terça-feira, 31 de dezembro de 2019
FRASE DO DIA (1262)
Mas a verdade é que, depois de atingir uma situação perto do
equilíbrio, insistir num excedente [orçamental] pode ajudar a
reputação momentânea de um Governo ou de um ministro, mas não protege o país.
ASSIM VAI A BOLÍVIA
Além
da notícia do dia, tem havido mais notícias da Bolívia dignas de atenção:
- O
governo prepara-se para excluir algumas zonas do país das eleições, com o
argumento de que lá não há polícia.
- O
governo também redefiniu cortes de estrada como “terrorismo”.
- Está mais ou
menos assente que o mandato da presidente interina vai ser prolongado, por não
haver condições para fazer eleições agora; no entanto, grande parte dos
apoiantes da presidente recusa que o mandato dos deputados também seja
prolongado, pelo que se levarem a sua avante a presidente interina se tornaria
numa espécie de ditadora interina, governando sem parlamento.
Mais
Aqui
segunda-feira, 30 de dezembro de 2019
MENSAGEM DE ANO NOVO DE CATARINA MARTINS
Temos
dez anos para reduzir drasticamente as emissões de CO2 para a atmosfera, para
transformar a indústria, os transportes, para fazer a transição energética.
Temos de começar agora.
Em
2019 as pessoas já se fizeram ouvir. Aprendemos com quem luta. Lutámos juntos,
juntas. Aqui estamos para todos os desafios. Um bom 2020.
FRASE DO DIA (1261)
Nós
próprios acreditamos no mito de que vivemos às custas dos contribuintes
alemães, mesmo depois de sabermos que a Alemanha teve lucro com as intervenções
da troika.
ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS: BALANÇO DO ANO POR JOÃO CAMARGO
João Camargo foi ontem à SIC
fazer um balanço do ano no campo das alterações climáticas.
As instituições nada têm para
oferecer e a explosão do movimento pela justiça climática é a melhor notícia
que podia existir. O fim do capitalismo tem de deixar de ser tabu. Ou mudamos
tudo acerca da produção e a maneira como vivemos em sociedade ou o clima mudará
tudo contra nós.
domingo, 29 de dezembro de 2019
AS MALHAS QUE O SISTEMA TECE...
In "Expresso"
O desperdício faz parte do ADN do capitalismo. Assim o obriga a maximização dos lucros.
MAIS CITAÇÕES (62)
Os números são assustadores: a taxa de vacinação
contra o sarampo em Itália, França ou Sérvia é inferior à do Burundi, do Ruanda
ou do Senegal.
(…)
A reacionária campanha tem algum efeito
nesta estatística, mas o essencial desta degradação resulta da decadência dos
serviços de saúde, do subfinanciamento das suas atividades, da crise de pessoal
qualificado e da mercadorização de serviços, que conduz a uma maior
desigualdade de acesso.
(…)
O moderno serviço de saúde foi inventado
como uma norma democrática ou de bem comum assegurando o acesso universal, mas
tem sido transformado pelo mercado.
(…)
Dos 42 antibióticos atualmente em teste,
é possível que só um quinto deles venha a ser aprovado, mas há 700 mil pessoas
a morrer por ano com infeções resistentes.
(…)
[As grandes empresas farmacêuticas]
abandonaram esta investigação [doa antibióticos], mesmo que saibam que é
fundamental. Sobram os Estados e as universidades. Só eles defenderão os nossos
filhos.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
[Trump] já passou 227 dias em campos de
golfe desde que foi eleito (Obama por esta altura do mandato, tinha passado 88
dias e Trump criticou-o por perder muito tempo em divertimento trivial) e
muitos assuntos são tratados com os parceiros selecionados para o acompanhar.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
Talvez não se tenha notado muito, no
meio das filhoses do Natal, mas tivemos direito à enésima campanha pela entrega
de hospitais públicos à gestão privada.
(…)
Em si, a coreografia do sucesso do
privado baseia-se num discurso aflito, que é torpedeado cada dia pelos próprios
arautos da virtude do mercado.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
Além da suborçamentação crónica do setor
[da saúde], que inviabiliza quaisquer boas práticas de gestão, Portugal foi
também um dos poucos países da OCDE que diminuiu a despesa com Saúde em percentagem
do PIB entre 2000-17.
