sexta-feira, 17 de outubro de 2025

CITAÇÕES

 
A vitória inequívoca do PSD no mapa autárquico, antes dominado pelo PS, é o desenrolar de um novelo evidentemente fundado numa viragem inequívoca do país à Direita.

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A incapacidade de encontrar um modelo ou uma política comum de alianças no país autárquico conduziu a Esquerda a mais uma derrota.

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Ao invés de procurar um caminho de afirmação solitário ou de uma consistente frente unida, a fragmentação da Esquerda é um caso de estudo de irracionalidade e de afronta aos seus interesses próprios. 

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O PS palmilha agora um caminho indeciso onde se exige clareza nas opções.

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Mais do que saber se Pedro Nuno Santos tem ou não razão ao responsabilizar a falta de unidade da Esquerda pelos resultados eleitorais do passado domingo, importa entender a importância da questão que coloca.

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À esquerda, assistimos a uma negação em grupo. 

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Visão comum, zero à esquerda. Tiros nos pés é pouco quando assistimos a uma amputação à medida do destino ou tragédia por opção.

Miguel Guedes, JN

 

Vários dias depois [das eleições autárquicas], continuo a ler artigos de opinião sobre as eleições que parecem tratados de matemática. E o povo?, pergunta a poeta. E nós?, pergunta o povo.

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Meço vitórias a partir do impacto sobre a vida das pessoas. Não é demagogia, é pragmatismo.

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Um partido pode subir a sua votação, mas se isso não lhe permite fazer aquilo para o qual deveria existir, perdeu.

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As prioridades são as casas onde chove lá dentro; crianças com problemas asmáticos e a humidade nas paredes; habitações sem luz, sem água ou casa de banho; casas minúsculas; rendas indecentes que estrangulam as famílias (…) canalizações precárias, com um fiozinho de água, cuja pressão, por vezes, nem dá para relançar a água quente (…) transportes insuficientes (…) manutenção dos espaços públicos intermitente e escassa (…).

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Esquerda(s), não será o momento de deixarem de se focalizar em migalhas e refletir em como trazer estas pessoas às urnas?

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Não será o momento de preparar já as próximas autárquicas em vez de fazer tudo à pressa (…) ?

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As pessoas sabem quem por lá anda e quem só aparece em tempos de eleições.

Luísa Semedo, “Público” (sem link)

 

A resposta que [o ministro da Educação] deu aos estudantes depois de ter descongelado as propinas foi que estas não representam, nem de perto, o maior custo para um estudante.

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O partido de Miguel Pinto Luz parece estar mais preocupado em reduzir o IRS aos senhorios do que que reduzir o principal gasto de um estudante no Ensino Superior um quarto partilhado com sete pessoas, sem sala de estar, e sem contrato. 

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[O ministro da Educação] ainda acrescentou que só aumentou a propina depois de aumentar as prestações sociais.

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Infelizmente, dar com uma mão para tirar com a outra é pouco.

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[O ministro] evita uma discussão que aborde a gratuitidade parcial do Ensino Superior.

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É, aliás, a mesma narrativa do ministro, na verdade: recusar a uns sob a pena de poder vir a beneficiar a outros que podem pagar.

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Mas depois esquecemo-nos de reduzir os custos de quem não pode pagar.

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O que não faz sentido é que depois destes argumentos todos, o ministro institua a gratuidade dos manuais a todos os alunos, inclusive aos que frequentam a rede privada.

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Exactamente aqueles que utilizou para fechar a porta à redução de propinas e aqueles com mais meios para tirar os cursos com maior empregabilidade.

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Portanto, o ministro escusa-se de reduzir a propina a alguns porque é injusto reduzir para todos, mas permite-se tornar gratuito os manuais a quem tem mais recursos porque a medida abarca quem tem menos meios.

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Os pobres não podem ter isenção de propinas porque isso iria beneficiar os ricos, mas os ricos podem ter gratuidade dos manuais porque tal beneficia os pobres.

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A propina não é o maior custo porque vivemos numa crise de habitação que faz com que muitos nem ousem sequer candidatar-se ao Ensino Superior.

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[O ministro] que crie e desenvolva medidas para tornar [o sistema] mais equitativo, como a quota para estudantes carenciados ou isenções de propinas apenas aplicáveis a estes.

Henrique Tomás, “Público” (sem link)

 

Tirando o PCP, que se dedicará à preservação da sigla e à gestão do seu declínio nas classes que representou, o espaço à esquerda do PS terá mesmo de se reinventar. 

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Se quer contar entre os desencantados, tem de deixar de ser visto como “da situação”.

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A pergunta difícil: o que pode a esquerda oferecer ao povo quando nada de construtivo o parece mobilizar?

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

 As vozes de pessoas que vivem em situações de fragilidade económica estão silenciadas.

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Os meios de comunicação social entrevistam pessoas em situação de pobreza para ilustrar certas notícias, mas não lhes dão espaço para falarem na primeira pessoa, ao invés do que vai acontecendo noutras paragens.

Susana Peralta, “Público” (sem link)


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