sábado, 22 de janeiro de 2022

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Essa pecha da democracia [velho “arco da governação] foi ultrapassada pela convergência de posições de várias forças e atores políticos.

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As propostas de política social e económica rompiam com os desastres da Direita; e largos segmentos da sociedade sentiram que não iam continuar abandonados.

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Ainda na primeira legislatura, o BE e o PCP começaram a manifestar desconforto com a gestão de Orçamentos de Estado (OE) em que parte do que era negociado não era cumprido.

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Em vésperas do chumbo do OE para 2022, a solução de governação mais desejada pelos portugueses continuava a ser o entendimento das forças da Esquerda.

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O positivo património da governação à Esquerda não pode ser descartado. 

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Constituirá pesado retrocesso voltar-se ao anacrónico "arco da governação" e ao centrão de interesses, em velha ou nova versão.

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Trabalho, emprego, proteção social, saúde, educação e o perfil de especialização económica têm de ser temas centrais de um programa de governação.

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O desfecho de 2021, com a não aprovação do OE, não foi assim tão surpreendente.

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A rutura não é um mal absoluto, desde logo, porque ela pode ser necessária para reformular e projetar novos compromissos entre os atores envolvidos.

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Assumamos [na esquerda] que nesta grande área vai ter de se aprofundar e articular a mobilização e a ação social e política.

Carvalho da Silva, JN

 

PS e PSD não estão igualmente próximos de uma maioria absoluta – uma é difícil outra é delírio.

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Os entendimentos com o Chega são tóxicos e com a IL tenderão a puxar o PSD para um nicho social e ideológico perigoso.

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Como já vimos com António Costa, há diferenças entre o que é dito em campanha e o que se faz perante os resultados eleitorais.

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Costa transformou umas eleições em que tinha mais escolhas do que Rio, por estar mais próximo da maioria absoluta e ter pontes possíveis com toda a esquerda e o centro-direita, no oposto.

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O discurso [de Costa] passou a ser o da impossibilidade de entendimentos, para tirar utilidade ao voto no BE e no PCP.

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[Costa] faz aos eleitores o que suspeito que fez aos seus “parceiros”: ou o mantêm no poder sem mais exigências, ou pagam as favas da crise.

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Costa [está a exibir] o seu calcanhar de Aquiles: a arrogância.

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Quando, em vez de se concentrar na conquista do voto centrista, Costa usa a chantagem para secar o eleitorado à sua esquerda, não está a tentar regressar ao pré-2015.

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Recordo que muitas das medidas de que Costa se gaba não estavam no programa do PS de 2015. Existiram porque existiram BE e PCP.

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Os partidos que o puseram no poder depois dele não ter conseguido derrotas Passos Coelho e ali o mantiveram por seis anos, não pedindo lugares nem políticas.

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Deram bem mais do que receberam, apesar de hoje serem tratados como uns malandros em quem não se pode confiar.

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Apesar das suas [de Costa] más relações com Catarina Martins, foi dos governos minoritários mais duradouros. E apesar das boas relações com Jerónimo, houve uma rutura.

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O que determinará o que cada um fará, incluindo o PS, serão os resultados eleitorais.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Ainda vivemos num mundo onde diariamente 4 mil crianças morrem de diarreia e mil de malária, 1400 mulheres morrem na gravidez ou durante o parto, e 6 mil pessoas morrem de VIH e doenças relacionadas com a SIDA.

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Portugal, que faz parte do grupo de países de alto rendimento, uma proporção muito significativa da população não tem médico de família, um cuidado de saúde primário e uma forma muito eficiente de revenir a doença.

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As pessoas não podem ser reduzidas a meros consumidores de saúde.

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Há quatro décadas, os lideres mundiais concordaram que qualquer indivíduo tem direito a cuidados de saúde adequados.

Maria Manuel Mota, “Expresso” (sem link)

 

As maiorias absolutas de um só partido são mesmo a exceção num sistema eleitoral proporcional como o nosso.

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Aparenta fazer pouco sentido que Costa tenha defendido uma maioria absoluta que parece difícil de atingir.

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Como é pouco provável que das legislativas resulte uma maioria absoluta, como é que se criam condições de governabilidade num parlamento fragmentado?

Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)

 

[Para Thomas Jefferson, terceiro presidente dos Estados Unidos] em democracia, as maiorias dependem mais do grau de participação de quem lhes dá forma que da mera soma dos votos que as produzem.

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Tantos anos depois, esta afirmação (…) mantém a sua grande justeza.

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A maioria dos votos concedidos em eleições a um partido ou a um candidato, por não corresponder a um efetivo compromisso político da maior parte dos cidadãos que a exprimiram, acaba por desvalorizar a própria democracia.

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O exemplo mais vezes referido é o da Alemanha da República de Weimar, onde em 1932, nas eleições de junho e de novembro para o Reichstag, (…), os nazis obtiveram uma ampla maioria traduzida em mais de um terço dos votos expressos.

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Em Portugal, durante o Estado Novo, sucessivas maiorias de votos, obtidas em eleições fraudulentas, (…), serviram para legitimar o poder ditatorial de Salazar e impedir durante décadas uma via democrática.

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Se o embuste das eleições que legitimaram ditaduras é de fácil constatação, já o mesmo não acontece em atos eleitorais produzidos sob regimes alicerçados no sistema representativo e numa liberdade formal, mas onde a mobilização política dos cidadãos se encontra, na verdade, fortemente desvalorizada.

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Nestas condições, a participação dos eleitores tem em muitos lugares passado por quase automáticos momentos do voto, separados por letárgicos períodos de indiferença. 

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[Em Portugal, no atual quadro, homens e mulheres] não só deverão mesmo votar, como deverão fazê-lo de forma consciente e participativa.

Rui Bebiano, “Diário as beiras”


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