(…)
Entre nós, a fatia da despesa direta das
famílias (27,5% para uma média europeia de 15,8%) e suportada por seguros
voluntários (5,2%) é particularmente elevada.
(…)
Pese embora a lei garantir um SNS,
apenas 66,5% da despesa radica na comparticipação pública, um valor bem
inferior à média da UE (79,35%).
Pedro Adão e
Silva, “Expresso” (sem link)
Tratar [o orçamento] como um acordo para
quatro, sem qualquer compromisso do primeiro-ministro, é uma armadilha.
(…)
Os partidos mais pequenos, sem acordos
escritos ficam nas mãos de quem controla o Governo e o calendário.
(…)
Sem cedências significativas ou um
acordo de longo prazo que garanta uma “governação tendencialmente à esquerda”
BE e PCP não devem viabilizar o Orçamento.
(…)
Sempre defendi acordos à esquerda. Mas a
condição é a clareza e a reciprocidade. chantagem não é diálogo.
(…)
Os partidos mais à esquerda só podem
estar próximos do poder se o condicionarem, com ganhos compreensíveis ara
todos.
(…)
Uma aprovação de borla seria um sinal de
fraqueza que marcaqria toda a legislarura.
Daniel Oliveira,
“Expresso” (sem link)
Os apios do Estado à banca são sempre
excecionais. São todos os anos excecionais. Mas o que é “excecional” há 12 anos
já é regra.
(…)
Num Estado submerso em créditos, será
usado mais dinheiro no Novo Banco do que na redução da dívida pública.
(…)
As transferências para o ex-BES não têm
fim, parece que de cada vez que se abre uma gaveta se encontra mais um crédito
que não será pago.
(…)
É o mesmo todo os anos: “Não há dinheiro
para isto, mas há dinheiro para os bancos.”
Pedro Santos
Guerreiro, “Expresso” (sem link)
Tudo quanto é cientificamente óbvio,
humanamente justo e estrategicamente necessário conseguiu ser impedido [na COP
25] por um pequeno número de países cuja conduta é difícil de qualificar.
(…)
A Cop25 esgotou a sua energia a impedir
um retrocesso fatal.
(…)
Não é possível pensar o mar como mais um
recurso meramente extrativo, à mercê de quem chegar primeiro e tiver mais
força.
Luísa Schmidt, “Expresso”
(sem link)
O racismo dos ingleses veio ao de cima
como espuma e Meghan tornou-se uma notícia de opróbrio.
Clara
Ferreira Alves, Revista “Expresso” (sem
link)
TINHAM RAZÃO AQUELES QUE DEFENDIAM A DESPENALIZAÇÃO DA IVG
No que diz respeito à interrupção
voluntária da gravidez (IVG), as forças conservadoras sofreram uma tremenda
derrota em relação às propostas que defendiam. É um dado adquirido que “os
números [da IVG] continuam a
baixar, tanto em termos absolutos como nos casos em que a interrupção é feita a
pedido da mulher até às dez semanas”, como revela a diretora-geral de saúde em
entrevista ao “Público”. De salientar ainda que o dado significativo de que “mais
de 90% das mulheres que fizeram uma IVG saíram com um método contracetivo”.
Mais Aqui
sábado, 28 de dezembro de 2019
CITAÇÕES
Somos convidados a
adequarmo-nos e até a utilizar tecnologias que estupidificam e nos distanciam
da responsabilidade individual e coletiva.
(…)
Querem-nos acantonados nas
nossas incapacidades, azedumes e culpabilizações, submissos e indiferentes,
distanciados das realidades da vida.
(…)
Apesar de muitos povos nos
mostrarem, em múltiplos campos, que estamos hoje mais adultos que em qualquer
outro período histórico, em muitos países e regiões somos encaminhados para o
caos da irracionalidade, para a harmonia da selva.
