(…)
Aumentamos o salário mínimo e as pensões, melhoramos a
justiça fiscal, trocamos recibos verdes por contratos de trabalho, reduzimos as
propinas, garantimos manuais escolares gratuitos, defendemos os direitos das
mulheres, garantimos proteção às crianças de todas as famílias.
(…)
Aqui estou, com
a vontade de construir novas pontes e soluções. Dei provas desse trabalho e sei
que será determinante no próximo mandato presidencial.
(…)
Esta candidatura dialoga com as pessoas de todos os caminhos
da política empenhada na democracia e que não desistem de um país melhor.
(…)
[Quer] ser a
Presidente que "cuida da democracia", que faz dela uma "forma de
vida" e não um mero "ritual" ou "formalismo.
(…)
Quando, nas ruas do meu país, me cruzo com quem chegou de
longe, vejo nos seus olhos a mesma vontade de uma vida melhor, e a mesma
saudade do que ficou para trás.
(…)
Garanto-vos que, com esta candidatura, a campanha
presidencial não será o debate entre a tragédia ou o mais do mesmo.
Catarina Martins, “Expresso” online (sessão de
apresentação da candidatura presidencial)
Com
60,7% dos jovens entre 15 e 29 anos a viver abaixo do limiar da pobreza e 21,2%
considerado indigente, de acordo com o Monitor de Bairros Populares, do
Instituto Universitário CIAS e da organização Fundar, além de uma taxa de
desemprego que é duas vezes maior que a média do país, o mais estranho seria
não encontrar [na Argentina] quem estivesse em busca de outras soluções
políticas.
(…)
Segundo
o último Anuário de Estatísticas Vitais do Ministério da Saúde argentino, em
2023 registaram-se 4197 suicídios, quase metade (47,6%) entre adolescentes e
jovens adultos dos 15 aos 34 anos.
(…)
O suicídio foi a principal causa de morte
violenta [na Argentina] e com grande diferença.
(…)
É uma
geração que ou se apaga em silêncio ou se revolta nas urnas, votando em quem
lhe oferece um discurso ajustado à sua raiva.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
O
estudo publicado na revista The Lancet
mostra que o estado de saúde geral das pessoas no planeta melhorou e que a
esperança de vida deu passos muito positivos.
(…)
Mas
entre esse panorama geral de optimismo, há tendências preocupantes. Uma delas é
a grande subida das taxas de mortalidade nas faixas etárias de 25-29 anos
(31,7%) e de 30-39 anos (49,9%) entre famílias de rendimentos mais altos na
América do Norte.
(…)
Uma subida que se estende, na generalidade aos
jovens adultos, independentemente do rendimento.
(…)
Até
aqui, os estudos desta tendência [nos EUA] centravam-se nos adultos de 45 a 64
anos, mas mais recentemente começou a perceber-se uma tendência
“particularmente preocupante” na taxa de mortalidade dos 25 aos 44 anos
(…)
Um estudo comparativo com a Alemanha, seguindo os mesmos
métodos do estudo de Wrigley-Field, demonstrou que se trata mesmo de uma
tendência norte-americana.
(…)
“De facto, o contraste entre a mortalidade em
jovens adultos nos dois países em 2023 é impressionante — 69 mortes por 100.000
na Alemanha, em comparação com 192 nos EUA”.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
Portugal é um país com muita pobreza e quem estatisticamente
surge em "risco de pobreza" também é pobre.
(…)
O somatório destas duas categorias ultrapassa, há muito
tempo, 1/5 do total da população.
(…)
Todas as forças da Direita e da extrema-direita ganharam
posições [nas eleições autárquicas].
(…)
Os seus programas e o que disseram em campanha eleitoral
mostram-nos que o neoliberalismo (económico e concetual) estará em força na
gestão autárquica.
(…)
O Poder Local democrático foi um dos pilares fundamentais na
construção do nosso Estado social.
(…)
A Esquerda, no seu conjunto, perdeu. Nenhuma das suas
componentes ficou de fora dessa derrota.
(…)
[O Partido Socialista] está rendido ao liberalismo económico.
(…)
A orientação neoliberal do atual Governo toma a gestão de
direitos fundamentais (saúde, ensino, proteção social, habitação ou acesso à
água) como meras áreas de negócio.
(…)
Sempre a favor dos muito ricos e de oportunistas.
(…)
A
ação das forças da Esquerda nas autarquias será, assim, um reduto primordial,
em muitas áreas, dignamente no combate à pobreza.
(…)
A EAPN, Rede Europeia Anti-Pobreza fez, no quadro das
eleições autárquicas, um apelo em que identifica responsabilidades do Estado.
(…)
O futuro precisa de esperança e confiança a alimentá-lo.
(…)
Não existe um amanhã melhor desligado do que estamos a viver
hoje.
O PS,
mesmo apesar de as suas políticas reais muitas vezes não se distinguirem das da
direita, era o grande depositário dos votos à esquerda em Portugal.
(…)
Mesmo
quando não tinha o PCP e o Bloco ao seu lado, mesmo quando estes o atacavam, o
PS era o muro eleitoral que impedia a direita de chegar ao poder ou a limitava
no exercício do poder.
(…)
E o PS está a cair, eleitoralmente,
politicamente e ideologicamente, e arrasta atrás de si o Bloco e o PCP.
(…)
A vaga de direita não começou agora, mas de
algum modo mudou qualitativamente com a aparição do Chega.
(…)
Este
processo é também favorecido pela deslocação à direita do PSD desde os tempos
da troika, com o
abandono dos últimos sinais da social-democracia da sua génese.
(…)
A vitória táctica mais relevante foi a de
interiorizar no PS os argumentos da direita sobre a crise dos socialistas.
(…)
A
ideia de que o PS tem perdido por causa de uma sua putativa radicalização e
esquerdização entrou no lugar-comum, mas está longe de ser verdadeira.
(…)
O PS não se radicalizou, bem pelo contrário.
(…)
A
chantagem política e ideológica do aparelho comunicacional da direita, cada vez
mais forte, passa pelo apoio às claras ou disfarçado a José Luís Carneiro.
(…)
Hoje,
a mínima afirmação de qualquer política que pareça vagamente merecer o nome de
socialista é imediatamente classificada de “ideológica” versus técnica, e “radical”.
(…)
E o PS, mais por inacção do que por acção,
tem-se deixado manietar por este cerco.
(…)
[É] verdade que a esquerda tem muita
responsabilidade na criação de condições para esse vento, em particular em
Portugal.
(…)
A
actual crise da esquerda portuguesa não passa apenas pela sua crise de
identidade, passa também por uma perda de coragem política, pela sua moleza
numa ecologia política muito agressiva à direita.
(…)
Por
tudo isto, ideias, políticas e métodos, a direita domina a governação e a
política, o Chega controla a agenda e a “narrativa.
(…)
Uma geração está a crescer nesta ecologia e não
vai ser grande coisa.
(…)
Resistir é o único verbo com dignidade, vai ser
duro, leva tempo e faz estragos.
Pacheco Pereira, “Público”
(sem link)
Sem comentários:
Enviar um comentário