sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

MARIANA MORTÁGUA ENVERGONHA O PSD PELA DEMAGOGIA SOBRE O ACESSO DE PESSOAS NÃO RESIDENTES A CUIDADOS DE SAÚDE

 


CITAÇÕES

 
Esta história começa em 2008. Foi então que o Governo [Sócrates] tomou a decisão de prolongar, por 27 anos e sem concurso, o contrato de concessão do Terminal de Contentores de Alcântara. 

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A empresa beneficiada com esta decisão era a Mota-Engil. 

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O Parlamento, vigilante, exige a revogação da decisão. Mas a maioria absoluta é do PS e o negócio avança, pelo menos até ao segundo mandato de Sócrates.

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Nestes debates, o PSD é implacável. Como é possível avançar depois de o Tribunal de Contas sentenciar que as concessões portuárias superiores a 30 anos são contrárias ao interesse público?

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Saltamos agora até novembro de 2024. Mais de uma década e meia depois, é pela mão do atual Governo que surge o prolongamento do prazo legal das concessões dos portos de 30 para 75 anos. 

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Como se não fosse suficiente, uma alínea na lei prevê ainda a extensão dos atuais contratos pelo mesmo prazo — sem concurso, sem concorrência.

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Desta vez, a lei assinada por Montenegro e Pinto Luz passa completamente despercebida e merece apenas um aviso enigmático na respetiva nota de promulgação.

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Quando um contrato de concessão desprotege o Estado, este pode ver-se na situação de ter ainda que reembolsar a empresa concessionária no fim do prazo acordado. 

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Para não assumir esse custo, o governo pode ter a tentação de compensar a empresa prolongando a concessão.

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Vale a pena dizer que se contam pelos dedos de uma mão as empresas que concentram a gestão dos principais portos portugueses. 

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Para a prorrogação destes contratos, sem transparência e sem concurso, valem tanto as justificações de Montenegro-Pinto Luz hoje como valiam as razões de Sócrates-Lino em 2008.

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O único mistério por desvendar é a razão pela qual mudou o PSD tão radicalmente de posição.

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Uma coisa ficamos a saber esta semana: estas não são as únicas concessões que o Governo pretende prolongar sem concurso.

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Enquanto o Governo brinca às concessões, por todo o país prosseguem, silenciosos, milhares de despedimentos coletivos nos setores têxtil e automóvel.

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Em Portugal, o centrão não planeia a economia. Só planeia os negócios dos donos da economia.

Mariana Mortágua, “Expresso” (sem link)

 

Nos três anos em que Thompson esteve à frente da UnitedHealthcare, os lucros da empresa cresceram 5000 milhões de dólares.

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Com a ajuda de um algoritmo, duplicou a taxa de recusa para cuidados pós-agudos e expulsou doentes e deficientes de lares de idosos e tratamentos de reabilitação.

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Três em cada dez segurados viram os seus tratamentos recusados, um registo sem comparação no sector.

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A família média americana pagou, no ano passado, 24 mil dólares por um plano privado de saúde.

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O dobro dos principais países industrializados e com piores indicadores em quase todos os registos.

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Num país fraturado, a revolta com um sistema de saúde disfuncional une, de forma transversal, milhões de americanos.

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E, ainda assim, os gritos contra a “medicina socialista” e as campanhas das farmacêuticas conseguem derrubar cada tentativa de reforma que o aproxime de uma cobertura universal. 

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Num país que deixa 70 mil pessoas morrerem, todos os anos, sem tratamento, e milhões sem cobertura de saúde para a qual pagam como ninguém.

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Os vencedores da economia da indignação são os que defendem a desregulação da saúde e a sua tutela monopolista por grandes empórios empresariais.

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Sem mecanismos de mediação política, resta a indignação inconsequente e a violência performativa que empurra as democracias para becos sem saída.

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Imaginem que a raiva a tudo o que Brian Thompson representava, que os aplausos imorais a Mangione revelaram, servia para eleger quem construísse um sistema de saúde universal.

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Veja-se, noutra escala e consequências, como um suposto turismo de saúde matou a discussão sobre a privatização das USF, que poderão escolher os seus pacientes.

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E como são os mesmos que vão dando passos para a privatização do SNS a convencerem-nos que estamos a ser invadidos por americanos em fuga de um sistema privatizado. 

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

A narrativa anti-imigração ganhou força pela colagem do centro-direita ao discurso maniqueísta da extrema-direita.

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A presença massiva de armas é, habitualmente, uma das mais fortes razões que sustentam a autorização judicial destas operações policiais [como a que levou à decisão de fazer uma “operação especial preventiva” no Martim Moniz, em Lisboa].

