Passam hoje 46 anos sobre um dos mais vis
atentados à democracia perpetrados com a conivência de um governo dos Estados
Unidos da América – o golpe de estado que derrubou o governo constitucional de
Salvador Allende no Chile, pela mão do facínora Augusto Pinochet.
A história do 11 de Setembro de 1973 já
está feita e não resta a mais pequena dúvida do papel que o governo norte-americano
de então desempenhou ao apoiar militar e financeiramente o derrube de um
governo democraticamente eleito mas cuja cor política não agradava aos
dirigentes da grande potência do norte que considera todo o continente
americano uma espécie de quintal das traseiras.
A sangrenta ditadura pinochetista que durou
até 1990 saldou-se por milhares de vítimas (mortos e desaparecidos) assim como
pelo retrocesso das conquistas sociais e políticas atingidas durante o Governo
de Unidade Popular e do Presidente Salvador Allende.
“Fazer
uivar de dor a economia” chilena. Foi esta a ordem peremptória do presidente
Nixon ao director da CIA. E esses gritos de dor começaram a ouvir-se claramente
em 1972, quando as acções da CIA e da direita chilena, amplificadas pela sua
imprensa, lograram criar um clima caótico e uma inflação crescente. O culpado
era como repetiam as vozes da oposição, “o governo ineficaz”… podemos
ler no livro de Patricia Verdugo “Salvador
Allende” O crime da Casa Branca.
Fica uma questão para
refletirmos. Por que razão o 11 de Setembro de 1973 quase não é evocado quer
por dirigentes políticos quer pela comunicação social?
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