(…)
O Estado e suas instituições
e órgãos têm grande responsabilidade na garantia e efetivação dos Direitos
Humanos e os cidadãos nunca podem secundarizar essa responsabilização.
Querem-nos acantonados nas
nossas incapacidades, azedumes e culpabilizações, submissos e indiferentes,
distanciados das realidades da vida.
(…)
Se é verdade que a
responsabilidade de gestão de um banco privado deve ser assegurada pelos seus
accionistas, também sabemos como se anunciou o fim da história de algumas
instituições destes reis magos.
Vivemos
num mundo em que os alvos a abater não são os políticos que promovem o ódio e a
divisão, mas sim os artistas que procuram a comunhão através do riso.
(…)
Para muitos, o humor é
para existir a menos que nos toque numa vaca sagrada.
(…)
Vê-se agora que, até
desses que diziam ser Charlie, nem todos são Porta dos Fundos.
(…)
A liberdade de expressão, ao contrário da ficção em que vivíamos antes de ataques
destes [Charlie Hebdo e Porta dos Fundos], não está salvaguardada nem é
garantia no mundo ocidental.
Nelson
Nunes, “Público” (sem
link)
A ferida que esta agressão
[à Porta dos Fundos] deixou à vista foi a do ataque à liberdade de expressão, a
tentativa de assustar e silenciar estes humoristas.
(…)
A discussão é sobre
censura e a sua aceitação em pleno século XXI. É sobre as mentes conservadoras
considerarem que quando o tema é religião, há limites à liberdade de expressão.
(…)
Admitir limites ao humor é
colocar em causa um dos pilares da liberdade de expressão.
(…)
Do Charlie Hebdo à sede do
Porta dos Fundos, a liberdade de imprensa ou o humor livre são condições para a
liberdade de todos nós.
Pedro
Filipe Soares, “Público” (sem
link)
Nem o racismo nem a
politização da religião são uma novidade dos anos 2010, mas desde os anos 40
que não haviam sido tão decisivos.
(…)
A crise do capitalismo
financeirizado devastava já as economias do Ocidente mais rico quando a década
começou, mas arrastou consigo, a partir de 2015, as economias do Sul.
(…)
Em torno dos migrantes, as
extremas-direitas ocidentais criaram uma das narrativas políticas mais bem
sucedidas desta década, construída sobre mentiras, reeditando os velhos medos
da invasão e da contaminação pelo outro.
(…)
A crise não nos deixou
apenas estes novos movimentos sociais: ajudou a reconfigurar a esquerda com o
colapso quase geral da social-democracia.
Manuel
Loff, “Público” (sem
link)
No final da vida, quando a
reversibilidade da doença já não se coloca, é a criação de ambientes
confortáveis que passam a representar a melhor resposta, aquela que
clinicamente e socialmente é mais desejada [para o doente que carece de
cuidados paliativos].
(…)
É no domicílio que estão
presentes todas as referências individuais, materiais e afectivas, e que essas
referências melhor se adequam e podem contribuir para a diminuição do
desconforto e incapacidade.
(…)
Nesta perspectiva, estes
cuidados devem ter lugar obrigatoriamente no Serviço Nacional de Saúde,
considerando que é nele que melhor se aplica o dever de solidariedade entre
todos.
Cipriano
Justo, “Público” (sem
link)
A Trump não o preocupa
minimamente o obscurantismo do fundamentalismo sunita de Riad a roçar a jihad;
a sua obstinação é vender
milhares de milhões de dólares em armamento, mesmo
que no reino saudita impere a mais pura crueldade em termos sociais e
políticos.
(…)
A Europa da Declaração
Universal dos Direitos Humanos sossega com o jogo das aparências para assim se
poder deitar para o lado onde os negócios se fazem e enchem os bolsos do
complexo industrial-militar.
Domingos Lopes, “Público” (sem link)
MOMENTO ZEN: TRUMP EXPLICA COMO SÃO PERIGOSAS AS ENERGIAS ALTERNATIVAS
Este presidente não pára de nos surpreender com tamanhas manifestações de sabedoria.
sexta-feira, 27 de dezembro de 2019
FRASE DO DIA (1260)
Do Charlie Hebdo à sede do Porta dos
Fundos, a liberdade de imprensa ou o humor livre são condições para a liberdade
de todos nós.
