ameaça usar a força para tomar um território de um aliado.

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Alguém acredita que a Alemanha e a França, depois das próximas eleições, estarão em condições de manter um braço de ferro comercial com Trump? 

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Depois do primeiro susto, teremos os acordos desejados, como aconteceu com o Panamá, e, no meio de foguetório, mentiras e contradições, Trump voltará a conseguir o que quer.

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O que está a acontecer desfaz, aliás, a ideia de que assistíamos a uma polarização entre extremos. 

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Assistimos, desde a queda do Muro de Berlim, a uma rampa deslizante que levou as forças progressistas a assumirem o essencial do neoliberalismo.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

A escola pública e os programas de educação estão no centro de uma batalha feroz por parte da extrema-direita para normalizar as suas ideias extremistas.

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Os partidos de extrema-direita querem fazer da escola “o bastião da sua batalha ideológica e cultural” contra um “sistema educativo” que dizem estar dominado pela “chamada ideologia progressista”.

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A extrema-direita quer combater o progressismo com um regresso ao que eles denominam como “valores tradicionais”, mas “a partir de uma perspectiva de mercado.

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[Estamos perante] um “neofascismo educativo” que junta “elementos tradicionais do fascismo com novos elementos provenientes do neoliberalismo”.

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O seu objectivo é “questionar e desacreditar” o modelo da escola pública, semear “a desconfiança” no trabalho dos professores, “minar” a relação entre os pais e a escola, “fomentar o medo” nos professores ao ponto de se autocensurarem.

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[O objetivo da extrema-direita] é acabar com essa ideia da escola que eduque cidadãos com base “em valores democráticos plurais” que favoreçam “a igualdade social” e dar prioridade à decisão individual contra a “ética pública e o bem comum”.

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Acabar com o Departamento de Educação era uma promessa de campanha e faz parte do leque de propostas do denominado Project 2025

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[A extrema-direita leu toda a mesma cartilha] acabar com as ideias de “esquerda” que aparentemente dominam todas as políticas de educação nos países ocidentais.

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Aquilo que [O Departamento de Educação faz nos EUA] é supervisionar os programas de empréstimos, administrar as bolsas dos estudantes de baixo rendimento, ajudar a financiar os programas de apoios a estudantes pobres e com deficiência e impedir a discriminação com base na raça ou no sexo.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

Mais do que da responsabilidade política, este é o momento em que se percebe a irresponsabilidade do Chega no momento da captação e da escolha dos candidatos que apresentou a eleições. 

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[Nojo, mentira, demagogia e falta de escrúpulos é o que revelam algumas notícias] que envolvem dirigentes, deputados e quadros do partido de André Ventura a quem alguns portugueses confiaram 50 deputados para “limpar Portugal”.

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E assim se procede à limpeza, recrutando oportunistas.

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[O deputado Miguel Arruda] é mais um dos casos exemplares que atestam a lama que a extrema-direita arrastou para a AR com a conivência do voto de muitos.

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[Nenhum caso] deveria espantar, senão pelo peso e gravidade explícita. 

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Quase um quinto dos deputados tem ou teve problemas com a Justiça, enquanto agitam a bandeira do combate ao crime, à corrupção ou à insegurança dos imigrantes.

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A retórica do líder do Chega começa a ter o confronto da realidade.

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O modelo deste partido personalizado em Ventura cresceu na exacta dimensão das mentiras que sempre contou. 

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André Ventura foi e é apenas, o exemplo-farol seguido pelos seus acólitos, onde vale tudo.

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Agora a chafurdar dentro da própria lama.

Miguel Guedes, JN

 

Se o autoritarismo e o supremacismo racial, de género, de orientação sexual ou de classe de Trump não são uma novidade, o ecossistema tecnológico dentro do qual exerce o seu poder é absolutamente inédito.

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[Os amadores de ficção científica da Silicon Valley] transformaram-se numa espécie de techno-"bro"-oligarquia reacionária, com uma perna no futuro e outra bem assente no passado, nomeadamente colonial e supremacista.

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Se até há pouco tempo, o patrão de Meta defendia a regulação dos conteúdos e até bloqueou a conta de Trump, ei-lo agora a fazer, encurvado, o beija-mão ao rei.

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Se os algoritmos das redes sociais já nos confinam a bolhas ideológicas, Zuckerberg parece querer ir ainda mais longe, erodindo a própria base comum que deveria sustentar a sociedade, uma base assente em factos, na verdade e nos valores democráticos.

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Voltar à lei do mais forte, a “mais agressividade” como defende Zuckerberg.

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Como os interesses económico-ideológicos destes ciberimperialistas são mundiais, o objetivo é destruir a democracia.

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A nossa democracia e as suas instituições são sólidas o suficiente para aguentar um Trump português?

Luísa Semedo, “Público” (sem link)


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