sábado, 15 de fevereiro de 2025

MAIS CITAÇÕES (320)

 
As insuficiências, o descrédito e até a falência de muitas instituições, globais ou nacionais, são evidentes.

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Faz-se a exaltação da guerra em múltiplas expressões, refinando-se a desinformação sobre as suas causas e impactos.

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E substitui-se a observação dos factos pelas chamadas perceções.

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O trumpismo bloqueia instituições mundiais, quando era necessário reformá-las e revitalizá-las para as tornar menos ocidentais, mais democráticas e globais.

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Nos Estados Unidos da América são desarmadas instituições em catadupa, numa lógica fascista de cilindrar antes que haja espaço à reflexão e à ação.

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A ausência de atenção aos cidadãos também é patente nas práticas de governação europeias e nacionais.

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No quinquénio 2020/2024 registaram-se no país 695 acidentes de trabalho mortais e 2995 acidentes de trabalho graves (números que pecam por defeito).

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[Somos] um país onde a vida vale menos no trabalho que fora dele. As instituições e os governos sabem disto, mas não agem.

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Esta semana o Tribunal da Relação de Lisboa considerou prescrito o processo relativo a um “cartel da banca” que manipulou spreads entre 2002 e 2013.

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O Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS) havia condenado os infratores a pagarem 225 milhões de euros.

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As provas são muito evidentes, mas a Autoridade da Concorrência gastou sete anos a investigar, a que se somou o tempo de retenção no TCRS.

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É necessário responsabilizá-las [as instituições] pelas funções que lhes estão atribuídas.

Carvalho da Silva, JN

 

Trump tirou a limpeza étnica do armário mal chegou à Casa Branca, e Israel está com ele (…) mas também dois terços ou mais dos israelitas.

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Não há notícia de políticos israelitas se oporem. Até entre opositores do governo, o “plano” de Trump foi descrito como “interessante” ou “fora da caixa”.

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Claro que entre a Gronelândia e Elon Musk o céu não é o limite, vi até um cartoon com o foguetão a postos.

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Uma pesquisa do Jewish People Policy Institute (…) mostrou que 7 em cada 10 judeus israelitas querem “os árabes de Gaza realojados noutro país”. Aqui na Terra. Ainda.

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Nos 80 anos da libertação de Auschwitz, o Estado fundado pelos sobreviventes do Holocausto apoia assim, largamente, a remoção de 2,3 milhões de palestinianos.

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Entretanto, nos EUA, 350 rabinos, intelectuais, artistas judeus compraram um anúncio de alto a baixo no New York Times de 13 de Fevereiro: “Trump apelou à remoção de todos os palestinianos de Gaza”, dizem em cima.

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Onde está o anúncio equivalente em Israel? Onde estão os rabinos, os intelectuais, os artistas? E os médicos, os professores, os estudantes, os jovens, na sua grande maioria?

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Seis polícias de Jerusalém que não falavam inglês nem árabe fizeram um raide em duas lojas da Educational Bookshop, a mais amada livraria de Jerusalém Oriental Ocupada.

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E não só os polícias confiscaram mais de 100 livros em árabe ou inglês apenas porque tinham algum sinal da Palestina, como prenderam os irmãos livreiros Ahmed e Mahmoud Muna.

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Onde está o povo que durante séculos confiou nos livros o futuro, lendo-os, escrevendo-os? Que confiou neles para não morrer.

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Eu tinha visto, não muito antes, o vídeo de uma biblioteca pública em Gaza destruída pelas bombas.

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Duas caras para a História, uma o oposto da outra: a de Netanyahu , a 4 de Fevereiro, e a do rei da Jordânia, a 11 de Fevereiro, ambas ao lado de Trump, ouvindo-o tirar tudo do armário perante o mundo.

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E dias depois, o rei da Jordânia — primeiro líder árabe depois da posse de Trump —, pequenino, acabrunhado, com a cara torcida, ouviu Trump explicar aos jornalistas que os EUA não iam comprar Gaza, porque não havia nada a comprar, era uma zona de guerra.

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Os EUA iam tomar Gaza. Conservar Gaza. Acarinhar Gaza.

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E realojar os palestinianos de Gaza em outros países como a Jordânia. [O Rei da Jordânia] ouviu e engoliu, sem a coragem de repetir o não que já tinha dito e continuou a dizer fora dali.

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Primeiro o demiurgo [criador] do inferno, com mandado de captura internacional e processos em casa, a quem Trump dava a grande recompensa. Depois, o rei da desgraça árabe.

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O que o mundo está a ver resulta do que Biden, Blinken & Cia fizeram e não fizeram desde o 7 de Outubro (para não recuarmos mais).

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Não há nada para comprar em Gaza? Há terra. 

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Os palestinianos de Gaza estão a viver nos escombros do que Israel bombardeou.

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Os Médicos Sem Fronteiras contam que as crianças caminharam descalças para voltar ao Norte, têm feridas, infecções nos pés. Água e electricidade (cortadas por Israel a 7 de Outubro) não voltaram com o cessar-fogo.

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Falta tudo aos palestinianos ao fim de 500 dias de guerra, era disso que o mundo devia estar a falar.

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Israel já não discute se vai limpar etnicamente os palestinianos, mas para onde.

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A [Alemanha] acaba de proibir conferências com Francesca Albanese, a relatora especial da ONU para a Palestina, e Eyal Weizman, do colectivo Forensic Architecture.

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Até onde irá a renazificação da Alemanha no século 21?

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[Este seria o momento de a Europa] juntar-se a partes do Sul do mundo, impor sanções a Israel, honrar a dívida que tem para com os palestinianos desde 1948.

Alexandra Lucas Coelho, “Público” (sem link)

 

Esta questão do muro político à extrema-direita está a inflamar a Alemanha e a mobilizar para as eleições muita cidadania que parecia estar fora do voto. 

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A rejeição de qualquer abertura à extrema-direita pôs na rua, em manifestações, 200 mil pessoas há uma semana em Berlim e 250 mil neste sábado em Berlim. 

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Merz, líder da CDU, já percebeu o erro de se ter aproximado da AfD através das políticas migratórias. 

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Esta questão da política migratória, pelas implicações com a extrema-direita, sobrepôs-se à económica que parecia central.

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A economia vai ser prioridade para o novo governo. A energia nuclear que Merkel tinha decidido fechar vai certamente fechar à Alemanha.

Sena Santos, “Sapo” opinião


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