sexta-feira, 27 de setembro de 2024

CITAÇÕES

 
Pela primeira vez desde o pós-guerra, a Volkswagen vai fechar uma fábrica na Alemanha.

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O motor da Europa gripou e vive o seu momento Nokia.

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Ao adiar o fim do motor a combustão, a história vai repetir-se perante o triunfo dos carros elétricos baratos, vindos da China.

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O preço da desindustrialização imposta por uma adesão acrítica à globalização chegou quando, no meio de uma pandemia, descobrimos que não conseguíamos produzir máscaras e ventiladores.

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Em 1990, a Europa produzia 44% dos semicondutores; hoje não passa dos 9%.

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Entretanto, sem darmos conta, a fábrica do mundo chinesa deixou de copiar e passou a liderar. 

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Mesmo onde dominava, como a farmacêutica ou a química, a Europa enfrenta competição feroz. 

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Hoje, não há uma empresa europeia entre as líderes globais na tecnologia.

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Nos EUA, há 5,2 startups a explorar as possibilidades da inteligência artificial por cada 100 mil habitantes. Na Alemanha, são 1,9.

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Na China, o Estado é o motor da inovação.

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Apesar da retórica ideológica, o Estado tem, mesmo nos EUA, um papel central no financiamento de pesquisa e desenvolvimento, em áreas como a defesa, a tecnologia e a farmacêutica. 

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A Europa está paralisada por dogmas ultraliberais que já nem os EUA levam a sério.

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[Na Europa] perdemos o último salto tecnológico e somos o museu do mundo, onde a classe operária chinesa passará as suas férias e a elite económica global fará algumas compras de luxo.

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É preciso investimento, e o mercado, por si só, não chega.

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Mesmo que a UE se libertasse da ortodoxia do euro, não garantiria a distribuição do investimento, indispensável numa união de Estados.

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Portugal não se pode resignar a ser fornecedor de lítio e de praias.

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O esforço contra um atraso tecnológico que resultou da defesa cega dos interesses imediatos das maiores potências europeias não pode voltar a ser feito à custa das periferias.

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Se também somos Europa, não podemos aceitar um modelo que nos põe a trabalhar para a concentração da riqueza e da inovação no centro da Europa. 

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Se somos Europa, temos de deixar de ser o mordomo que serve à mesa, num jantar de velhos aristocratas falidos.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

A expressão “golpe de teatro” vulgarizou-se e aplica-se a muitas situações previsíveis onde nada indica que é a surpresa a liderar a acção. 

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Se há algo que não existe [no debate do OE 2025], é qualquer golpe à vista perante um final já tão escrito, anunciado e previsível.

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O tempo nada vale para um encontro onde está escrito que a não decisão e a falta de acordo [entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos] são a antecâmara para mais uma semana de negociações em “loop”.

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O PSD está mais do que confortável com as reivindicações socialistas, cabendo ao PS passar a imagem de que tudo o que conseguir vai causar mossa no PSD.

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Como garante da estabilidade, [Marcelo]pode estar a tentar cumprir o seu papel. 

Miguel Guedes, JN

 

O pacote com medidas para a habitação foi o primeiro grande pacote de medidas apresentadas por este Governo: não foi por acaso.

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Foi a confirmação de que este Governo não está preocupado com os reais problemas de todos aqueles que, vivendo e trabalhando em Portugal, precisam de Casa para Viver.

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Foi acima de tudo o uso do problema real, para, jogando com os sentimentos e necessidades das pessoas, justificar as medidas que servem quem lucra com a habitação.

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É isso que acontece quando se permite a continuidade do aumento do valor das rendas sem as regular e não se impõe uma duração dos contratos de arrendamento superior à que existe hoje.

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Importa dizer que 70% de todos aqueles que trabalham no nosso país recebem salários líquidos mensais inferiores a mil euros.

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Entre Janeiro de 2022 e Agosto de 2024 o valor do arrendamento subiu cerca de 50% na média nacional e a esmagadora maioria dos contratos celebrados não tem uma duração superior a um ano.

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Há poucos dias, uma auditoria da Inspecção Geral de Finanças dava conta de que 60% dos inquilinos não tinham contrato de arrendamento declarado pelos senhorios.

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A grande propriedade imobiliária já teve redução de impostos em IRS e IRC.

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A ganância não tem limites!

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No crédito à habitação os juros representam uma fatia cada vez maior das prestações.

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Enquanto isto, os bancos em Portugal somam 14,5 milhões de euros de lucros por dia!

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Este Governo revogou também a obrigatoriedade da revisão das licenças de alojamento turístico.

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Não é por demais evidente a quem serve este Governo e esta política?

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É! Que os digam todos aqueles que vêem os seus contratos não renovados e não conseguem encontrar casa alternativa a preços comportáveis, ou aqueles que ao fim do mês entregam todo o salário ao banco ou ao senhorio.

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Que o digam os alunos que desistem de ingressar no ensino superior porque não há como arrendar um quarto.

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No próximo sábado, 28 de Setembro, por todo o país, as populações vão fazer ouvir a sua voz. Será a 4.ª vez em pouco mais de um ano que o país se mobiliza e ocupa as ruas por Casa para Viver!

André Escoval, “Público” (sem link)


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