quarta-feira, 20 de julho de 2022

CITAÇÕES À QUARTA (12)

 
O mundo é demasiado complexo para caber numa parangona de telejornal e os dramas de alguém podem ser desatenções de outrem. 

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O humor, mesmo sob a forma de sarcasmo, tem sempre esta estranha ambiguidade, pode ser interpretado em sentidos opostos.

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O ponto RAP [Ricardo Araújo Pereira] revelou uma das vulnerabilidades do dicionário que está a ser apresentado: apresentar a atração entre pessoas como um romantismo pode ser uma fórmula genérica.

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Existe mesmo, como o tio Alfredo temeria, um desejo sexual em relações entre seres humanos. 

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Sou também quem somos, vivo em sociedade e é nela que comunico, é dela que dependo, se existo é porque estou com outras pessoas.

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A identidade é o reconhecimento da mãe e do contexto familiar pela criança, primeiro, da sua sociedade, logo depois

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O feminismo desenvolveu a análise da construção social do género que não ignora o desejo sexual, antes o sabe, combatendo a desigualdade social que representam as relações de poder.

Francisco Louçã, “Expresso” online

 

Parece certo que a agressão da Rússia à Ucrânia e a cimeira da NATO em Madrid puseram termo à época de globalização económica e concorrência relativamente pacífica entre grandes e médias potências.

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A reedição desta [Guerra Fria] traduz-se numa disputa na fronteira oeste da Rússia e, à custa do intermediário sacrifício do povo ucraniano, numa guerra sem fim e de desfecho imprevisível.

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Ninguém sabe onde Putin pretende deter os seus projetos neoczaristas, espicaçados pelas políticas de cerco da NATO.

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Da banda dos EUA e do seu braço armado, a NATO, aproveita-se a oportunidade oferecida por Putin para reforçar a tutela política e militar sobre a Europa.

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Tudo pago pelos contribuintes europeus através de um vasto programa de rearmamento, onde avulta o poderoso rearmamento alemão.

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Tudo, ou quase tudo, comprado às grandes indústrias dos EUA que juntam estes supernegócios aos do petróleo.

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É neste contexto que a União Europeia desaparece como entidade independente.

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Rejeita uma estratégia própria em defesa da Ucrânia e da paz e ajoelha perante a política de guerra com que a NATO pretende neutralizar a Rússia.

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Para a guerra sem fim vale tudo.

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Vale a brutalidade autocrática do putinismo (…) [e vale o fechar dos olhos a regimes violadores dos direitos humanos como o da Polónia e da Hungria, do sultão Erdogan, do Estado hebraico sobre a palestina, ou do carniceiro saudita]. Tudo gente e regimes de fino recorte liberal e “ocidental”.

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Certo é que esta guerra sem fim vai ser dura e dramaticamente paga e sofrida pelas vítimas do costume.

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[Soma-se ainda] um retrocesso gravíssimo no combate à catástrofe climática e ambiental.

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A avalanche de propaganda apela à conformação das populações com a tragédia, seja em nome da velha Rússia ou do dito “mundo livre”.

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Só um grande movimento de opinião pública internacional pode impor duas exigências essenciais: a imediata suspensão das hostilidades e o início de negociações entre a Rússia e a Ucrânia.

Fernando Rosas, “Público” (sem link)

 

Já se estava à espera que a maioria absoluta de um só partido descambasse em democracia musculada a impor o que lhe apetecer.

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Já estávamos também todos à espera que, logo que o vento fosse de feição, voltasse à carga (e ao negócio) o assunto de um aeroporto internacional no Montijo.

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A Reserva Natural do Estuário do Tejo (…) corresponde a uma zona húmida fundamental em termos de biodiversidade e de defesa das aves migratórias.

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Temos que fazer pressão nacional e internacional, seja na UE seja na UNESCO, para denunciar este atentado que o Governo português se apronta para cometer.

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É preciso exercer pressão nas instâncias europeias e mundiais.

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Ainda não se viu (…) as ONG ou cidadãos irritados com a desvergonha virem protestar.

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Num canal de televisão apareceu o eng. Luís Coimbra, técnico conhecedor e experimentado de assuntos de aeronáutica, a denunciar o que se esconde sobre a construção do aeroporto internacional no Montijo.

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E se ocorrer uma tragédia, não vão faltar lágrimas de crocodilo dos responsáveis todos.

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Um país europeu como Portugal cria um aeroporto internacional em cima dum estuário que é uma reserva natural, de interesse mundial – então a União Europeia ou a UNESVO vão consentir?

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Tudo pelo negócio com a Vinci e que ainda vai exigir novos acessos onerosos que são todos incluídos no bolo do aeroporto – e ficamos assim?

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Alguém acredita que, depois de obras dispendiosas no Montijo, este é abandonado a favor de Alcochete?

Fernando Santos Pessoa, “Público” (sem link)

 

João Costa [JC] não é ministro que disserte publicamente com um mínimo de rigor sobre os problemas do seu ministério.

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Quando actua, remenda, manipula, ou adia.

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[Aqui ficam alguns exemplos deixados pelo prof. Santana Castilho no “Público de hoje]:

[JC alegou] que foram preenchidos, no ano que terminou, cerca de 27 mil horários em substituições, o que mostrou haver 27 mil profissionais disponíveis em diferentes momentos. Falso!  27 mil foi o número de contratações feitas durante todo o ano lectivo.

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Disse que não é racional dizer aos professores que têm de trabalhar em sítios diferentes a cada três ou quatro anos. Mas não disse que é a isso que ele próprio os vem obrigando, por acção ou por omissão, há mais de seis anos.

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Disse que os professores em mobilidade por doença passaram de 128 para 8.818 em dez anos. Foi imediatamente desmentido pela Fenprof, que lhe recordou que não eram 128 mas sim, pelo menos, 1.678.

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Não disse que, segundo a insuspeita Alexandra Leitão já em 2018 havia três vezes mais professores em mobilidade por doença a norte do que em Lisboa, porque os professores do norte estavam a ser forçados a dar aulas no sul, circunstância que só se agravou daí para cá.

(…)

Disse, ou pelo menos insinuou, que se teriam registado 23.600 baixas médicas de docentes. A Fenprof corrigiu-o, contrapondo um número quase três vezes menor: 8000.

Santana Castilho, “Público” (sem link)


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