(…)
Nenhuma república das bananas julga um ex-primeiro-ministro do
partido no poder.
(…)
Desde que Sócrates terá cometido os crimes de que vem acusado
evoluiu-se: os prazos de prescrição são mais dilatados e há novos crimes na lei.
(…)
Com ele [Isaltino Morais], não precisamos de usar o
“alegadamente”. Foi condenado em todas as instâncias possíveis.
(…)
Quando saiu da prisão, correu com quem lhe guardou o lugar e
voltou a vencer as eleições no concelho mais instruído do país.
(…)
O mesmo povo que justamente se indigna com Sócrates vota uma e
outra vez em Isaltino.
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Raramente a ética determinou a história, poucas vezes determinou
os políticos, quase nunca determinou o voto.
(…)
Quando [o povo] é exigente, nenhuma nação é governada por patifes.
Disso tenho a certeza.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
Tenho dificuldade em perceber que, face aos mesmos factos, sejam
possíveis interpretações tão díspares de dois juízes do mesmo tribunal.
(…)
O que gera perplexidade é que muitos tenham acompanhado a
interpretação que mais lhe convinha [a Sócrates] sobre a alegada derrocada da
acusação da Operação Marquês.
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E a questão são mesmo as “narrativas”. O Ministério Público construiu
uma narrativa de grande alcance e depois procurou factos que a demonstrassem.
Perante a fragilidade ou a ausência de factos, insistiu na narrativa.
(…)
É um bom contributo limitar a Operação Marquês aos factos
passíveis de serem julgados em tempo útil.
Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)
É um bom contributo limitar a Operação Marquês aos factos
passíveis de serem julgados em tempo útil.
(…)
Observamos agora as deficiências de um sistema e exigimos uma
Justiça mais rigorosa, com leis mais claras e meios de investigação mais
fortes.
Pedro Santos Guerreiro, “Expresso” (sem link)
Pouca gente estragou mais a democracia
portuguesa nos últimos anos do que José Sócrates.
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[As situações em que Sócrates foi maltratado ao
logo do processo não significam que seja inocente] não dos crimes que ainda não
foram julgados em Tribunal, mas de nos tomar por parvos com a sucessão de
mentiras que repete, todos os dias, com arrogância, para se justificar.
(…)
Todos nós o podemos condenar, apenas na base do
que ele disse e diz, e no facto de o dizer na qualidade de um responsável
político que o seu partido, os seus confrades na mentira e na ocultação, e os
eleitores, permitiram ser primeiro-ministro.
(…)
Há uma mecânica do populismo, que é a
indiferença com a corrupção dos populistas.
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Devemos achar normal que um primeiro-ministro
use dinheiro vivo em grandes quantias, trazido em malas e sacos pelo seu
motorista, com origem em contas alheias ou num hipotético cofre da mãe.
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Sócrates, que acha que é Lula da Silva, como os
Napoleões Bonaparte dos hospícios, atribui o que lhe sucede a uma operação
política da direita e da extrema-direita.
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Sócrates, quando fala da extrema-direita, fala
bem: nunca ninguém nas últimas décadas fez mais para o aumento do populismo
radicalizado e extremista do que José Sócrates.
Pacheco Pereira, “Público”
(sem link)
Apesar de toda a retórica sobre acção
climática, o Partido Socialista é a força política que pretendeu avançar com a
exploração de combustíveis fósseis e com a expansão da base de emissões de
gases com efeito de estufa em Portugal.
(…)
Há que perguntar o que é mais perigoso: o
negacionismo climático da extrema-direita ou o negacionismo prático do centrão
que diz que há alterações climáticas mas age como se as mesmas não existissem?
(…)
Em Portugal e pela mão do governo PS, pelo
contrário, a discussão foca-se em como ultrapassar um veto legal por parte de
autarquias afectadas e da Autoridade
da Aviação Civil.
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Enquanto a APA for comandada por Nuno Lacasta,
o “Senhor Sim” que mantém a agência a trabalhar como se fosse um carimbo de
aprovação para tudo, acreditar em avaliações ambientais é como acreditar no
abominável homem das neves.
(…)
Sobre o desígnio da ferrovia, passado um ano e
meio da tomada de posse do Governo, o único grande anúncio que se pôde
constatar é que o comboio Lisboa-Madrid foi e continuará desactivado.
(…)
António Costa, na sua bonomia, ilude toda a
gente na sua tentativa de não desiludir ninguém, e diz que tudo vai correr bem.
(…)
Depois das concessões de petróleo e gás, a
questão do aeroporto diz-nos muito sobre o PS.
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Se esta fosse uma questão legal, o chumbo da
ANAC e os vetos das autarquias teriam posto fim ao processo.
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Se esta fosse uma questão técnica, não havia
qualquer possibilidade de construir uma nova infra-estrutura cujo objectivo
estrito implica um aumento de emissões de gases com efeito de estufa.
(…)
Mas esta é uma questão política, e de poder, e
o PS escolheu, como sempre, que o seu lugar é o de mordomo dos negócios
nacionais e internacionais.
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Tudo estaria dentro da “normalidade” se não
vivêssemos nos primeiros capítulos da maior crise pela qual a Humanidade já
viveu, a crise
climática.
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A nossa casa está a arder e cada projecto que
aumenta as emissões é um inimigo, não da economia, dos negócios, do ambiente ou
até do emprego, mas da Humanidade.
(…)
No final, o PS não tem um plano para a TAP e
para quem trabalha à volta da aviação, não tem qualquer iniciativa palpável
sobre ferrovia – nenhum plano para o fim do mês.
(…)
Sobre alterações climáticas tem golpes
retóricos como o “Roteiro para a Descarbonização”.
João Camargo, “Público”
(sem link)
Para lá da evidente semelhança com a retórica
de Cavaco, o percurso de Sócrates é típico daqueles dirigentes políticos que,
sem origem em berço de ouro, tudo fazem para obrigar os ricos a precisar deles,
sem pôr minimamente em causa as normas intrínsecas do sistema que os faz ricos.
Manuel Loff,
“Público” (sem
link)
O impacto do encerramento das escolas [devido à
pandemia] não foi o mesmo para todos e que, outrossim, se verifica um evidente
aumento de desigualdades entre alunos.
(…)
Dito de outro modo, [com o encerramento das
escolas devido à pandemia] só ficaram para trás os que já eram socialmente
desfavorecidos.
Santana Castilho, “Público” (sem link)
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