domingo, 12 de dezembro de 2021

MAIS CITAÇÕES (159)

 
Sem ela [arrogância de Costa] é impossível perceber a forma como lidou, nesta legislatura, com supostos parceiros que quis transformar em reféns.

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[A arrogância de Costa revelou-se] quando se reforçou, em 2019.

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Viesse a ter maioria absoluta, num país em que são tão frágeis os contrapesos sociais, cívicos e institucionais, e encontraríamos nele a cultura de liderança que experimentámos com Cavaco Silva e José Sócrates.

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Com Rui Rio nem precisamos de esperar por surpresas. Os jornalistas sabem como o presidente da Câmara do Porto lidava mal com o escrutínio.

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Rio sempre viu qualquer tipo de contestação como uma contrariedade pessoal insuportável.

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Foi quando todos perceberam que se gastou o último cartucho da guerra interna que Rio tratou de uma purga sem concessões que ultrapassa largamente julgamentos de lealdade.

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Com raríssimas exceções, afastou praticamente todos os que tiveram o desplante de não o apoiar.

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Com tantos anos na oposição e sem cimento ideológico, o PSD tem um gravíssimo problema de falta de quadros.

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Diga-se, em abono da verdade, que a purga sempre fez parte da cultura do PSD. 

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O PSD substitui a sua frágil identidade ideológica pela lealdade ao líder.

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E cada vez que o líder muda (…) fica sem grupo parlamentar.  

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Se [Rio] dirigisse o país, seria diferente na violência da pancada, porque são diferentes os instrumentos que teria disponíveis e os obstáculos que encontraria.

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Se o PSD chegar ao poder, haverá muitos empregos. E Rio mostrou como trata os que o afrontam.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

A democracia é, por definição, o regime da intermediação e do compromisso.

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A fragilidade democrática manifesta-se hoje precisamente no recuo das instituições de intermediação (…) e na dificuldade de diálogo coletivo.

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A confiança institucional (…) está a diminuir a um ritmo rápido um pouco por todo o lado e é difícil encontrar exemplos de compromisso consequente.

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Se a democracia é o regime que melhor dirime a conflitualidade e a institucionaliza, as redes sociais são o espaço que melhor amplifica e dissemina um clima de guerra civil permanente.

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Se as próximas eleições legislativas são cruciais é porque o que delas resultar será um teste de stress à robustez da nossa democracia.

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Vamos precisar de compromisso e de confiança nas instituições. 

Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)

 

Enquanto em termos globais o incumprimento de resoluções de ano novo é inócuo, a constante inacção ambiental tem consequências devastadoras.

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Entender essas barreiras [comportamentais] é extremamente importante para motivar acções congruentes com o bem-estar do nosso planeta.

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Quando comunicamos acerca de alterações climáticas com o intuito de provocar acções, é importante que a mensagem cumpra, de facto, esse objectivo.

Alexandre Vieira e Lourenço Reis, “Público” (sem link)

 

As gerações do presente perdem a capacidade de percepcionar as mudanças na abundância e diversidade de vida selvagem ao longo do tempo - a natureza de alguém com 20 anos é diferente da natureza de alguém com 40 ou 60.

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Quando a natureza é dinâmica e está em decadência há várias gerações, esta é uma falha clara na nossa percepção do mundo.

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Não foram só as combinações únicas de animais, plantas e clima que foram perdidas ao longo de gerações, mas também a memória de que existiam, condicionando as nossas percepções do mundo natural.

Daniel Veríssimo, “Público” (sem link)

 

[A celebração do Dia Internacional dos Direitos Humanos] omite também que as discriminações e violações de direitos de que são vítimas as mulheres têm por base o sexo e as relações desiguais de poder entre mulheres e homens.

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Em 1979, após um longo período de negociação, foi aprovada nas Nações Unidas, a CEDAW – Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres, considerada ainda hoje em dia a magna carta dos direitos humanos das mulheres.

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Inclusive nos casos de violência sexual e doméstica, cujas estatísticas deixam bem claro quem são os agressores e quem são as vítimas, impera a tentativa de nunca nomear a violência masculina.

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A partir dá década de 80, a reivindicação clara de que os “direitos das mulheres são direitos humanos” começa a ganhar força, à medida que o movimento feminista global se ia reunindo em plataformas internacionais.

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Sem a luta feminista global e organizada, este reconhecimento político poderia ainda hoje ser uma miragem.

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As raparigas continuam a ser vítimas das velhas formas de discriminação e violência, agora transpostas para o online.

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A luta atual pelos direitos humanos das mulheres e raparigas tem necessariamente de focar o combate à violência sexual, seja no espaço físico ou online, e denunciar a teia complexa de agressores.

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Não ser sexualmente explorada é um direito humano das mulheres e raparigas.

Teresa Silva, “Público” (sem link)

 

Faz-se muito e do melhor no sistema nacional de ensino. Infelizmente, sem o apoio de quem o governa.

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A dedicação, a entrega e o amor aos alunos são o apanágio dominante do espírito de missão da maioria dos professores. Apesar disso, são alvo de ataques sucessivos, como se a culpa do que corre mal lhes pudesse ser imputada.

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Os professores estão saturados da natureza arrogante deste Governo, da incompetência do ministro da Educação, de obedecer à anormalidade normal, a ordens e modas imbecis, vindas ora do autoritarismo central, ora do caciquismo local.

Santana Castilho, “Público” (sem link)

 

Uma leitura atenta do documento da Estratégia Nacional Contra a Corrupção mostra que não há objetivos, nem indicadores para os avaliar, nem calendários de execução.

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Eu gostava mesmo de acreditar que desta vez é que é. Mas este mecanismo vem juntar-se a uma série de outros órgãos, todos eles cronicamente mal dotados de recursos financeiros, técnicos e humanos, e sem surpresa cronicamente irrelevantes.

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Portanto para além de ainda não saber que Mecanismo é este (…) pergunto-me também se algum dia terá alguma relevância.

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Compete-nos a nós, eleitoras e eleitores, não deixar que quem decide em nosso nome continue a ignorar este combate fundamental para a qualidade da nossa democracia.

Susana Peralta, “Público” (sem link)


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