sexta-feira, 13 de outubro de 2017

UMA SEXTA-FEIRA NADA TREZE PARA A “GERINGONÇA”


Da leitura do Expresso online de hoje, há três pontos que entendemos merecer especial destaque para quem é de esquerda:
1 – Os dados da primeira sondagem pós-autárquicas são especialmente favoráveis à “geringonça” com um total de 57,5% de intenções de voto, verificando-se uma subida de toda a esquerda e uma descida da direita, onde se destaca a do CDS, como que a provar que todo o alarido à volta do bom resultado que Cristas obteve em Lisboa nas autárquicas, não impressionou minimamente os portugueses em relação ao todo nacional.
2 – A opinião de mais de metade dos nossos cidadãos no sentido de que o PS deve lutar por uma maioria absoluta nas próximas eleições legislativas.
Este ponto merece uma séria reflexão de Bloco e PCP dado que, por alguma razão, uma grande parte dos eleitores portugueses podem estar a ser induzidos em erro no sentido de que a melhoria das nossas condições de vida obtida nos últimos dois anos é, sobretudo, mérito do PS. Nada mais errado. Se é verdade que é este partido que dá a cara pelos bons resultados obtidos através das políticas levadas a cabo pelo Governo, não é menos verdade que muito do trabalho para o sucesso dessas políticas é proveniente da esquerda à esquerda do PS, menos visível porque menos referido na comunicação social. Por isso, é muito importante que, particularmente o Bloco, faça um redobrado esforço no sentido de esclarecer as pessoas de que as políticas empreendidas pelo PS, com maioria absoluta, descambariam a favor do capital e contra o trabalho, como toda a história recente nos ensina. É a pressão da esquerda sobre o PS que não deixa este partido resvalar para a direita.
3 – O texto assinado por Nicolau Santos, onde este jornalista da área económica, insuspeito de qualquer esquerdismo, começa por afirmar que o Orçamento do Estado para 2018 vai “acabar de vez” com a propalada “austeridade de esquerda”.  Em poucas palavras é feita uma súmula do que é mais importante e ficamos com uma ideia aproximada das suas principais linhas orientadoras.
A proposta de lei do Orçamento do Estado para 2018 reforça os sinais dos dois anteriores orçamentos: reposição de salários e pensões, bem como dos apoios sociais cortados durante o período 2011-2015; continuação do desagravamento fiscal; mas, ao mesmo tempo, mantém a redução do défice orçamental e aponta para uma significativa diminuição da dívida pública em percentagem do PIB. É muito difícil dizer, depois disto que; 1) não havia alternativa à política da troika e do Governo PSD/CDS; 2) que esta é uma austeridade de esquerda. Este orçamento é expansionista.
O OE/2018 é claramente mais favorável ao trabalho que ao capital; preocupa-se bem mais com os trabalhadores, os reformados, os pensionistas, as famílias, do que com as empresas; vai buscar dinheiro a bens importados (nomeadamente o setor automóvel) e a produtos alimentares que podem ser prejudiciais à saúde; onera o recurso ao crédito para consumo; mantém a taxa de energia sobre Galp, REN e EDP; as contribuições extraordinárias da banca, energia e farmacêuticas mantém-se; aumenta a derrama para empresas com lucros acima dos 35 milhões de euros (medida ainda não confirmada no momento em que escrevo); contempla um aumento extra de seis a dez euros para os pensionistas; continua a repor os valores do Rendimento Social de Inserção, Complemento Solidário para Idosos e o abono de família; desaparece o corte de 10% que se aplicava ao subsídio de desemprego ao fim de seis meses; os cortes no valor das horas extraordinárias dos trabalhadores da administração pública acabam; e as progressões nas carreiras serão totalmente descongeladas em 2018 e 2019.
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