Não há brilho de jurista nem capacidade
de comunicação e de entretenimento de um intelectual que sejam neutras.
(…)
O intelectual que momentaneamente ocupa
lugares de poder escolhe sempre se o seu campo é o da liberdade ou se é ator do
pode que oprime. O jurista Antunes Varela e o intelectual José Hermano Saraiva fizeram
escolhas.
(…)
Há quem invoque a suposta necessidade de
uma suposta reconciliação de Portugal com a sua História para justificar homenagens
a Antunes Varela, a José Hermano Saraiva e a outros vultos da política
fascista. O argumento é falso.
(…)
Não, os expoentes da ditadura não
merecem homenagens dos democratas que branqueiem o que fizeram e o que não
quiseram fazer.
José Manuel Pureza,
“Diário as beiras”
Mesmo descontados os eventuais percalços
políticos, para os quais o Governo não se quis preparar, o Orçamento insiste em
mobilizar quase ninguém e em oferecer soluções escassas para problemas graúdos.
(…)
Suponho que [Costa] é a única pessoa que
não nota que o Governo se mostrou fragilizado e com soluções atamancadas em
modo de despedida do ministro.
(…)
[O Governo] podia ter apresentado um
plano para habitação ou reforçado o investimento com metas verificáveis.
(…)
Em questões relevantes, o Governo usa a
velha tática de apresentar a corajosa constituição de uma comissão.
(…)
De facto, até se deve sublinhar que há
vergonhas na nossa república, e não são poucas: escândalos de corrupção,
incluindo os de destacados ministros do partido que foi o de Ventura ou o que
levou a polícia ao seu próprio gabinete, ou as assinaturas falsas para
legalizar um partido, logo o de Ventura, e muito mais.
Francisco Louçã,
“Expresso” (sem link)
Será que estamos
condenados a ter uma sucessão de OE sempre a apertar-nos, tolhendo a vida do
povo e a capacidade de percorrer novos caminhos, e tornando o país
definitivamente pequenino?
(…)
Muitos ricos e poderosos,
que consideram o povo tendencialmente gastador, não cumprem as suas obrigações,
mentem descaradamente, só respeitam a ética da "Família" a que
pertencem, e protegem-se em interpretações das leis que tornam os seus roubos
legais.
(…)
Um OE é bom quando aposta
no desenvolvimento social e humano, no trabalho e atividades dignas, nas
condições de produção de riqueza e sua justa distribuição, no conhecimento, na
participação cívica e na cultura; quando coloca as pessoas como sujeitos dos seus
direitos e deveres e não deixa ninguém abandonado aos caprichos da benevolência
alheia.
Chegou o tempo de a “carga
fiscal” ser erigida em mãe de todos os nossos males.
(…)
A carga fiscal pode crescer
por força do bom desempenho da economia, sem qualquer alteração de política
fiscal.
(…)
[O Ponto central da
discórdia é] saber se a prioridade orçamental deve ser a decida de impostos ou,
alternativamente, o investimento na
recuperação dos serviços públicos.
Pedro
Adão e Silva, “Expresso” (sem
link)
O Chega! apenas conseguiu
transformar um banal incidente parlamentar em tema nacional, com direito a
conferência de imprensa e outdoor.
(…)
Os mesmos que ao primeiro
reparo se atiram para o chão num pranto, vítimas de ignóbil censura, lançam na
lama quem se atreva a levantar-lhes a voz.
(…)
É mantendo o foco, não
alimentando o circo com admoestações deslocadas, que se defende a democracia
que eles querem atacar.
Daniel
Oliveira, “Expresso” (sem
link)
Os desequilíbrios no
imobiliário português já são considerados como risco por instituições
internacionais.
(…)
Há professores que não
podem aceitar vagas em escolas porque não têm como pagar rendas em cidades como
Lisboa.
(…)
Sobretudo na capital,
prosseguem despejos por fundos imobiliários impostos a famílias ou pessoas
sozinhas que vivem há anos na mesma casa mas já não podem suportar os aumentos
de renda no fim dos contratos.
Pedro Santos Guerreiro, “Expresso” (sem link)
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