quarta-feira, 15 de outubro de 2025

CITAÇÕES À QUARTA (176)

 
Cresci num ambiente em que a política era sinónimo de serviço público.

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Vi o meu pai dedicar mais de trinta anos à política local, e aprendi com ele que servir as pessoas é a forma mais nobre de fazer política.

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A política é, antes de tudo, a arte de contribuir para construir uma sociedade justa, democrática, participativa e humana. 

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Fazer política é servir o povo. É respeitar o outro e as suas opiniões. É tomar decisões pelo bem comum, com ética e empatia. É, em suma, colocar o interesse coletivo acima do individual.

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A democracia em que cresci, e que me formou como cidadão, está hoje sob ameaça. Uma ameaça global, difusa, com muitos nomes e rostos, mas que em Portugal tem um nome bem concreto: Chega.

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[O Chega] é o partido da mentira e da manipulação, que despreza os valores democráticos e transforma as fragilidades humanas em combustível político.

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Um partido que trata imigrantes como criminosos, pobres como parasitas e a diversidade como uma doença.

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Que normaliza o discurso de ódio e ataca tudo o que representa empatia, solidariedade e justiça social.

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[O mais preocupante] é a indiferença com que muitos o encaram.

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O populismo floresce precisamente quando a democracia se torna rotina e o cansaço substitui a esperança.

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[O combate a esta ameaça] começa em casa.

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É no modo como educamos os nossos filhos (…) que se constrói a base do pensamento crítico.

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É fundamental ensinar a duvidar. Ensinar a perguntar. Ensinar a pensar.

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São os meus filhos. São os meus estudantes. São as crianças das escolas primárias que visito regularmente para falar sobre democracia [que me colocam as questões mais difíceis].

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São eles, as novas gerações, que terão de construir as estratégias para travar esta epidemia populista que contamina o debate público.

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Uma epidemia que, em Portugal, é liderada por um “génio político” que transforma frustração em votos, desinformação em aplausos e insultos em opiniões corajosas.

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[Um homem] cuja ilusão suprema é convencer-nos de que é o único capaz de salvar o país enquanto o destrói.

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[Defender a democracia] exige que se fale, que se escute, que se participe. Exige que recusemos o silêncio e o cinismo.

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[Defender a democracia], acima de tudo, exige que eduquemos para a liberdade.

Nuno Marques, “Público” (sem link)

 

[A fome] é fruto de escolhas de governos e de sistemas econômicos que optaram por fechar os olhos para as desigualdades. Ou mesmo promovê-las.

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A mesma ordem econômica que nega a 673 milhões de pessoas o acesso à alimentação adequada permite a um seleto grupo de 3 mil bilionários deterem 14,6% do PIB global.

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Em 2024, as nações mais ricas ajudaram a impulsionar o maior aumento em gastos militares desde o fim da Guerra Fria.

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Mas não tiraram do papel o compromisso que elas mesmas assumiram: investir 0,7% do PIB em ações concretas para a promoção do desenvolvimento nos países mais pobres.

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[Diferente de há 80 anos] não temos apenas as tragédias da guerra e da fome se retroalimentando, mas também a urgente crise climática.

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[Há que] criar fluxos de investimentos que promovam o desenvolvimento sustentável e garantir aos Estados a capacidade de implementar políticas públicas consistentes de combate à fome e à pobreza.

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É fundamental incluir os pobres no orçamento público e os mais ricos no imposto de renda.

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 Isso passa pela justiça tributária e a taxação dos super-ricos.

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Defendemos tal prática no mundo – e a adotamos no Brasil.

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A existência da fome é uma escolha política

Pela primeira vez no país [Brasil], haverá uma taxação mínima sobre a renda das pessoas mais ricas do país, isentando do imposto milhões de pessoas com salários menores.

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Também à frente do G20, o Brasil propôs a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.

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Com a Aliança, queremos que os países tenham as capacidades necessárias para conduzir as políticas que efetivamente reduzam a desigualdade e garantam o direito à alimentação adequada.

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Dados oficiais divulgados há poucos dias mostram que libertamos da fome 26,5 milhões de brasileiros desde o início de 2023.

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O Brasil saiu, pela segunda vez, do Mapa da Fome da FAO em seu relatório sobre a insegurança alimentar no mundo.

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Qualificamos e ampliamos nosso principal mecanismo de transferência de renda, que passou a atender a 20 milhões de lares.

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Ampliamos os recursos destinados à alimentação gratuita nas escolas públicas, que beneficia 40 milhões de estudantes.

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Garantimos renda a famílias de pequenos agricultores e distribuímos comida gratuita e de qualidade a quem realmente precisa.

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Nenhuma dessas políticas, porém, se sustenta sem um ambiente econômico que as impulsione. Quando há empregos, quando há renda, a fome perde sua força.

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A ação do Estado é capaz, sim, de vencer o flagelo da fome.

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[Há que] investir em desenvolvimento, e não em guerras.

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[É preciso] privilegiar o combate à desigualdade.

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E encarar o desafio da mudança do clima, tendo as pessoas no centro de nossas preocupações.

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Ao sediar a COP30 na Amazônia, no mês que vem, o Brasil quer mostrar que o combate à mudança do clima e o combate à fome e à pobreza precisam andar juntos.

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Queremos adotar, em Belém, uma Declaração sobre Fome, Pobreza e Clima que reconheça os impactos profundamente desiguais das mudanças climáticas e seu papel no agravamento da fome em certas regiões do mundo.

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Também levarei estas mensagens ao Fórum Mundial da Alimentação e à reunião do Conselho de Campeões da Aliança Global Contra a Fome.

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A humanidade, que criou o veneno da fome contra ela mesma, também é capaz de produzir o seu antídoto.

Luís Inácio Lula da Silva, “Público” (sem link)


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