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Falar em prevenção numa operação deste calibre, onde dezenas de pessoas são encostadas à parede pelo lugar, pela desconfiança e pela cor da pele, é um atestado inqualificável de como fazer tudo ao contrário.

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Um protótipo de racismo de Estado, pelo que obsceno é pouco.

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O efeito dissuasor é muitíssimo questionável, sobretudo porque se percebe que há uma tentativa de criar uma história que acaba por se consubstanciar em muito pouco.

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E assim chegamos a um balanço provisório da Polícia onde constam alguns artigos contrafeitos, 4600 euros em numerário e um detido português por posse de arma branca e droga. 

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Sem menosprezar a necessidade de regular e criar policiamento de proximidade em zonas críticas, a operação do Martim Moniz é tudo o que não se deve fazer.

Miguel Guedes, JN

 

Temos o principal eixo da União Europeia magnetizado para a direita.

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Vemos que o galo dos ventos, no topo da geopolítica mundial, aponta na direcção dos autoritarismos.

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Apesar da “deterioração alarmante dos direitos humanos no país”, como diz a directora executiva da Amnistia Internacional Argentina, Mariela Belski, incluindo o mais básico que é o da sobrevivência: mais de metade dos argentinos vive hoje abaixo do limiar da pobreza, 15 milhões deles em resultado das políticas deste governo.

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A pulsão de morte domina política e socialmente o mundo e a imagem do autodenominado “anarco-capitalista” (marioneta excêntrica ao serviço das mesmas elites de sempre.

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[Os ricos] enriquecem no caos e consolidam o poder com a “sua” ordem.

António Rodrigues, “Público” (sem link)


A ORGANIZAÇÃO HUMAN RIGHTS WATCH ACUSA ISRAEL DE CRIMES CONTRA A HUMANIDADE

 

A organização Human Rights Watch considerou esta quarta-feira que Israel cometeu crimes contra a humanidade, de extermínio e ainda atos de genocídio, ao privar intencionalmente civis palestinianos da Faixa de Gaza de produtos básicos necessários à sobrevivência

Saiba mais: https://expresso.pt/.../2024-12-19-human-rights-watch...


EM DEMOCRACIA A SEGURANÇA NÃO É GARANTIDA POR EXIBIÇÕES MEDIÁTICAS DE AUTORITARISMO

 

Um Governo que instrumentaliza forças policiais para montar uma encenação autoritária, injustificada e indiscriminada contra imigrantes (ou seja contra quem for) é um governo perigoso.

Em democracia não se mobilizam forças policiais nem se encostam pessoas à parede como forma de propaganda política. Em democracia a segurança é garantida pelo cumprimento do Estado de direito, por critérios rigorosos de investigação criminal, análises objetivas das polícias e não por exibições mediáticas de autoritarismo.

É inaceitável o que aconteceu e a responsabilidade é do Primeiro Ministro. Mariana Mortágua


A FISCALIZAÇÃO DO MERCADO DE ARRENDAMENTO É DA RESPONSABILIDADE DO GOVERNO

 

As residências estudantis ainda não são em número suficiente, os quartos para arrendar são poucos, cada vez mais caros e frequentamente os senhorios não dão recibo. Não são os estudantes quem tem a responsabilidade de fiscalizar o mercado do arrendamento. Isso é responsabilidade do Governo.

Assim, por proposta do Bloco, logo que a nova lei estiver em vigor, passa a bastar a apresentação de um comprovativo de transferência bancária para que o apoio seja dado a quem dele precisa. O complemento passará a ser igual para bolseiros e para não-bolseiros.


O GOVERNO NÃO DIZ UMA PALAVRA SOBRE A VAGA DE DESPEDIMENTOS NO SETOR AUTOMÓVEL

 

É preciso responder pelas pessoas, pela reconversão do setor, pela formação, pela segurança das famílias. Proteger a economia não é o mesmo que proteger alguns negócios. Mariana Mortágua
 

AMA A PALESTINA!

 

Uma bela imagem via Almajirin Sayyid Zakzaky


quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

EM DEFESA DA PETIÇÃO QUE GARANTA DIREITOS A TODAS AS TRABALHADORAS E TRABALHADORES POR TURNOS

 

Este dia 17 de dezembro, um grupo de vidreiros da Marinha Grande foi ouvido na Comissão Parlamentar de Trabalho, a seu pedido, expondo a todos os partidos que quiseram marcar presença a realidade das condições de trabalho na indústria do vidro. Perante os deputados, defenderam o reconhecimento do desgaste da sua profissão e das consequências que o calor, o ruído e o trabalho por turnos rotativos têm na saúde e na vida pessoal e familiar.