Pedro Filipe
Soares, “Público”
É ALTURA DE ESTA BRUTAL OCUPAÇÃO MILITAR TERMINAR
Cerca de 5700 presos políticos palestinianos - incluindo mulheres e crianças - estão presentemente a definhar em prisões israelitas.
quinta-feira, 26 de dezembro de 2019
REUNIÃO DE ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE PORTIMÃO (16/12/2019)
No rigoroso cumprimento das funções para
que foram eleitos, os autarcas do Bloco de Esquerda presentes na Assembleia de
Freguesia de Portimão apresentaram na última reunião ordinária deste órgão,
realizada no passado dia 16 de Dezembro de 2019, cinco documentos cujo teor
apresentamos, em síntese, a seguir.
Assembleia de Freguesia de
Portimão
Recomendação
Rede elétrica da Aldeia do Carrasco
A rede de distribuição de eletricidade na
Aldeia do Carrasco apresenta alguns problemas – nomeadamente o Posto de
Transformação tem algumas ligações expostas que o tornam especialmente
vulnerável a vandalismo, ficando a localidade por vezes “às escuras” por causa
de curto-circuitos aparentemente intencionais; além disso alguns candeeiros de
iluminação pública parecem estar em risco de cair (ver foto).
Assim, a Assembleia de Freguesia de
Portimão, reunida em sessão ordinária no dia 16 de dezembro de 2019, recomenda
à Junta de Freguesia que solicite à EDP a instalação alguma espécie de proteção
junto às ligações do Posto de Transformação (como uma rede), e também à
reparação dos candeeiros em más condições.
Obs. Esta recomendação foi aprovada por unanimidade.
Moção
Limpeza dos passeios da Aldeia do Carrasco
Alguns passeios da Aldeia do Carrasco
encontram-se frequentemente cheios de ervas, havendo queixas de alguns
moradores de que as máquinas de limpeza ao serviço do município raramente lá
vão.
Assim, a Assembleia de Freguesia de
Portimão, reunida em sessão ordinária no dia 16 de dezembro de 2019, apela às
entidades competentes, nomeadamente à Câmara Municipal, para que procedam com
mais regularidade à manutenção dos respetivos passeios.
Obs. Moção aprovada por unanimidade (depois de alterada)
Moção
Reparação de estruturas danificadas na zona ribeirinha
A zona ribeirinha de Portimão tem
condições para ser um cartão de visita da nossa cidade, como área de recreio e
lazer e até para a prática desportiva.
Infelizmente, muitos dos seus equipamentos
estão em degradação: vejam-se as casas de banho ou o edifício da antiga lota
(ver fotos anexas).
Assim, a Assembleia de Freguesia de
Portimão, reunida em sessão ordinária no dia 16 de dezembro de 2019, apela às
entidades competentes, nomeadamente à Junta de Freguesia e à Câmara Municipal,
para que tomem medidas no sentido da reparação das referidas estruturas.
Obs. Moção rejeitada com os votos contra do PS.
Moção
Parque “Vitavó” no Vale de Lagar
A zona do Vale de Lagar apresenta núcleos
populacionais com uma população envelhecida, com necessidades específicas tanto
em termos de saúde como de entretenimento; ao mesmo tempo, acaba por ser uma
zona afastada do centro da cidade e com poucos equipamentos sociais.
Uma forma de colmatar tal situação seria a
instalação de um parque “Vitavó” junto a esses bairros, com equipamentos
adequados à prática de exercício físico pela população sénior.
Assim, a Assembleia de Freguesia de
Portimão, reunida em sessão ordinária no dia 16 de dezembro de 2019, apela às
entidades competentes, nomeadamente à Junta de Freguesia e à Câmara Municipal,
para que procedam à construção de um Parque “Vitavó” no Vale de Lagar.
Obs. Moção aprovada com os votos contra do NOS.
Moção
Reparação da escadaria da zona ribeirinha
A zona ribeirinha de Portimão tem
condições para ser um cartão de visita da nossa cidade, como área de recreio e
lazer e até para a prática desportiva.
