domingo, 5 de dezembro de 2021

MAIS CITAÇÕES (158)

 
[A situação de Sísifo] é a melhor imagem para ilustrar o egoísmo vacinal dos países mais ricos.

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O açambarcamento das vacinas para usar em grupos cada vez menos eficazes deixa o vírus à solta nos países mais pobres, que se tornam em viveiro de novas variantes potencialmente mais poderosas ou contagiosas.

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Mas é uma questão de tempo até aparecer uma variante que vença a proteção das vacinas e nos obrigue a recomeçar tudo de novo.

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O número de pes­soas dos países mais ricos que já receberam o recente reforço da vacina é quase o dobro das que têm a vacinação completa nos paí­ses mais pobres. 

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Uma das consequências da pandemia foi o reforço do poder dos Estados, que compreen­sivelmente limitam as liberdades individuais e o funcionamento da economia.

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Mas não beliscam as sacrossantas patentes de vacinas financiadas por fundos públicos. 

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Paí­ses que precisam de vacinas, como a África do Sul, são obrigados a entregar à Europa as que eles próprios produzem. 

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Em apenas um ano, a vacina da Pfizer tornou-se o medicamento com maior volume de vendas em todo o mundo.

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Numa nota aos acionistas, a empresa diz que conseguirá aumentar ainda mais as margens de lucro com o fim da pandemia.

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Mas o objetivo proclamado [pelo G7] em junho — 40% de vacinação para os 92 países mais pobres — está irremediavelmente comprometido.

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O problema é o açambarcamento.

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Os EUA têm 162 milhões de doses em stock, a UE 250 milhões e o Reino Unido 33 milhões. 

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O egoísmo vacinal está a concentrar as vacinas nos países mais vacinados. 

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É fácil perceber [pelos preços praticados] a quem [a Pfiser] lhe compensa mais vender e como as novas doses compradas pela UE para crianças e para a terceira toma passam à frente das encomendas mais antigas e mais urgentes dos países pobres. 

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A desigualdade no acesso às vacinas perpetua a pandemia e a sua continui­dade e é excelente para o negócio das farmacêuticas. 

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Sem vacinas é que não há vacinação e o que esses países [pobres] necessitam é das doses que estão armazenadas nos países industrializados.

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Para boa parte dos Governos o poder das farmacêuticas conta mais do que o interesse comum.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Parece que já lá vai, mas de novo a pandemia vem relançar a urgência de combater as crises todas em conjunto porque todas são globais. 

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Os dias de Glasgow tiveram algo de Commedia dell’arte.

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E no caso da COP26 fomos todos nós [traídos].

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Por mais frustrantes que as COP possam ser, é sempre melhor que existam.

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A síntese do pouco que se alcançou não deixa de marcar alguma esperança. 

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Quanto ao uso do carvão, a verdade é que ninguém duvida já de que vamos deixar de queimar carvão mais cedo do que tarde.

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Quanto à fissão nuclear, ficou assumido que não é alternativa aos combustíveis fósseis.

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Já ninguém duvida que nesta crise, como em muitas outras, incluindo obviamente a pandémica, ou nos salvamos todos ou não se salva ninguém.

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[De destacar ainda nesta crise] o brilho dos movimentos sociais cívicos, particularmente juvenis.

Luísa Schmidt, “Expresso” (sem link)

 

[O aparecimento da variante Ómicron fez o mundo enveredar] por uma espiral repressiva, decidindo restrições às deslocações, reforçando exigências e gerando um pânico global.

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A partir de agora, nenhum país estará interessado em comunicar novas variantes.

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Com o que hoje sabemos sobre a covid, é avisado ser prudente, mas devemos evitar morrer de tanta prudência, abraçando um pânico global.

Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)

 

No próprio dia da vitória, bastava ouvir com atenção os comentários dos seus opositores para perceber que tudo ia continuar quase na mesma.

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Porquê? Por uma razão mortífera para a vida partidária: cada vez mais assumem lugares de relevo nas estruturas partidárias pessoas cuja única actividade e profissão é obtida pela influência interior nos partidos.

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[Quase todos] são funcionários políticos cujas preocupações dominantes são o emprego, a carreira e as promoções.

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Nem ideologia, nem política e muito menos o país.

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Isto é válido para o PSD, como o é para o PS, pelas características que são comuns aos dois partidos: serem grandes eleitoralmente, a dimensão conta, e terem por isso mesmo acesso a “bens” significativos do poder para distribuir.

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Veja-se o caso do PSD. As listas de deputados são um dos “bens” mais relevantes para distribuir.

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Nenhum responsável distrital ou concelhio que comprometeu a sua estrutura abusivamente no apoio a um candidato que perdeu assume responsabilidades pela sua atitude e se demite.

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A demissão seria normal, porque, queira-se ou não, falou-se abusivamente em nome dos militantes e isso significa uma crise de legitimidade. Pelo contrário, nem pensar, abrenúncio.

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Os efeitos destes processos são devastadores para os grandes partidos: abrem caminho para a corrupção, afastam gente competente e deixam de ser atractivos quem tem prestígio social por mérito.

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As perversões no PS e no PSD ferem a saúde da democracia de forma a acentuar a sua crise e desgaste, que nunca foi tão perigoso, porque vem de dentro.

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O fogo que destrói a democracia já está a arder.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

Cerca de 40,3 milhões de pessoas, crianças incluídas, são vítimas de diversas formas de escravatura moderna no mundo inteiro

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Portugal deve executar medidas de sensibilização para educar a população, especialmente o público vulnerável ao trabalho forçado.

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O trabalhador vulnerável nem sempre está consciente dos riscos que corre, daí a importância dessa medida.

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De uma forma geral, a população e as associações de trabalhadores são aliados importantes na prevenção e no combate a essas formas de exploração.

Eduardo Homem da Costa, “Público” (sem link)


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