sábado, 24 de abril de 2021

CITAÇÕES

 
O pacote para a cultura aprovado esta semana no Conselho de Ministros, projetado para ser a coroa de glória de Graça Fonseca neste mandato, foi recebido com apreensão generalizada e muitas críticas. 

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A Ministra vem prometendo há meses um estatuto para combater a precariedade no setor e garantir proteção social, mas até hoje foi incapaz de sequer obrigar a cumprir a lei as grandes fundações.

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A maioria dos trabalhadores da cultura passam recibos verdes mas deveriam ter um contrato, nalguns casos sem termo, noutros casos com o termo correspondente aos projetos em que trabalham.

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Ora, parece ser nisto que o Governo não está disponível para mexer.

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Seria preciso uma ação massiva de reconhecimento de contratos de trabalho, começando o Estado por dar o exemplo.

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Falar em retoma no setor da cultura é mais uma aspiração do que uma realidade, pelo que os apoios de emergência continuam a ser necessários e centrais.

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Sem passar a entender a cultura como um dos pilares do Estado Social ao mesmo nível que a educação, a saúde ou a segurança social, estaremos sempre no campo dos remendos.

José Soeiro, “Expresso” Diário

 

Está demonstrado que o ministro do Ambiente foi alertado a tempo para o esquema de fuga ao pagamento de 110 milhões de euros de imposto de selo e que, ainda assim, autorizou o negócio, sujeitando a cobrança do imposto a um litígio com final incerto. 

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A EDP quer vender à Engie o direito a utilizar bens do domínio público, bens que pertencem ao Estado – as águas dos rios, os terrenos das albufeiras.

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Ora, também nesta vertente da defesa do interesse público, a negligência é a hipótese mais benigna para explicar a atuação do Governo.

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[Em janeiro de 2020] o Governo prometia não só reavaliar o valor atribuídos às concessões em 2007 pelo ministro Manuel Pinho, mas também cobrar à EDP o que aquela reavaliação indicasse como justo.

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[Meio ano depois] já o ministro do Ambiente teria abdicado da nova avaliação e de qualquer cobrança a favor do Estado.

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Quando o Bloco requereu ao Governo a documentação do processo na APA, o parecer da diretora de recursos hídricos foi escondido e só chegou ao Parlamento por portas travessas.

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Há muito que a reavaliação do equilíbrio económico-financeiro das barragens da EDP é tema tabu para PS e PSD.

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Estão em causa milhares de milhões de euros, relacionados com dezenas de anos de produção do sistema hidroelétrico e ambos os partidos têm culpas no cartório das perdas públicas.

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Em 2018, o Parlamento aprovou, por unanimidade, um inquérito às rendas excessivas no setor elétrico

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Depois de anunciar uma reavaliação como condição para autorizar o negócio, o Governo impede que ela se faça.

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Tal como em 2007, nesta história, até agora só a EDP e Manuel Pinho têm razões para sorrir.

Jorge Costa, “Público” (sem link)

 

Os apoios sociais de emergência estão a ser “arrastados ou pervertidos pelo Governo”.

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Uma interpretação para esta tensão [com o PCP] é que o Governo continua a avaliar as hipóteses de uma crise política no outono e, portanto, vai ignorando a pressão do seu parceiro para cumprir os acordos. 

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Este fantasma de uma crise habilidosa vive há muito em São Bento, tendo aflorado por diversas vezes.

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Para o núcleo de direção do PS, a ideia da crise a curto prazo parece ter a sedutora promessa de marginalizar Pedro Nuno Santos e propulsionar Costa para um terceiro mandato, até ao dia do esperado cargo europeu.

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O problema é que o sucesso desta operação dependeria da maioria absoluta e isso não acontecerá. 

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A razão principal é que, para chegar a eleições, tem que ser o Governo a demitir-se e a inventar uma charada, e muito menos o pode fazer a pretexto de recusar apoios sociais que já prometeu. 

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

Estamos encurralados entre os perigos reais provocados pela pandemia, o alarmismo causado por notícias especulativas e até empolamento de riscos, e uma catadupa de informação cheia de contradições  

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Como salvaguardar a democracia e os direitos e deveres individuais e coletivos consagrados na Constituição da República?

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Vamos deixar que as emergências e exceções se consolidem como futura normalidade?

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Centenas de milhares de crianças e jovens estão há mais de um ano impedidos de fazer desporto e atividades culturais e os clubes e associações que os acolhiam vão deparar-se com enormes dificuldades para retomar a vida normal. 

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Fruto de uma retoma económica com horizonte continuamente adiado, da economia se estar a afunilar crescentemente em meros negócios e do cutelo das moratórias, todos os dias vemos crescerem as ameaças do desemprego e a desproteção de pessoas.

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Na crise anterior, o povo português foi sujeito a sacrifícios depois de convencido de ter andado a viver acima das suas possibilidades. Agora, tudo indica que está em preparação o regresso à mesma receita. 

Carvalho da Silva, JN

 

A especulação dos mercados monetários globais continua a ser argumento usado para justificar políticas em prol de vidas aceitáveis, emprego e melhoria económica.

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Esquece-se que o crescimento económico não pode ser alcançado e sustentado num planeta em degradação e gizam-se estratégias sectoriais sem uma visão de conjunto e de futuro.

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É tempo de entender que crise climática e perda de biodiversidade estão interligadas. O aquecimento global afecta a variabilidade genética, a riqueza de espécies e os ecossistemas.

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Limitar o aquecimento global exige a limitação das emissões de dióxido de carbono, mas o problema” das alterações climáticas não assenta apenas na questão energética e de transportes.

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Uma das incongruências relaciona-se com a insistência em investir numa estrutura aeroportuária numa área protegida, o estuário do Tejo.

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Depois da pandemia, toda a estratégia de transportes aeroportuários europeus tem vindo a ser repensada e apostada na sua diminuição. 

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Portugal mantém esta incongruência, ao aplicar medidas de redução de emissões de gases e, simultaneamente, investindo em estruturas mais emissoras.

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A outra incongruência está no incentivo ao desenvolvimento de fontes renováveis de energia.

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Não há controlo ou avaliação estratégica sobre a fragmentação e degradação de ecossistemas.

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É essencial que os riscos decorrentes da perda de biodiversidade e da crise climática sejam abordadas em conjunto.

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A alteração da paisagem é a principal causa de perda de biodiversidade.

Maria Amélia Martins-Loução, “Público” (sem link)

 

Em Inglaterra, 97% das mulheres entre os 18 e os 24 anos já foram alvo de abusos em espaços públicos. Desde cedo aprendemos a lidar com esta realidade porque “é normal”.

Mariana Vital, “Público” (sem link)


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