Infelizmente, muitos dos seus equipamentos
estão em degradação, como até algumas escadarias que descem para o rio que
estão também a perder as pedras, correndo eventualmente o risco de um dia
desabarem por falta de suporte interior (ver foto anexa).
Assim, a Assembleia de Freguesia de
Portimão, reunida em sessão ordinária no dia 16 de dezembro de 2019, solicita à
Junta de Freguesia para que contacte a Administração dos Portos de Sines e do
Algarve, para que tomem medidas no sentido da reparação das referidas
estruturas.
Obs. Aprovada por unanimidade.
Portimão, 16 de dezembro
de 2019
Os representantes do Bloco de Esquerda
Miguel Madeira
Marilú Batista
Joaquina Lourenço
FRASE DO DIA (1259)
António
Costa não tem um olhar estratégico sobre o futuro do país, vai escolhendo à
peça conforme as suas dificuldades políticas - Rui Rio também não, Luís
Montenegro ainda menos.
terça-feira, 24 de dezembro de 2019
FRASE DO DIA (1258)
A despesa fiscal do
injustificado regime dos residentes não habituais (que deixa os pensionistas
estrangeiros isentos de impostos) é de 600 milhões de euros.
segunda-feira, 23 de dezembro de 2019
FRASE DO DIA (1257)
Com todas as pontes destruídas pela
incapacidade de gerir fora dos tribunais uma crise política e constitucional,
humilhantemente desautorizada pela justiça europeia e bloqueada na formação do
Governo e com a extrema-direita em expansão, a posição de Espanha é cada vez
mais insustentável.
EXCESSO DE OTIMISMO DO SECRETÁRIO-GERAL DA ONU
In Revista "Expresso"
Será que o próprio António Guterres acredita na afirmação que aqui vem expressa?
domingo, 22 de dezembro de 2019
MAIS CITAÇÕES (61)
Não há brilho de jurista nem capacidade
de comunicação e de entretenimento de um intelectual que sejam neutras.
(…)
O intelectual que momentaneamente ocupa
lugares de poder escolhe sempre se o seu campo é o da liberdade ou se é ator do
pode que oprime. O jurista Antunes Varela e o intelectual José Hermano Saraiva fizeram
escolhas.
(…)
Há quem invoque a suposta necessidade de
uma suposta reconciliação de Portugal com a sua História para justificar homenagens
a Antunes Varela, a José Hermano Saraiva e a outros vultos da política
fascista. O argumento é falso.
(…)
Não, os expoentes da ditadura não
merecem homenagens dos democratas que branqueiem o que fizeram e o que não
quiseram fazer.
José Manuel Pureza,
“Diário as beiras”
Mesmo descontados os eventuais percalços
políticos, para os quais o Governo não se quis preparar, o Orçamento insiste em
mobilizar quase ninguém e em oferecer soluções escassas para problemas graúdos.
(…)
Suponho que [Costa] é a única pessoa que
não nota que o Governo se mostrou fragilizado e com soluções atamancadas em
modo de despedida do ministro.
(…)
[O Governo] podia ter apresentado um
plano para habitação ou reforçado o investimento com metas verificáveis.
(…)
Em questões relevantes, o Governo usa a
velha tática de apresentar a corajosa constituição de uma comissão.
(…)
De facto, até se deve sublinhar que há
vergonhas na nossa república, e não são poucas: escândalos de corrupção,
incluindo os de destacados ministros do partido que foi o de Ventura ou o que
levou a polícia ao seu próprio gabinete, ou as assinaturas falsas para
legalizar um partido, logo o de Ventura, e muito mais.
Francisco Louçã,
“Expresso” (sem link)
Será que estamos
condenados a ter uma sucessão de OE sempre a apertar-nos, tolhendo a vida do
povo e a capacidade de percorrer novos caminhos, e tornando o país
definitivamente pequenino?
(…)
Muitos ricos e poderosos,
que consideram o povo tendencialmente gastador, não cumprem as suas obrigações,
mentem descaradamente, só respeitam a ética da "Família" a que
pertencem, e protegem-se em interpretações das leis que tornam os seus roubos
legais.
