sábado, 18 de outubro de 2025

MAIS CITAÇÕES (355)

 
Apresento-me como candidata a Presidente de Portugal com a minha vida e a minha experiência política. Aqui estou inteira, aqui estou como sou.

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Aumentamos o salário mínimo e as pensões, melhoramos a justiça fiscal, trocamos recibos verdes por contratos de trabalho, reduzimos as propinas, garantimos manuais escolares gratuitos, defendemos os direitos das mulheres, garantimos proteção às crianças de todas as famílias.

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Aqui estou, com a vontade de construir novas pontes e soluções. Dei provas desse trabalho e sei que será determinante no próximo mandato presidencial.

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Esta candidatura dialoga com as pessoas de todos os caminhos da política empenhada na democracia e que não desistem de um país melhor.

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[Quer] ser a Presidente que "cuida da democracia", que faz dela uma "forma de vida" e não um mero "ritual" ou "formalismo.

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Quando, nas ruas do meu país, me cruzo com quem chegou de longe, vejo nos seus olhos a mesma vontade de uma vida melhor, e a mesma saudade do que ficou para trás.

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Garanto-vos que, com esta candidatura, a campanha presidencial não será o debate entre a tragédia ou o mais do mesmo.

Catarina Martins, “Expresso” online (sessão de apresentação da candidatura presidencial)

 

Com 60,7% dos jovens entre 15 e 29 anos a viver abaixo do limiar da pobreza e 21,2% considerado indigente, de acordo com o Monitor de Bairros Populares, do Instituto Universitário CIAS e da organização Fundar, além de uma taxa de desemprego que é duas vezes maior que a média do país, o mais estranho seria não encontrar [na Argentina] quem estivesse em busca de outras soluções políticas.

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Segundo o último Anuário de Estatísticas Vitais do Ministério da Saúde argentino, em 2023 registaram-se 4197 suicídios, quase metade (47,6%) entre adolescentes e jovens adultos dos 15 aos 34 anos.

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O suicídio foi a principal causa de morte violenta [na Argentina] e com grande diferença. 

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É uma geração que ou se apaga em silêncio ou se revolta nas urnas, votando em quem lhe oferece um discurso ajustado à sua raiva.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

O estudo publicado na revista The Lancet mostra que o estado de saúde geral das pessoas no planeta melhorou e que a esperança de vida deu passos muito positivos.

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Mas entre esse panorama geral de optimismo, há tendências preocupantes. Uma delas é a grande subida das taxas de mortalidade nas faixas etárias de 25-29 anos (31,7%) e de 30-39 anos (49,9%) entre famílias de rendimentos mais altos na América do Norte.

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Uma subida que se estende, na generalidade aos jovens adultos, independentemente do rendimento.

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Até aqui, os estudos desta tendência [nos EUA] centravam-se nos adultos de 45 a 64 anos, mas mais recentemente começou a perceber-se uma tendência “particularmente preocupante” na taxa de mortalidade dos 25 aos 44 anos

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Um estudo comparativo com a Alemanha, seguindo os mesmos métodos do estudo de Wrigley-Field, demonstrou que se trata mesmo de uma tendência norte-americana.

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 “De facto, o contraste entre a mortalidade em jovens adultos nos dois países em 2023 é impressionante — 69 mortes por 100.000 na Alemanha, em comparação com 192 nos EUA”.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

Portugal é um país com muita pobreza e quem estatisticamente surge em "risco de pobreza" também é pobre.

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O somatório destas duas categorias ultrapassa, há muito tempo, 1/5 do total da população.

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Todas as forças da Direita e da extrema-direita ganharam posições [nas eleições autárquicas].

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Os seus programas e o que disseram em campanha eleitoral mostram-nos que o neoliberalismo (económico e concetual) estará em força na gestão autárquica.

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O Poder Local democrático foi um dos pilares fundamentais na construção do nosso Estado social.

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A Esquerda, no seu conjunto, perdeu. Nenhuma das suas componentes ficou de fora dessa derrota.

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[O Partido Socialista] está rendido ao liberalismo económico. 

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A orientação neoliberal do atual Governo toma a gestão de direitos fundamentais (saúde, ensino, proteção social, habitação ou acesso à água) como meras áreas de negócio.

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Sempre a favor dos muito ricos e de oportunistas.

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A ação das forças da Esquerda nas autarquias será, assim, um reduto primordial, em muitas áreas, dignamente no combate à pobreza.

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A EAPN, Rede Europeia Anti-Pobreza fez, no quadro das eleições autárquicas, um apelo em que identifica responsabilidades do Estado.

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O futuro precisa de esperança e confiança a alimentá-lo.

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Não existe um amanhã melhor desligado do que estamos a viver hoje.

Carvalho da Silva, JN

 

O PS, mesmo apesar de as suas políticas reais muitas vezes não se distinguirem das da direita, era o grande depositário dos votos à esquerda em Portugal.

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Mesmo quando não tinha o PCP e o Bloco ao seu lado, mesmo quando estes o atacavam, o PS era o muro eleitoral que impedia a direita de chegar ao poder ou a limitava no exercício do poder.

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E o PS está a cair, eleitoralmente, politicamente e ideologicamente, e arrasta atrás de si o Bloco e o PCP.

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A vaga de direita não começou agora, mas de algum modo mudou qualitativamente com a aparição do Chega.

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Este processo é também favorecido pela deslocação à direita do PSD desde os tempos da troika, com o abandono dos últimos sinais da social-democracia da sua génese.

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A vitória táctica mais relevante foi a de interiorizar no PS os argumentos da direita sobre a crise dos socialistas.

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A ideia de que o PS tem perdido por causa de uma sua putativa radicalização e esquerdização entrou no lugar-comum, mas está longe de ser verdadeira.

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O PS não se radicalizou, bem pelo contrário.

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A chantagem política e ideológica do aparelho comunicacional da direita, cada vez mais forte, passa pelo apoio às claras ou disfarçado a José Luís Carneiro.

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Hoje, a mínima afirmação de qualquer política que pareça vagamente merecer o nome de socialista é imediatamente classificada de “ideológica” versus técnica, e “radical”.

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E o PS, mais por inacção do que por acção, tem-se deixado manietar por este cerco.

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[É] verdade que a esquerda tem muita responsabilidade na criação de condições para esse vento, em particular em Portugal. 

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A actual crise da esquerda portuguesa não passa apenas pela sua crise de identidade, passa também por uma perda de coragem política, pela sua moleza numa ecologia política muito agressiva à direita.

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Por tudo isto, ideias, políticas e métodos, a direita domina a governação e a política, o Chega controla a agenda e a “narrativa.

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Uma geração está a crescer nesta ecologia e não vai ser grande coisa.

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Resistir é o único verbo com dignidade, vai ser duro, leva tempo e faz estragos.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)


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