(…)
Nesta sociedade do conhecimento e da
ciência, persistem situações assentes em racionalidades subversivas.
(…)
[O Papa] alerta que, no plano
global, "nos últimos anos", o orçamento para a instrução e a educação
diminuiu, enquanto as despesas militares aumentaram de forma
"exorbitante".
(…)
Muitas vezes os direitos fundamentais do
trabalho são vilipendiados, alcunhados de "direitos adquiridos", numa
insinuação de roubados.
(…)
Quem assim age assume-se contra os
Direitos Humanos e contra a Paz, mesmo que trate os trabalhadores por
colaboradores.
A
população mundial quase que triplicou nos últimos 70 anos. Em 1950 era de 2500
milhões de pessoas e, atualmente, estima-se em cerca de 7 mil milhões de
pessoas.
(…)
Mais
de 75% vivem em países subdesenvolvidos e cerca de 10% vivem (?) no limiar da
pobreza, com menos de dois dólares por dia.
(…)
O crescimento rápido da população mundial criou
desequilíbrios trágicos no acesso a recursos.
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Segundo
a ONU, atualmente 55% da população mundial vive em áreas urbanas e a
expectativa é de que esta proporção aumente para 70% até 2050.
(…)
Em
2020, estimava-se que mais de 149 milhões de crianças menores de 5 anos sofriam
de desnutrição crónica e mais de 45 milhões tinham desnutrição aguda.
(…)
A
alimentação saudável permaneceu inacessível para três biliões de adultos e
crianças.
(…)
A
África e a América Latina controlam apenas 1,14% e 2,75% da riqueza do mundo,
enquanto os Estados Unidos detêm 30% da riqueza do mundo, a China em segundo
lugar com 17,7% e o Japão em terceiro com 6,93% dessa riqueza.
(…)
A
distribuição chocantemente desigual de riqueza, traduz-se em que uma pequena
parte da população mundial tem muitíssimo mais do que precisa.
(…)
As
grandes tecnológicas criam necessidades de satisfação insaciável por
tecnologias completamente inúteis, a não ser para manter e multiplicar os seus
lucros astronómicos.
(…)
É este
o mundo atual com tão drásticas e chocantes assimetrias, submetido aos encantos
da economia de mercado, liberal e desregulada, vergada aos interesses dos novos
imperialismos ocidentais e orientais.
(…)
No
quadro atual, a decisão política está demasiado comprometida com o status e com
uma teia de interesses à escala global, não sendo espectável que produza
soluções eficazes de combate às Alterações Climáticas.
(…)
[Sem enfrentar o problema das desigualdades, sem uma
mais justa distribuição de riqueza, sem políticas humanitárias, de
desenvolvimento e de consolidação da paz em áreas de conflito, sem
políticas de proximidade das populações, sem um novo paradigma económico e sem
políticas educacionais, sem planos pela preservação dos habitats e
respeito pela natureza] as
medidas atuais de combate às alterações climáticas estarão irremediavelmente
condenadas ao fracasso, ou atiradas para um futuro que já não existirá.
João Nuno Tavares, “Público” (sem link)
Ao
longo dos anos, com a sua política de autorização de novos colonatos e as
construções ilegais que acabam por se perpetuar e normalizar, o Governo
israelita tem levado a cabo uma expulsão de
facto dos palestinianos da sua terra.
(…)
Enquanto
o povo palestiniano vive cada vez mais encurralado no que resta da sua própria
terra, os israelitas constroem cenários artificiais para distrair os seus
cidadãos.
(…)
Perdidos
sem sentido da proporcionalidade, incapazes de atribuir graus de importância
aos assuntos, fazendo das redes sociais o nosso contacto privilegiado com o
mundo, assim acabaremos como convidados surpresa no último jantar do dia do
juízo final.
(…)
De
tanto simplificar o complicado, de popularizar o erudito, a sociedade acabou a
nivelar tudo pela facilidade, emprestando ao erudito e ao ordinário a mesma
gradação.
(…)
Aqueles
que preferem morrer a reconhecer que este planeta está a aquecer a uma
velocidade já não tão lenta assim, e por nossa própria culpa, desestimam as
evidências pintadas de cores garridas à sua volta.
(…)
A
significativa diminuição do gelo marinho parece estar relacionada com doenças
mortais em focas, diminuição da pesca e o desaparecimento de centenas de
milhares de pássaros.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
Entristece-me
escrever isto, mas se a nossa democracia se está a preparar para suprimir o
direito de voto a meio milhão de pessoas já não é uma democracia.
(…)
É
claro que a DGS não tem capacidade para legislar regras de voto antecipado ou
não presencial.
(…)
Suprimir o direito à educação a crianças não vacinadas (nem
sintomáticas, nem positivas) é uma evidente sanção.
(…)
Estamos a caminho de uma previsível avalanche de infeções
assintomáticas que vão semear o caos nas escolas.
(…)
As escolas estão desesperadamente a precisar de um começo sem
percalços depois de mais uma semana de suspensão de aulas.
Susana Peralta, “Público” (sem link)
Gouveia
e Melo tinha a autoridade simbólica que falta às instituições democráticas.
(…)
O que
parece insensibilidade num político soa a autoridade num militar.
(…)
Instituiu-se
que o sucesso de um processo complexo e descentralizado que envolve muitas
instituições autónomas se deveu a um homem.
(…)
Num
país com pouca tradição democrática, as instituições e as conquistas coletivas
não resistem à imagem de um homem providencial.
(…)
Durante
todo este período, o vice-almirante, que não parece insensível à lisonja,
desdobrou-se em entrevistas institucionais e pessoais.
(…)
Todas
as razões para limitar a manifestação de ambições políticas se reforçaram com a
sua [de Gouveia e Melo] nomeação para CEMA.
(…)
Para
aliviar a pressão política sobre a vacinação o Governo alimentou um monstro.
(…)
Quando
chegam à política, estes cometas descobrem que perderam o seu superpoder: não
serem políticos.
(…)
O que
me preocupa é uma ideia que se vai instalando: que a melhor forma de a política
contornar as dificuldades da democracia é fazer parecer que na gestão da coisa
pública não se faz política.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
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