(…)
Um OE é bom quando aposta
no desenvolvimento social e humano, no trabalho e atividades dignas, nas
condições de produção de riqueza e sua justa distribuição, no conhecimento, na
participação cívica e na cultura; quando coloca as pessoas como sujeitos dos seus
direitos e deveres e não deixa ninguém abandonado aos caprichos da benevolência
alheia.
Chegou o tempo de a “carga
fiscal” ser erigida em mãe de todos os nossos males.
(…)
A carga fiscal pode crescer
por força do bom desempenho da economia, sem qualquer alteração de política
fiscal.
(…)
[O Ponto central da
discórdia é] saber se a prioridade orçamental deve ser a decida de impostos ou,
alternativamente, o investimento na
recuperação dos serviços públicos.
Pedro
Adão e Silva, “Expresso” (sem
link)
O Chega! apenas conseguiu
transformar um banal incidente parlamentar em tema nacional, com direito a
conferência de imprensa e outdoor.
(…)
Os mesmos que ao primeiro
reparo se atiram para o chão num pranto, vítimas de ignóbil censura, lançam na
lama quem se atreva a levantar-lhes a voz.
(…)
É mantendo o foco, não
alimentando o circo com admoestações deslocadas, que se defende a democracia
que eles querem atacar.
Daniel
Oliveira, “Expresso” (sem
link)
Os desequilíbrios no
imobiliário português já são considerados como risco por instituições
internacionais.
(…)
Há professores que não
podem aceitar vagas em escolas porque não têm como pagar rendas em cidades como
Lisboa.
(…)
Sobretudo na capital,
prosseguem despejos por fundos imobiliários impostos a famílias ou pessoas
sozinhas que vivem há anos na mesma casa mas já não podem suportar os aumentos
de renda no fim dos contratos.
Pedro Santos Guerreiro, “Expresso” (sem link)
sábado, 21 de dezembro de 2019
SUSPENSÃO DAS DRAGAGENS NO PORTO DE SETÚBAL. PCP VOTA AO LADO DO CHEGA E IL
O voto favorável do PCP era decisivo para a aprovação do projeto de suspensão das dragagens do Sado. Ficamos a saber ao lado de quem estão...
CITAÇÕES
Dois anos após o assassinato de Daphne
Caruana Galicia, a jornalista de investigação maltesa, ainda não está concluído
o processo de investigação sobre o seu assassinato.
(…)
Caruana Galicia investigava crimes de
fraude e evasão fiscal e esteve ligada aos Panama Papers.
(…)
Até hoje, o que sabemos é que ela tinha
razão e que o governo de Malta tem sido um empecilho a uma investigação transparente
e independente.
Em outubro de 2018, numa altura em que o
Governo ensaiava argumentos para refrear as exigências dos cuidadores
[informais] e evitar a aprovação do Estatuto no Parlamento, António Costa
chegou a afirmar num debate quinzenal que “em velocidade cruzeiro são 800
milhões de euros” a concretização do Estatuto. O número não tinha grande
fundamento e era manifestamente exagerado. Mas mesmo que o valor real seja um
terço desses 800 milhões, o contraste com os 30 agora apresentados é grande.
Será que sente vergonha
por Sousa Lara, porta-voz nacional do Chega para questões de segurança e
geopolítica, ter beneficiado durante anos do pagamento de uma subvenção
vitalícia.
(…)
No currículo do porta-voz
do Chega encontra-se ainda o envolvimento num dos maiores escândalos da década
de 90, o “Caso Moderna”, um escândalo de corrupção, gestão danosa e associação
criminosa ligado à Universidade Moderna.
(…)
Contudo, o que deu
dimensão nacional a Sousa Lara (e internacional, diga-se) foi a censura a
Saramago.
(…)
[Peixoto Rodriguer] sindicalista
da polícia, presidente do Sindicato Unificado da PSP, foi aposentado
compulsivamente por ter faltado 83 dias seguidos ao serviço sem apresentar
justificação. Está ainda constituído arguido num processo de fraude onde terá
lesado o Estado em mais de 60 mil euros.