O Bloco marcou presença nesta audição e apoiou as reivindicações destes trabalhadores. Apelamos a todas as pessoas que assinem a petição para garantir direitos a todas as trabalhadoras e trabalhadores por turnos. Assina aqui: https://docs.google.com/.../1FAIpQLSdtUKutATKAG7.../viewform


ADRIANO CORREIA DE OLIVEIRA: OBRA CLASSIFICADA COMO DE INTERESSE NACIONAL, UMA JUSTIÇA QUE TARDAVA

 

Imagem via “diário as beiras”


FRASE DO DIA (2363)

 
Este SNS passou a ser visto como um entrave ao lucro, dado que a base do negócio é a doença e não a saúde.

João Silva, “Diário de Coimbra”


O CRIME QUE MAIS MATA EM PORTUGAL

 

Se o Primeiro-Ministro quer falar ao país sobre segurança pública, que fale do crime que mais mata em Portugal. Abra os telejornais com declarações sobre violência contra as mulheres. Há 20 anos, o Parlamento uniu-se para transformar a violência doméstica num crime público, num gesto que desafiou séculos de normalização do machismo. Mas hoje, apesar de avanços, enfrentamos números que gritam a nossa falha coletiva: 670 mulheres assassinadas em duas décadas, 25 só este ano. Joana Mortágua


ARÁBIA SAUDITA: MANAHEL AL-OTAIBI, INSTRUTORA DE FITNESS, PRESA POR DEFENDER OS DIREITOS DAS MULHERES

 

Exija a libertação imediata e incondicional de Manahel e a retirada de todas as acusações contra ela.

Em novembro de 2022, Manahel al-Otaibi, instrutora de fitness da Arábia Saudita, foi condenada a 11 anos de prisão por ter feito publicações nas redes sociais a favor dos direitos das mulheres e ter publicado fotografias suas a fazer compras num centro comercial sem usar a tradicional abaya.

Esta dura sentença, simplesmente por partilhar tweets e fotografias suas, deixou Manahel profundamente angustiada. Disse à família que foi espancada por outra prisioneira e depois colocada em prisão solitária. Durante meses a fio, foi proibida de comunicar com os seus entes queridos. A família acredita que ela pode até ter uma perna partida, para a qual não recebeu tratamento, uma lesão debilitante que só veio aumentar a sua angústia.

Assine a petição e ajude-os a lutar pela liberdade de Manahel, exigindo a sua libertação imediata e incondicional e a retirada de todas as acusações contra ela.

Saiba mais www.amnistia.pt/peticao/manahel-al-otaibi

Mais Aqui


PORTUGUESES QUE EMIGRARAM PARA ESPANHA EM 2023 É O NÚMERO MAIS ALTO DESDE 2008

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

QUANDO É QUE O GOVERNO PORTUGUÊS VAI TER UMA POSIÇÃO CLARA CONTRA O GENOCÍDIO QUE ESTÁ A ACONTECER NA PALESTINA?

 

Questionámos hoje [leia-se esta terça-feira] o ministro Paulo Rangel. O governo português suspendeu a venda de armas a Israel. Saudamos essa decisão, mas ela não chega e está cada vez mais isolada.

Quando é que o governo português vai ter uma posição clara contra o genocídio que está a acontecer na Palestina? Marisa Matias


CITAÇÕES À QUARTA (134)

 
Num mundo onde os apelos à transparência e à inclusão ressoam em todos os cantos da sociedade, há um obstáculo rígido que persiste: o acesso ao conhecimento.

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O privilégio de aceder ao conhecimento é uma das divisões mais silenciosas e persistentes da sociedade, escondida à vista de todos.

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A desigualdade no acesso ao conhecimento, tal como a desigualdade de riqueza, é uma divisão abrangente moldada por forças semelhantes, afetando a sociedade de maneiras profundas, mas frequentemente negligenciadas.

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O conhecimento tem sido, há muito, reconhecido como um dos principais motores de mobilidade social, inovação e progresso económico.

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A ideia de Piketty sobre a acumulação de capital e a concentração de riqueza entre poucos pode ser comparada à acumulação de capital intelectual em instituições com recursos.

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A analogia é clara: tal como a riqueza gera riqueza, o conhecimento gera conhecimento. 

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Os gastos com Investigação e Desenvolvimento (I&D) estão fortemente concentrados, com cerca de 10 países a representarem 75% do total global.

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Esta concentração distorce o panorama do conhecimento para regiões com abundância de recursos, particularmente os Estados Unidos e a China, que juntos representam cerca de 50% do investimento global em I&D (Investigação e Desenvolvimento).

