sexta-feira, 11 de outubro de 2024

CITAÇÕES

 
[Montenegro] espanta-se porque a maioria dos jornalistas de televisão usa, nos diretos, um “auricular no qual lhe estão a ‘soprar’ a pergunta que devem fazer”. 

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Foi dito quando o Governo apresentava propostas para regular e apoiar os que o escrutinam, momento sempre sensível.

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Mas não passaria pela cabeça do primeiro-ministro, na apresentação de planos para a saúde ou para a educação, explicar a médicos ou professores como devem exercer a profissão.

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[O Governo não trata] da forma concreta como os jornalistas exercem a sua profissão. 

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Chegado ao poder, [Montenegro] quer um jornalismo manso, diferente do que apreciou com o Governo anterior. 

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Em poucos meses, já está farto do baixíssimo escrutínio a que é sujeito.

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Desde o seu mestre Cavaco Silva que não vía­mos um primeiro-ministro que se recusasse, de forma quase sistemática, a responder à comunicação social.

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O desprezo pela comunicação social (ou pela oposição) parece dar-lhe gravitas. 

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É preciso uma grande tolerância mediática para manter este registo sem sair chamuscado.

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Montenegro tinha um anúncio relevante para fazer: vai tirar, em três anos e sem qualquer compensação, os rendimentos da publicidade à RTP.

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Ele acha, e tem muita companhia, que isto libertará publicidade para os privados. Temo que seja uma ilusão. A sangria da publicidade é para o digital.

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É verdade que, ao abandonar a publicidade, a RTP abandonará programas mais comerciais, como o “Preço Certo” ou o futebol.

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O papel da RTP é promover a diversidade, mas não há serviço público sem público.

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No dia em que for um grande canal 2 será encerrada.

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A RTP custa um quarto da média das suas congéneres europeias.

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É uma irresponsabilidade tirar, em três anos, €20 milhões por ano a um dos serviços públicos de televisão mais baratos da EU.

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Esta proposta para a RTP é um excelente retrato de um Governo radical-sonso. 

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Quer fazer na CP e no SNS: propor o estrangulamento financeiro que levará ao estouro que precede a privatização.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Tudo no jogo político moçambicano é previsível e assim se manterá até que alguém diga: basta!

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Até que alguém decida deitar as peças abaixo e comece a jogar o seu próprio jogo

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É preciso um esforço para fazer de nós democratas.

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[É preciso um esforço] para admitir a derrota e seguir acreditando que mesmo assim vale a pena.

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Em tempos de descrédito da democracia, umas eleições como as de quarta-feira em Moçambique servem para aumentar o cepticismo em relação ao seu funcionamento.

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É como assistir a um simulacro, em que todos os protocolos são cumpridos, mas, no fim tudo, não passa de fingimento.

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[Quando o jogo está permanente e visivelmente viciado] a democracia torna-se um exercício de kratos (poder) sem o prefixo demos (povo).

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A máquina montada pela Frelimo nestes quase 50 anos de poder em Moçambique transformou em banal aquilo que deveria ser excepcional (…)  a manipulação dos resultados eleitorais.

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fraude eleitoral em Moçambique entrou no domínio público, passou a ser tarefa entregue aos burocratas.

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[Tudo culmina] no dia da votação em que tudo se condiciona para garantir que os editais reflectem a vitória da Frelimo e a sua a manutenção no poder.

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Para isso também contribui a oposição [que]  aceita a pequena parte de statu que quem domina o quo lhe permite ter.

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O que se viu nesta eleição em Moçambique, como em outras paragens, de África e não só, é que a oposição nada tem para apresentar como projecto político além de não ser a Frelimo.

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[Apesar de vários “se”] Moçambique corre o risco de uma explosão social imprevisível.

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Nestas eleições, Venâncio Mondlane parece ter servido de escape para aqueles que não sabem que caminho querem, só sabem que não querem ir por onde vai a Frelimo.

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Um discurso populista, megalómano e messiânico (a que não faltou até um encontro com o Chega em Portugal).

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

Catastrófico: não há outro adjetivo para qualificar o declínio de 73% na dimensão média das populações de animais selvagens monitorizadas em apenas 50 anos, segundo o Relatório Planeta Vivo publicado pela WWF.

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A cada edição deste relatório, dizemos: a resposta atual dos decisores políticos é insuficiente para cumprir os objetivos ambientais críticos, é preciso fazer mais!

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A crise das alterações climáticas e a crise da perda de natureza (duas faces da mesma moeda) estão a pôr em perigo toda a vida na Terra.

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Os decisores políticos estão mais do que conscientes desta realidade: estamos a atingir todos os limites de risco.

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Na sua grande maioria, as ameaças ao clima e à biodiversidade têm origem em más práticas governamentais e empresariais orquestradas ao longo de todos estes anos.

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[É da Natureza] que obtemos os alimentos que consumimos, os medicamentos que nos dão saúde, um clima estável, e qualidade do ar e da água.

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Não é exagero dizer que o que acontecer até 2030 determinará o futuro da vida na Terra.

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Temos cinco anos para colocar o mundo numa trajetória sustentável.

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É urgente que todos os setores da sociedade, desde os governos, às empresas, até aos cidadãos, se mobilizem para proteger e restaurar a nossa biodiversidade.

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Portugal, claro, não se pode alhear do seu próprio destino, estando localizado na região Mediterrânica, um dos hotspots das alterações climáticas.

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Que haja coragem para criar e implementar um verdadeiro Plano de Recuperação e Resiliência só para a Natureza.

Ângela Morgado, “Público” (sem link)


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