sábado, 17 de abril de 2021

CITAÇÕES

 

Os dados parecem sofrer muito pouca variação ao longo das últimas duas décadas: cerca de um quinto da população portuguesa, 1,7 milhões de pessoas, vive em situação de pobreza.

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O acesso ao trabalho remunerado e a um salário não permite, para centenas de milhares de pessoas, escapar da pobreza.

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Mais de um em cada dez trabalhadores portugueses (10,8% dos indivíduos empregados) ganha tão pouco que é pobre. 

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Quase metade dos desempregados (44,8%) são pobres, uma proporção que tem aumentado e que resulta, em grande medida, da precariedade.

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As mulheres estão, em geral, mais expostas à pobreza, particularmente numa situação de velhice. O mesmo acontece com as minorias étnicas.

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O Rendimento Social de Inserção tem um valor médio (119 euros mensais) que é cerca de um quarto do limiar de pobreza.

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Ao flutuar consoante o rendimento mediano, [ao limiar da pobreza] escapa-lhe a dimensão absoluta.

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Ao estabelecer uma linha da pobreza, por um euro se está dentro e por um euro se está fora.

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Ela não dá conta, por si só, nem da intensidade nem da persistência da pobreza.

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Ao considerar o rendimento do agregado, subestima a pobreza das mulheres e das crianças. 

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E como sempre, os dados disponíveis estão necessariamente “em atraso”.

José Soeiro, “Expresso” Diário

 

[O] acréscimo extraordinário da poupança é particularmente evidente no Canadá e nos EUA, onde chegará a 10% do PIB, menos acentuado em França e na Alemanha, onde ainda assim supera os 2% do PIB.

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Na Europa, os dados indicam que é sobretudo quem tem mais que poupa mais, sendo que os pobres e remediados têm pouca margem para poupança, como acontece normalmente.

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Nos EUA, foram sobretudo os mais pobres que pouparam mais.

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Entram aqui os alarmistas, avisando que as poupanças poderão ser gastas freneticamente quando acabar a pandemia e que isso impulsionaria uma alta inflação.

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O efeito inflacionista pode ser reduzido e é importante começar a transição climática. 

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No caso português, a experiência diz-nos que os consumidores são cuidadosos e não vão gastar do dia para a noite os mais 13,1 mil milhões de euros que depositaram nos bancos desde o início da pandemia. 

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O temor da inflação é exagerado, uma modesta recuperação não criará espiral de preços e é prudente manter a política de apoio ao investimento e emprego.

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Voltar a medidas recessivas, como políticas monetárias restritivas, seria criminoso.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

A corrupção é o pântano - um lamaçal que mancha instituições, democracias, países.

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Como combater a corrupção? É uma pergunta que vem de longe e cuja resposta nunca é satisfatória.

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[Al Capone foi preso] por fraude fiscal.

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O combate à corrupção exige meios, leis e transparência.

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[O reforço das competências de investigação] é uma necessidade imperiosa, pois a vida mostra que os crimes de corrupção são cada vez mais elaborados e fazem uso dos recursos que a globalização lhes colocou ao dispor, como os offshore.

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Não há justiça a sério se não investirmos o necessário para esse objetivo.

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Partindo da mais recente alteração à lei, que reforçou as obrigações de declaração de rendimentos e património de titulares de cargos políticos e altos cargos públicos, [a Associação Sindical dos Juízes Portugueses] sugere acrescer uma obrigação de justificação de incrementos patrimoniais.

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Ainda é possível fazer mais no combate às portas giratórias, regimes de incompatibilidades ou impedimentos: acabar de vez com a promiscuidade entre público e privado.

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O país exige uma resposta qualificada no combate à corrupção, esse deve ser um desígnio nacional. Não podemos falhar.

Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)

 

A economia do nosso país e a vida de grande parte dos portugueses estão hoje muito dependentes de apoios temporários e precários, como é o caso das moratórias e do layoff.

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A crise que nos aprisiona é uma espécie de mãe de muitas outras crises, cheias de incertezas.

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[Em 2020 a UE] aprovou financiamentos relativamente abundantes, a crédito e a fundo perdido.

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[O Governo português orçamentou pouco e executou ainda menos]. Portugal alcandorou-se ao pódio dos países que menos protegeram os cidadãos e as empresas.

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O layoff passará de extraordinário ao que normalmente é, a antecâmara de despedimentos, em particular coletivos.

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As medidas de magro apoio a quem ficou sem rendimento serão levantadas; o mesmo se perspetiva para as moratórias e para o crédito, resultando daí exigências de reembolso e de pagamento de juros, por parte da Banca.

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O grande desafio ao Governo e aos atores políticos e económicos parece simples, mas é exigente: ver o que é claro.

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Ao longo do tempo, diferentes governos em diversas crises agiram no pressuposto de que os trabalhadores que ficam desempregados e os pequenos empresários falidos se vão desenrascando através de fuga para a economia informal, o que é sempre um grave erro.

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Todos sabemos que o empobrecimento e o desespero são inimigos da democracia.

Carvalho da Silva, JN

 

Parece haver uma infantilidade inadmissível na forma como Ivo Rosa desvaloriza o "poder de facto" dos arguidos.

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Com todos os olhos em Sócrates – (…) – seria interessante olhar também para Ricardo Salgado, Armando Vara, Zeinal Bava e tantos outros. 

Miguel Guedes, JN

 

O inglês Thomas Paine, um dos «pais fundadores» dos Estados Unidos, que também influenciou com as suas ideias os anos decisivos da Revolução Francesa, disseminou grande parte das convicções progressistas justamente através do panfleto.

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As revoluções que percorreram os séculos XIX e XX, os movimentos sociais que se foram sucedendo, as lutas emancipatórias e de libertação nacional que vieram de seguida, encontraram no panfleto – numerosas vezes disseminado também sob a forma de artigo de jornal – um veículo essencial de propagação.

Rui Bebiano, “Diário as beiras”


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