O Eurogrupo, apesar de não ser uma
instituição europeia, tem vindo a acumular um poder considerável.
(…)
É igualmente justo e necessário dizer
que Mário Centeno nunca esteve particularmente empenhado [na inversão da agenda
do Eurogrupo].
(…)
A experiência deste mandato [de Centeno]
mostra que, em vez de levar a experiência portuguesa para Bruxelas, Centeno
optou por condicionar a recuperação dos rendimentos em Portugal com as escolhas
da ortodoxia europeia.
(…)
Na realidade, Centeno foi um fator de
bloqueio da necessária inversão da política de austeridade.
(…)
Centeno [no Eurogrupo] não trouxe
mudança. Portugal precisa dessa mudança e a Europa também.
José Gusmão, “Expresso”
(sem link)
No caso brasileiro bem sabemos como
funcionou esta norma da delação premiada.
(…)
Alguns delatores já negaram as suas
declarações iniciais, afirmando que foram pressionados e instrumentalizados
pelas autoridades.
(…)
O risco do expediente [e que ] pode
permitir tanto o apuramento da verdade como a manipulação.
(…)
Se pode haver sempre declarações falsas [no
tribunal], o que não pode é existir um sistema que as estimule. A partir daí,
como se verifica no Brasil, a justiça passaria a ser um braço de uma milícia
política.
(…)
Se queres combater a corrupção vigia o
dinheiro, as contas bancárias, as compras de bens de luxo, as transferências para
o estrangeiro, não há outra via mais consistente e, aliás, protetora dos
direitos democráticos.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
A delação premiada tem o condão de ser,
ao mesmo tempo moralmente errada e processualmente ineficaz.
(…)
Não se encontra um penalista que defenda
a legalidade do processo [da delação premiada].
(…)
Se alguém incrimina outro para se
defender ou dividir a sua responsabilidade, a probabilidade de deturpar a
verdade é significativa.
Pedro Adão e
Silva, “Expresso” (sem link)
O horizonte da campanha contra ele [SNS]
é o sistema que os EUA têm, onde a esperança média de vida caiu por três anos
consecutivos.
(…)
É por isso [pelo lucro] que são os
doentes graves, crónicos e caros que valorizam o SNS público.
(…)
Temos de estancar a sangria para o
privado de pessoal especializado, maltratado e esgotado no [setor] público [da
saúde].
Daniel Oliveira,
“Expresso” (sem link)
As bancadas da esquerda reprovaram [a
moção que equiparava o nazismo ao comunismo] por entenderem, com toda a
justeza, que o paralelo estabelecido branqueava o nazismo.
(…)
Têm sido os partidos de direita e de
extrema-direita que mais têm insistido nessa «semelhança», aproveitando-a para
desenvolver junto dos eleitorados uma retórica anticomunista, antissocialista e
essencialmente antidemocrática.
(…)
Na realidade, não se trata de conceitos
ou de experiências idênticos: o nazismo, bem como todos os fascismos, estão
associados a ideologias e a regimes segregacionistas, que visam eliminar ou
subjugar setores da população (…) enquanto o comunismo é, na essência, um ideal
de sociedade solidário, igualitário e justo.
(…)
A legitimidade que fascismo e comunismo
impuseram para defender essas escolhas foi radicalmente diversa: enquanto nas
experiências dos Estados socialistas o objetivo nuclear era reeducar o
dissidente para produzir um «homem novo», na experiência nazi era eliminar o
pária, higienizando a sociedade da sua presença.
Os CEO de grandes empresas ganham cem
vezes mais do que os cientistas de topo.
(…)
A compensação financeira para os
cientistas de topo é quase zero quando comparada com o que atletas de topo ou
gestores de topo ganham.
(…)
Os contribuintes iriam votar contra os
políticos que permitem que um cientista de topo ganhe tanto como o Cristiano
Ronaldo.
Paul
De Grauwe, “Expresso” Economia (sem link)
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