sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

CITAÇÕES

 
A França é o centro da história política desde 1789.

(…)

De França vieram muitas das ideias, alguma da cultura e não raras das ambições mobilizadoras que fizeram as cores do mundo contemporâneo.

(…)

Por isso, a desagregação do regime francês é tão marcante, à esquerda e à direita.

(…)

As eleições presidenciais, dentro de três meses, são o espelho dessa crise.

(…)

A possibilidade de uma convergência [à esquerda] é nula.

(…)

O puzzle parece indecifrável e, na confusão, favorece Macron.

(…)

A velha esquerda perdeu a voz popular.

(…)

Ou Macron triunfa impondo a sua terra queimada ou abre a porta à “orbanização” do país.

(…)

O projeto Macron esgotou-se e leva a União Europeia a jogar as suas fichas num projeto que a vai pôr em causa. A França está a semear o perigo.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

A entrada de leão de uma proposta de um Rendimento Básico Incondicional [RBI], uma chuva de dinheiro que ia “distribuir “riqueza a nacional”, nos dizeres do Livre, deu lugar a uma saída de sendeiro.

(…)

Não se vai voltar a ouvir falar do assunto.

(…)

[É que] isso implica fazer a conta para pagar essa oferte perpétua de um rendimento básico.

(…)

[Os autores da proposta] querem semear a espectativa de se receber dinheiro, mas recusar-se-ão sempre a dizer quanto.

(…)

Esse é o seu tabu, pois esse pagamento é uma fantasia.

(…)

Eu pago para os defensores do RBI proporem estes números [menos de 100 euros] como remédio para Portugal.

(…)

[Pagar a toda a gente] é uma opção estranha, além do facto notável de que, mais uma vez, têm mesmo de fazer as contas e mostrar como se pode pagar a 10 milhões de pessoas.

(…)

Muitos liberais estão entusiasmados com a ideia e ela já foi proposta em congressos do PSD com uma implicação lógica, damos este dinheiro e cortamos despesas do Estado.

(…)

Em vez de apoios sociais para quem precisa e de acesso gratuito à saúde para todos, cortam-se os subsídios e passamos a pagar os serviços público, uma vez que recebemos a mesada.

(…)

Esta é a única conta em cima da mesa e é difícil imaginar liberalismo mais agressivo.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

Apesar do progresso dos números da pandemia, a gravidade da doença tem sido contida pela efectividade do processo de vacinação. 

 (…)

Um dos pontos fortes do debate colectivo da "liga dos parlamentares" foi a obsessão do PS e do CDS com o PAN.

(…)

António Costa continua apostado em que os portugueses acreditem que poderá ter uma maioria absoluta e que se faltar o fatal "poucochinho" em política, aparecerão as linhas verdes do PAN.

(…)

Mas a aproximação do PSD ao PS aconselhará António Costa a reflectir sobre o passado e acabar com a mentira insistente numa maioria absoluta que não vai ter.

(…)

Costa, agora perito em destruir novas pontes, reforça a importância de dar força às pontes que anteriormente destruiu.

(…)

Se o PS não viabilizar um governo de Direita [caso o PSD ganhe as eleições], será acusado de entregar o poder à extrema-direita (que já exigiu ministérios a Rio).

(…)

E serão todos, a derreter linhas vermelhas para assegurar a governabilidade, entregues aos braços uns dos outros.

(…)

A democracia tem propriedades mágicas e só é pena que não se permita desinfectar alguns dos votos introduzidos.

Miguel Guedes, JN

 

Por cá, os mesmos que atacam os pouquíssimos refugiados que recebemos defendem a possibilidade de comprar o direito de residência através de “vistos gold”. 

(…)

A ideologia da meritocracia faz o privilegiado acreditar que o seu privilégio é um direito merecido e conquistado, do que só pode resultar que a ausência de privilégio (a pobreza, por exemplo) é igualmente merecida. 

(…)

Se a liberdade é um valor estritamente individual, e não uma construção coletiva negociada, nada podemos contra este vírus. Porque ele não depende das defesas individuais, mas do grupo. 

Daniel Oliveira, “Expresso” Diário (sem link)

 

Ao se afastarem da conceção do “Estado-providência” (welfare state), os direitos humanos tornaram-se uma mera utopia.

(…)

A recente pandemia, além de ter afetado os níveis de qualidade da democracia de um número significativo de estados, veio ainda exacerbar as desigualdades sociais existentes (ou latentes), em especial quanto aos direitos à saúde e à habitação.

(…)

Esta dissonância chocante entre a retórica dos direitos e a realidade da sua implantação ameaça seriamente a idoneidade moral e a probidade dos direitos humanos.

(…)

A efetiva implementação desses direitos deixa muito a desejar, não diminuindo drasticamente as situações de pobreza extrema e de exclusão social.

(…)

A retórica dos direitos humanos é apelativa e pode ser facilmente instrumentalizada por líderes de estados não democráticos para aparentar uma saúde democrática que, na realidade, não existe.

(…)

Há ainda muitas insuficiências quanto à monitorização da implementação dos direitos humanos em geral.

(…)

Importa reforçar a ideia de a defesa dos direitos humanos não se esgotar na sua mera positivação em tratados internacionais ou nas constituições dos respetivos estados.

Catarina Santos Botelho, “Público” (sem link)

Sem comentários:

Enviar um comentário