A escolha de contratar [porteiros e
seguranças] sempre o mais barato tem gerado uma corrida para o fundo em termos
de salários e condições laborais, além de ter estimulado formas de concorrência
agressiva e desleal entre empresas.
(…)
Muitos dos 40 mil trabalhadores da
segurança privada em Portugal passam anos nos mesmos postos de trabalho, mas
sempre com contratos precários.
(…)
A situação não é apenas injusta – é
ilegal.
(…)
Muitas [empresas] têm chantageado os trabalhadores que, temendo perder o seu emprego, lá assinam um novo contrato.
Muitas [empresas] têm chantageado os trabalhadores que, temendo perder o seu emprego, lá assinam um novo contrato.
Basta falar com
responsáveis do Ministério Público ou da Polícia Judiciária e logo se percebe
como é dramático lidar com um quadro de pessoal diminuto e envelhecido.
(…)
Os “vistos gold” são uma porta aberta
para corrupção, mas este pacote apresentado pelo Governo ignora olimpicamente
esta realidade.
(…)
Segundo esta organização
internacional, o programa de “vistos gold”
em Portugal apresenta um sério risco de ser usado por corruptos ou criminosos,
potenciando até a corrupção dos próprios Estados.
(…)
Sobre [a Entidade para
a Transparência] o Governo é completamente omisso, descurando uma
área fundamental no combate à corrupção: os políticos.
Pedro
Filipe Soares, “Público” (sem
link)
Vai-se confirmando que o Governo tende a encarar a
governação - no plano económico, nas reformas da administração e dos serviços
públicos, nas relações Estado/ privados - prioritariamente como negócios, com
cheiro a barganha.
(…)
Os líderes das
confederações patronais enunciaram um conjunto de medidas que o Governo já lhes
assegurou, na área fiscal e outras, que valem muitas centenas de milhões de
euros.
(…)
Os dirigentes sindicais
confirmaram as benesses aos patrões inscritas nas propostas do Governo.
(…)
Num exercício para
distrair e convencer parvos, a ministra do Trabalho fez de conta que os patrões
tinham estado calados e disse que na reunião apenas se identificaram temas e
áreas de interesse das partes e conteúdos de caráter geral. Haja honestidade
política.
(…)
O Governo oferece
compensações aos patrões pelo cumprimento de leis em várias áreas, entrega-lhes
erradamente a execução de políticas públicas em áreas diversas
Uma das consequências de
uma doença contemporânea da política em democracia nos dias de hoje é o cada vez maior policiamento do
pensamento, das imagens, das informações e da linguagem.
(…)
Deixem lá o homem [André
Ventura] falar para a sua clientela de indignados profissionais nas redes
sociais e, se querem tirar-lhe o terreno à “vergonha”, denunciem antes as
“vergonhas” que ele oculta e que o fazem ser o que é.
Pacheco
Pereira, “Público” (sem
link)
As constantes notícias que
me provocam angústia e amargura no coração só provam um diagnóstico de doença
grave. Agressões verbais e físicas a professores, por parte de alunos e
encarregados da, suposta, educação.
(…)
Este Natal, peço punições mais graves para a
indisciplina, para bem de todos, mesmo dos infractores, para que, no futuro,
se tornem melhores adultos.
(…)
Este Natal, peço menos burocracia para a escola, mais adequação do ensino
à realidade e mais respeito pelo processo.
(…)
A imagem que passa de
professores com a casa às costas, sem perspectivas futuras, com carreiras
congeladas, salários baixos e maltratados, não são factores convidativos para
os nossos jovens enveredarem por esta profissão.
Mafalda
Lira, “Público” (sem
link)
Dentro em breve, e fruto
de uma maioria absoluta, o governo conservador de um país conservador de uma
monarca conservadora sairá, de uma vez por todas, da União Europeia.
(…)
Fomentando a iniciativa
privada, os contratos de trabalho serão reestruturados ou simplesmente
eliminados: hoje és preciso, amanhã já não, os direitos, quais direitos, serão
uma sombra do passado, quem está doente não trabalha e quem não trabalha não
recebe.
(…)
Os apoios sociais passarão
à história, os meios de comunicação serão encerrados ou subjugados, o
desemprego subirá em flecha e a austeridade, sempre a austeridade, hasteará a
sua bandeira a bordo da jangada da Medusa.
(…)
Cada país tem os
governantes que merece, e o Reino Unido não é excepção. Eu votei nos
trabalhistas. Hei-de morrer com a consciência tranquila. Mas nem por isso o
corpo.
João
André Costa, “Público” (sem
link)
[Os mercados de carbono
são] uma versão moderna do comércio de indulgências que existia na Igreja
Católica. Mas em vez de pagarem pelos pecados, pagam pela poluição. Com as
indulgências, o pecador não deixava de pecar, assim como com os mercados de
carbono o poluidor não deixa de poluir. As emissões voltaram a aumentar em
2019.
(…)
Os mercados de carbono
falham porque são feitos para especular, obter lucro fácil e autorização para
poluir. E falhariam mesmo que o preço de carbono fosse elevado.
(…)
Os mercados de carbono são
jogos de aparências mascarados de ecologia barata.
João
Garcia Rodrigues, “Público” (sem
link)
A crise dos sistemas de
representação tem obrigado a que voltemos a estudar a desigualdade social como
fator decisivo no comportamento político.
Manuel Loff, “Público” (sem link)
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