(…)
A PJ suspeita que André
Ventura tenha feito parte de um esquema partidário que criou um saco azul de
financiamento ilegal através da contratação de um assessor fantasma para o seu
gabinete de vereador na Câmara Municipal de Loures.
Pedro
Filipe Soares, “Público” (sem
link)
A relação que o
primeiro-ministro manteve e quer continuar a manter com os partidos à esquerda
é do tipo “abraço de urso”.
(…)
Para se perceber a mudança
do início da anterior legislatura para a presente, bastaria ler as primeiras
páginas do Programa de Governo em 2015 e compará-las com o atual.
(…)
Simplesmente, um Orçamento
do Estado não serve para marco histórico. Deve, sim, responder às necessidades
sociais e económicas de justiça e desenvolvimento.
(…)
A nossa democracia precisa
mesmo que se afirme uma alternativa, assente na construção de uma maioria
social transformadora do atual quadro político
(…)
O surgimento, no Bloco de
Esquerda, de uma Convergência de militantes de sensibilidades e percursos
diversos, com propostas e ideias próprias como contributo para a pluralidade do
Bloco, é um sinal de vitalidade partidária.
(…)
As diferentes opiniões,
bem como as práticas que as consubstanciam, devem ser debatidas dentro do
partido e, naturalmente, as decisões apenas cabem aos militantes.
Carlos
Matias, “Público” (sem
link)
Uma escola que tenha as
notas internas muito desalinhadas para cima pode indicar que essa escola dá
classificações mais altas que a generalidade das outras escolas, proporcionando
aos seus alunos um benefício na competição por um lugar no ensino superior.
(…)
[Em 2018, um estudo
realizado na Faculdade de Medicina do Porto evidencia que] os alunos que
completaram o ensino secundário em escolas que inflacionaram muito as notas
tiveram pior desempenho na Faculdade de Medicina que os alunos que acabaram o
ensino secundário em escolas que não o fizeram.
(…)
Segundo o mesmo estudo,
considerando apenas as escolas que não inflacionam as notas, os alunos vindos
de escolas públicas continuam a ter na Faculdade de Medicina melhor desempenho
que os que provêm de escolas privadas.
(…)
De facto, este estudo não
suporta a ideia, frequentemente assumida como verdadeira, de que os alunos das
escolas privadas estão melhor preparados para o sucesso no seu futuro
académico.
Cristina da Costa
Santos, “Público” (sem link)
Nem todas as “obediências”
[maçónicas dentro do PSD] são iguais e algumas estiveram nos últimos anos
envolvidas em casos de corrupção e tráfico de influências.
(…)
E fazer parte da
maçonaria, para quem se formou politicamente dentro do PSD nos tempos mais
recentes, nada tem que ver com os maçons sociais-democratas do passado.
(…)
Na evolução recente do
PSD, associada à viragem à direita nos anos da troika, [é possível que tenha sido usada a
maçonaria para efeitos de poder interno]
Pacheco
Pereira, “Público” (sem
link)
[Zozi] é a quinta mulher
negra a ser coroada Miss Universo, mais é a primeira a reivindicar em voz alta
a sua intenção de mudar mentalidades.
(…)
E sejamos como Zozi, ela
sabe que a beleza do mundo foi construída contra os negros, desde que foram
dominados.
(…)
A maioria de jovens do
mundo — brancos, amarelos, vermelhos, negros — quer criar um outro mundo, um
lugar mais agradável para se viver na diversidade.
Ricardo
Vita, “Público” (sem
link)
No que toca ao amianto, os
portugueses continuam a ser europeus de segunda, nomeadamente os que frequentam
escolas públicas e aí passam grande parte do seu dia-a-dia.
(…)
A ausência da lista
atualizada e completa de edifícios públicos contendo amianto, sobretudo
escolas, que serviria para definir prioridades e depois para calendarizar
intervenções, é já demasiado gritante para passar incólume.
André Julião, “Público” (sem link)
Subscrever:
Mensagens (Atom)