sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

CITAÇÕES

 
O que está em disputa [no sequestro dos sites do “Expresso” e da SIC] é o controlo do espaço público por alguma força desconhecida e irreconhecível.

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Por isso, o que aqui está em causa é a democracia, que deve significar responsabilidade, acesso livre e transparência de regras.

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Ainda me consigo surpreender com a virulência das redes sociais, em particular de quem festeja os assaltantes, usando para isso argumentos que dizem muito da banalização das culturas de ódio.

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O que no caso da Impresa está em risco já não são só dados, é também o acesso a um canal de informação e sem informação não vivemos.

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Não é esta máfia que vai corrigir a monopolização da imprensa.

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Porque é que estamos tão vulneráveis?

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Uma resposta séria é que essas falhas globais na segurança da comunicação são estruturais, o resultado da forma como se constituiu e é governado este sistema.

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Talvez os métodos sejam menos diferentes do que aparentam, mas o objetivo da rapina é certamente outro.

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É [a apropriação de] tudo, isto é o empreendimento mais totalitário jamais concebido e produzido.

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O que o mercado plataformizado absorve, produz e reproduz é essa respiração da nossa vida – e é por isso mesmo que a disputa pela liberdade de comunicação é tão decisiva.

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O poder de dirigir a infraestrutura civilizacional é uma das grandes batalhas do nosso tempo, se não a maior.

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Uma só [empresa monumental] controla o modo de vida de mais de um terço da Humanidade.

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[Como acontece no caso deste ataque] aparece quem crie uma linha de negócio de resgates para aterrorizar empresas e lucrar com isso.

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A tecnologia deste crime depende de criptomoedas e contas anónimas em bancos offshore.

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O uso deste espaço público de comunicação tem sido concessionado a empresas, sobretudo a gigantes.

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Havendo valor, há o incentivo opara o roubo e entram nesse mercado os ladrões.

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Deve ser o poder público, democraticamente controlável, a gerir diretamente a infraestrutura.

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Como a liberdade de comunicação é um bem comum da Humanidade, é um espaço essencial que deve ser defendido do crime da manipulação.

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A certeza da acessibilidade à comunicação, contra a poluição ou o roubo, deve ser uma das garantias fundamentais da nossa segurança coletiva e individual.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

[Nos microdebates entre candidatos às legislativas] temos, todos os dias, uma janela escancarada para um alfabeto inteiro sobre o retrocesso civilizacional. 

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A cerca sanitária não está a ser erguida pelo jornalismo e pela maioria dos candidatos, que parecem não perceber quão fácil seria dizer "não" a uma discussão que desce todos os patamares de dignidade.

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 Se há marca de água que ficará para sempre destes debates, será a forma como Rui Rio se sensibilizou para abraçar uma proposta da extrema-direita sobre prisão perpétua.

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Fazer micro ou nanodebates de 25 minutos é o maior serviço que a Comunicação Social faz, em liberdade e democracia, ao crescimento da extrema- -direita.

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A culpa vive nos braços daqueles comentadores que, valha o que valer e independentemente das regras, entendem que o KO se exige num debate e que só existe quando se leva o adversário, rasgado, ao tapete.

Miguel Guedes, JN

 

André Ventura é o candidato que dá audiências e até as suas falhas de caráter são valiosas.

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Todos, incluindo os eleitores de Ventura veem a sua capacidade de debitar mentiras sem ser apanhado como uma qualidade performativa.

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Quando um candidato debate com Ventura sabe que está perante um político, que oferecendo boas audiências, está liberto de regras. Isso torna o debate impossível.

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O objetivo de Catarina Martins nesta campanha é contrarias a estratégia de bipolarização de Costa, não é medir-se com Ventura.

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Seria absurdo [Catarina Martins] atirar-se para a lama com Ventura, destruindo à partida a postura mais moderada e serena que decidiu ter na campanha.

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Restava-lhe reafirmar valores fundamentais, evidentes em debates sobre o RSI ou os refugiados, e que a corrupção não é um tema da extrema-direita.

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Quem disputa o eleitorado com Ventura é a direita. (…) Não permitindo que Ventura determine a agenda, diferenciando-se nos princípios e deixando claro que o Chega não conta para um novo Governo.

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Rui Rio falhou nos três objetivos.

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Ficou a fundada suspeita de que a negociação [do PSD] com o Chega é possível, desde que fique fora do Governo.

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O problema de Costa é oposto ao de Rio: onde Costa fecha demasiado o jogo, ficando com poucas alternativas de Governo para além da improvável maioria absoluta, Rio abre-o em demasia, desdramatizando o voto em qualquer outro.

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Sem 2015 Costa nunca teria sido primeiro-ministro e a sua carreira política teria terminado ali                                                                                                                                                      .

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Quem tudo quer tudo perde. Costa está a enfiar-se num beco sem saída.

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Se Rio atravessa pontes que deviam estar fechadas, normalizando Ventura, Costa dinamita todas, à esquerda e à direita.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Não há nada de original na emergência do Chega como fenómeno político.

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Era mesmo uma questão de tempo que tivéssemos uma formação política que combinasse populismo, xenofobia, e discurso anti-humanista.

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O que surpreende (…) é ter demorado tanto tempo a termos um partido assumidamente contra o regime constitucional com representação parlamentar.

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Com a entrada no Parlamento, as formações populistas ganham visibilidade.

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O que é mesmo singular é a velocidade com que o Chega foi tolerado como interlocutor pela direita clássica e liberal.

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O que se passou no frente-a-frente entre Rio e Ventura é incompreensível.

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Não têm faltado oportunidades a Rio para fechar com estrondo a porta a qualquer tipo de diálogo com [o Chega].

[o PSD devia pôr os olhos na lição de Merkel] quando, com determinação moral, negou qualquer possibilidade de negociação com a sinistra AfD.

Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)


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