Os números são assustadores: a taxa de vacinação
contra o sarampo em Itália, França ou Sérvia é inferior à do Burundi, do Ruanda
ou do Senegal.
(…)
A reacionária campanha tem algum efeito
nesta estatística, mas o essencial desta degradação resulta da decadência dos
serviços de saúde, do subfinanciamento das suas atividades, da crise de pessoal
qualificado e da mercadorização de serviços, que conduz a uma maior
desigualdade de acesso.
(…)
O moderno serviço de saúde foi inventado
como uma norma democrática ou de bem comum assegurando o acesso universal, mas
tem sido transformado pelo mercado.
(…)
Dos 42 antibióticos atualmente em teste,
é possível que só um quinto deles venha a ser aprovado, mas há 700 mil pessoas
a morrer por ano com infeções resistentes.
(…)
[As grandes empresas farmacêuticas]
abandonaram esta investigação [doa antibióticos], mesmo que saibam que é
fundamental. Sobram os Estados e as universidades. Só eles defenderão os nossos
filhos.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
[Trump] já passou 227 dias em campos de
golfe desde que foi eleito (Obama por esta altura do mandato, tinha passado 88
dias e Trump criticou-o por perder muito tempo em divertimento trivial) e
muitos assuntos são tratados com os parceiros selecionados para o acompanhar.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
Talvez não se tenha notado muito, no
meio das filhoses do Natal, mas tivemos direito à enésima campanha pela entrega
de hospitais públicos à gestão privada.
(…)
Em si, a coreografia do sucesso do
privado baseia-se num discurso aflito, que é torpedeado cada dia pelos próprios
arautos da virtude do mercado.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
Além da suborçamentação crónica do setor
[da saúde], que inviabiliza quaisquer boas práticas de gestão, Portugal foi
também um dos poucos países da OCDE que diminuiu a despesa com Saúde em percentagem
do PIB entre 2000-17.
(…)
Entre nós, a fatia da despesa direta das
famílias (27,5% para uma média europeia de 15,8%) e suportada por seguros
voluntários (5,2%) é particularmente elevada.
(…)
Pese embora a lei garantir um SNS,
apenas 66,5% da despesa radica na comparticipação pública, um valor bem
inferior à média da UE (79,35%).
Pedro Adão e
Silva, “Expresso” (sem link)
Tratar [o orçamento] como um acordo para
quatro, sem qualquer compromisso do primeiro-ministro, é uma armadilha.
(…)
Os partidos mais pequenos, sem acordos
escritos ficam nas mãos de quem controla o Governo e o calendário.
(…)
Sem cedências significativas ou um
acordo de longo prazo que garanta uma “governação tendencialmente à esquerda”
BE e PCP não devem viabilizar o Orçamento.
(…)
Sempre defendi acordos à esquerda. Mas a
condição é a clareza e a reciprocidade. chantagem não é diálogo.
(…)
Os partidos mais à esquerda só podem
estar próximos do poder se o condicionarem, com ganhos compreensíveis ara
todos.
(…)
Uma aprovação de borla seria um sinal de
fraqueza que marcaqria toda a legislarura.
Daniel Oliveira,
“Expresso” (sem link)
Os apios do Estado à banca são sempre
excecionais. São todos os anos excecionais. Mas o que é “excecional” há 12 anos
já é regra.
(…)
Num Estado submerso em créditos, será
usado mais dinheiro no Novo Banco do que na redução da dívida pública.
(…)
As transferências para o ex-BES não têm
fim, parece que de cada vez que se abre uma gaveta se encontra mais um crédito
que não será pago.
(…)
É o mesmo todo os anos: “Não há dinheiro
para isto, mas há dinheiro para os bancos.”
Pedro Santos
Guerreiro, “Expresso” (sem link)
Tudo quanto é cientificamente óbvio,
humanamente justo e estrategicamente necessário conseguiu ser impedido [na COP
25] por um pequeno número de países cuja conduta é difícil de qualificar.
(…)
A Cop25 esgotou a sua energia a impedir
um retrocesso fatal.
(…)
Não é possível pensar o mar como mais um
recurso meramente extrativo, à mercê de quem chegar primeiro e tiver mais
força.
Luísa Schmidt, “Expresso”
(sem link)
O racismo dos ingleses veio ao de cima
como espuma e Meghan tornou-se uma notícia de opróbrio.
Clara
Ferreira Alves, Revista “Expresso” (sem
link)
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