sábado, 21 de agosto de 2021

CITAÇÕES

 
[As mulheres afegãs] nunca foram prioridade para os beligerantes e as suas potências, por muitas lágrimas de crocodilo que agora se veja correr.

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[No Afeganistão] um regime imposto pelos ocupantes, uma elite governante envolvida em mega-esquemas de corrupção, terá feito nascer a pergunta: “Para quê lutar?”.

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[No Afeganistão] falhou compreender o essencial, esta não era uma guerra dos afegãos, era dos EUA e da NATO.

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Qual o balanço dos que fizeram a guerra em nome do combate ao terrorismo e cujo resultado foi a proliferação dos grupos terroristas, como o Daesh?

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O negócio da guerra foi um falhanço para os povos de todo o mundo. 

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Do lado da China, estão em mira os enormes recursos naturais do Afeganistão, com boas reservas de ferro, cobre e ouro e um dos maiores depósitos inexplorados de lítio do mundo.

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Nenhuma destas potências [Paquistão, China e Rússia]  perde o sono com o desrespeito pelos direitos humanos – o saque do país não trará problemas de consciência, mesmo que mantenha o povo afegão na penúria.

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Antes que seja tarde demais é urgente não falhar novamente ao povo afegão.

Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)

 

Portugal continua a ser dos países europeus em que os cidadãos mais dificuldade têm para fazer férias.

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Este setor e o imobiliário pesam muito na economia e têm marcado a evolução do seu perfil, em vários aspetos negativamente.

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O crescimento do setor exige análise de dinâmicas que o turismo e atividades conexas sofreram à escala europeia e até global, mas é preciso situar bem a sua evolução no plano nacional.

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É um facto que o turismo deu um contributo significativo para a criação de emprego e para o crescimento económico a partir de 2014.

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[O turismo] passou a ser referenciado pelos empresários e governantes como importante setor exportador.

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Portugal é, assim, um país com uma "internacionalização sitiada e frágil" e com excesso de terciarização, sendo as atividades de menor produtividade do trabalho e não-deslocalizáveis aquelas que tiveram maiores taxas de crescimento.

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Se a nossa especialização assentar no turismo e no imobiliário voltamos ao mesmo, porventura agravado: baixas qualificações, baixos salários, muita precariedade, desertificação e emigração.

Carvalho da Silva, JN

 

O despacho que vem clarificar e dar força de lei à lista dos alimentos que não podem fazer parte da oferta alimentar nos bares das escolas, algo que já está sugerido como recomendação há quase uma década.

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À boleia da ementa, a trincheira da direita liberal quis transformar os bares das escolas numa aula de economia política.

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A ideia de uma escola onde se ensina algo que é imediatamente contrariado à saída da sala de aula é a negação da validade da aprendizagem.

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A promoção de hábitos de vida saudável não se faz apenas e só pela proibição.

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Para os que entendem que se compra fora da escola o que não se encontra lá dentro, aconselha-se a luta pela colocação de máquinas de tabaco à porta das bibliotecas escolares.

Miguel Guedes, JN

 

Tudo o que pode ser feito para melhorar o nosso sistema de ensino é conhecido.

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As decisões deste Governo têm ignorado o conhecimento que a investigação em Epistemologia e Educação tem proporcionado.

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Há seis anos que venho mostrando nesta coluna os sinais do sistema dominante, uma espécie de distopia pedagógica paranóica, que nos vai afastando dos resultados médios da OCDE.

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[A psicologia cognitiva concluiu] há muito, que só conhecimento gera conhecimento e que para entender e assimilar conhecimento novo é necessário possuir-se conhecimento anterior, que vincule a aquisição do novo.

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[Está demonstrada] a importância do conhecimento acumulado pela memória de longo prazo na resolução de novos problemas.

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Não é procurando que os alunos actuem como cientistas nas aulas que os preparamos para serem cientistas no futuro.

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A produção científica disponível mostra que é aprendendo por ensino directo, feito pelos professores, que não por metodologias de descoberta, que se obtêm os melhores resultados.

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[Há que] elevar a Educação a prioridade política, do pré-escolar ao superior, passando pelo básico e secundário.

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[Há que] Proceder à reformulação integral do plano de estudos do ensino obrigatório e dos respectivos conteúdos disciplinares.

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É inaceitável que muitas crianças cheguem a permanecer na escola dez horas por dia.

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Importa por isso avaliar o impacto que essa permanência significa no desenvolvimento das crianças.

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[Há que]  Valorizar a autoridade do professor.

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[Há que] operar a revisão do estatuto da carreira docente, particularmente para remover os constrangimentos injustos de progressão e desenhar um novo modelo de avaliação do desempenho. Abolir a classificação do desempenho, entre pares, dentro da escola.

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[Há que] Pôr fim à instabilidade e à precaridade da profissão docente, designadamente pela estabilização dos quadros, alteração dos mecanismos de concursos e vinculação de contratados.

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[Há que] Reduzir o número de alunos por turma e definir o máximo de alunos por professor.

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[Há que] Proceder à revisão do modelo de gestão dos estabelecimentos de ensino, recuperando a sua democraticidade.

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A agregação de escolas foi uma das medidas de maior impacto negativo no funcionamento do sistema.

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Reconhecer que as escolas carecem de apoios diferentes, em função dos contextos diferentes em que operam. 

Santana Castilho, “Público” (sem link)

 

A Casa Branca não tem capacidade de impor o seu domínio militar em todos os lugares do mundo.

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Estas operações [no Iraque e no Afeganistão] começaram mal, continuaram pior e acabaram como tinham que acabar. 

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Trump assinou com os talibãs o acordo para a saída das tropas, em fevereiro de 2020, na presença da Índia, China e Paquistão.

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Um dos mistérios da ocupação é que, ao longo dos 20 anos, o Afeganistão reforçou a sua posição como o maior produtor de ópio (…), gerando 90% da colheita mundial.

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Com a ocupação da NATO, tornou-se um sucesso, tendo mais do que triplicado a área utilizada para o ópio.

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Este negócio tem rendido por ano cerca de 200 milhões de dólares aos talibãs, que controlam parte da área cultivada, mas seria incompreensível sem a conivência do exército ocupante.

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A ocupação era uma estratégia condenada, a produção de droga aumentou, um exército gigante colapsou, nada parece fazer sentido no Afeganistão. 

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)


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