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O modelo tradicional de publicação científica, de pagar para ler, há muito que reflete esta desigualdade. 

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Esta barreira financeira restringe o fluxo de informação científica para aqueles que mais dela precisam, reforçando a divisão global na educação, ciência e inovação.

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A publicação em acesso aberto (OA, na sigla em inglês) desafia diretamente este status quo. Ao tornar a investigação acessível a todos, independentemente da localização geográfica ou capacidade financeira, o OA procura democratizar o acesso ao conhecimento. 

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Além disso, o OA permite que cientistas e académicos de todas as partes do mundo, incluindo regiões com poucos recursos, participem na criação e partilha de conhecimento.

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De forma semelhante, a ciência aberta (OS, na sigla em inglês) promove estes ideais, incentivando a transparência, a colaboração e a partilha de dados e métodos além-fronteiras. 

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Esta prática desloca a comunidade científica de um sistema que privilegia a exclusividade para um que sistema que valoriza a inclusão e a equidade.

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Ao considerarmos as lições do trabalho de Piketty, torna-se evidente que a luta contra a desigualdade deve ser travada em múltiplas frentes.

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A desigualdade de riqueza é uma preocupação urgente, mas também o é a distribuição desigual do conhecimento.

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Para a comunidade da ciência, recai sobre nós a responsabilidade de apoiar e advogar pelo acesso aberto. É através destes esforços que podemos contribuir para um mundo mais justo e equitativo, onde o conhecimento, tal como a riqueza, deixa de ser um privilégio de poucos para se tornar um direito de todos.

Rui Duarte, “diário as beiras”

 

Nos últimos anos temos assistido a uma preocupante e crescente saída de enfermeiros do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

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Para muitos enfermeiros, o trabalho deixou de ser uma vocação e tornou-se uma fonte de desgaste constante.

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Não existe uma preocupação institucional que promova incentivos claros para o desenvolvimento dos seus profissionais.

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A desmotivação repercute-se nos dados do abandono da profissão. Muitos são aqueles que decidem mudar de área ou emigrar para países onde as condições de trabalho são mais atrativas e Portugal enfrenta um êxodo preocupante de enfermeiros.

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Profissionais qualificados deixam o país em busca de melhores condições de trabalho, reconhecimento e qualidade de vida.

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Em vez de investir na retenção e valorização dos profissionais, as instituições permanecem passivas, comprometendo o futuro da enfermagem no país.

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Esta saída de enfermeiros do SNS tem repercussões graves para os utentes e para o sistema de saúde como um todo.

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Não se trata apenas de proteger os enfermeiros, mas sim assegurar o direito à saúde de todos os portugueses.

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Num momento em que se discute o futuro do SNS, é imperativo lembrar que sem enfermeiros não há cuidados de saúde de excelência.

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Garantir que os enfermeiros se sintam valorizados é, afinal, garantir um sistema de saúde mais humano e eficiente para todos.

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Em última análise, abandonar os enfermeiros é abandonar a saúde e comprometer os pilares do SNS.

Filipa Barata, “Diário de Coimbra” (sem link)

 

Apesar da criação de áreas protegidas e de extensa legislação produzida, as atividades humanas continuam a degradar e a destruir os espaços naturais.

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Em muitas regiões, as áreas protegidas são facilmente convertidas para uso agrícola ou urbano.

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A tentação do lucro imediato supera muitas vezes os benefícios menos tangíveis e de longo prazo da conservação.

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Mesmo em zonas com elevado estatuto de de proteção, uma gestão inadequada compromete os esforços de conservação.

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A exploração ilegal de madeira, a caça furtiva e a falta de fiscalização continuam a ser problemas em múltiplos contextos.

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Com o afastamento do mundo rural tende-se a subvalorizar os serviços dos ecossistemas.

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A educação ambiental e a sensibilização são fundamentais para inverter esta tendência, impondo-se mais literacia ecológica no currículo escolar e experiências diretas na natureza.

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As alterações climáticas amplificam todos estes desafios, afetando os ecossistemas e aumentando a pressão sobre os recursos naturais, como a água e os solos aráveis.

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A proteção dos sumidouros de carbono, como as florestas e a s zonas húmidas, não só preserva a biodiversidade, como também ajuda a regular o clima e a controlar as inundações.

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Os mercados internacionais impulsionam a procura de recursos, e a perda de biodiversidade tem impacto planetário.

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A natureza não é apenas um recurso; é o suporte da vida.

Helena Freitas, “Diário de Coimbra” (sem link)