Os liberais defendem os lucros dos grupos privados de saúde e não o acesso
das pessoas à saúde. O problema da Iniciativa Liberal não é com a crise do SNS
é este não estar completamente nas mãos dos privados. (Pedro Filipe Soares)
Os liberais defendem os lucros dos grupos privados de saúde e não o acesso
das pessoas à saúde. O problema da Iniciativa Liberal não é com a crise do SNS
é este não estar completamente nas mãos dos privados. (Pedro Filipe Soares)
O
primeiro-ministro António Costa é o responsável pelas decisões do Governo.
Afirmou no parlamento que era o responsável pela localização do novo aeroporto.
Exigimos explicações. A maioria absoluta do PS transformou-se num pântano. Pedro Filipe Soares
No dia 29 de Junho de 2022, em Lisboa, ao mesmo tempo que a 2ª Conferência
do Oceano das Nações Unidas, mais de 300 pessoas marcharam do Gare do Oriente
até à frente do Pavilhão Atlântico onde a conferência teve lugar.
A Marcha Azul pelo Clima levou às ruas o lema principal “Salvar o oceano é
salvar o clima” com palavras de ordem contra os combustíveis fósseis, contra
pesca industrial e contra a mineração no mar profundo.
Os manifestantes exigiram:
Incorporação imediata do valor do oceano na tomada de decisões económicas e
políticas;
Criação de uma rede global de áreas marinhas protegidas que proteja
efetivamente pelo menos 30% dos mares e zonas costeiras a nível mundial até 2030;
Recuperação dos ecossistemas marinhos colapsados ou sobrepescados e
restabelecimento de habitats sensíveis (como, por exemplo, recifes de coral);
Proibição de arrasto de fundo e outras artes de pesca industrial e
destrutiva em áreas marinhas protegidas;
Respeito pelos pareceres científicos no estabelecimento de medidas de
gestão da pesca e, na falta de parecer científico, adoção de uma abordagem
verdadeiramente precaucionária;
Proibição imediata de todas as novas explorações e produção de petróleo e
gás offshore;
Adoção de uma moratória legalmente vinculativa à mineração em mar profundo
em águas territoriais e internacionais;
Garantir que o aumento de temperatura global não ultrapassa 1,5ºC de modo a
limitar o aumento do nível médio das águas do mar e a acidificação do oceano;
Acabar com todas as isenções e subsídios à pesca prejudiciais e para
combustíveis fósseis;
Implementação de um Tratado da ONU sobre Poluição Plástica ambicioso que
regule e reduza a poluição plástica ao longo de todo o ciclo de vida; e
Adoção de um Tratado do Alto Mar na próxima sessão de negociação das Nações
Unidas.
A Marcha foi convocada por cerca de 80 organizações, uma boa parte
internacionais.
(via
Climáximo)
Algumas ordens têm sido coniventes com o abuso de trabalho precário dos
estagiários, nomeadamente a dos advogados ou dos arquitetos. Há jovens que
pagam para trabalhar. Isso é inaceitável.
A UE reabilita países que não respeitam os direitos humanos desde que
"contenham" refugiados. É o caso da Polónia, da Hungria, da Turquia,
da Líbia ou de Marrocos. Em Melilha, dezenas de pessoas foram espancadas por
forças policiais e deixadas a morrer. Não pode haver vidas humanas que valem
mais do que outras.
Mariana Mortágua
(…)
E isto não fica por aqui.
(…)
O programa parece ousado, mas a deliberação da última semana
demonstra que não há limites para este poder de redefinição social que o
tribunal reclama.
(…)
É certo que vários estados não alterarão a sua legislação
sobre o direito de escolha e até promoverão o acesso de mulheres dos estados
proibicionistas.
(…)
Mas esta divisão tem sido um instrumento útil na deslocação
da direita republicana para o extremismo religioso.
(…)
Não se vê como a maioria na Califórnia ou em Nova Iorque
possa ser destroçada pelo fundamentalismo religioso e os democratas descobriram
mesmo nesta campanha uma luz no fundo do túnel das eleições.
(…)
Não há uma resposta fácil à questão de saber se uma eventual
nova vaga de trumpização pode levar a uma ordem política baseada num dogma
religioso integrista.
(…)
Os juízes conservadores do Supremo estão a dar forma à
fundamentação da política numa teocracia, o que constitui a forma do poder
absoluto mais inexpugnável.
(…)
Estão assim a ser anunciadas três mutações definidoras do
nosso tempo: no discurso referencial da identidade da direita (…), na perceção
que impulsiona sobre o território da coisa pública (…) e, ainda, no modo de
constituição da autoridade, que busca uma relação de obediência com base da
devoção.
(…)
Na direita portuguesa, alguns apercebem-se do perigo que este
acantonamento representa e contestam-no (aqui), enquanto outros se refugiam no silêncio pesado [Observador].
Francisco Louçã, “Expresso” online
As marchas de orgulho [LGBTQ+] que acontecem este ano em mais
de 20 cidades portuguesas já trouxeram à rua dezenas de milhares de pessoas.
(…)
É impossível não considerá-las um dos grandes acontecimentos
do presente.
(…)
É um arco-íris que atravessa o país, com manifestações que
são, em algumas localidades, as maiores desde o tempo do “Que se Lixe a Troika”,
que em 2013 chegou a 40 cidades.
(…)
A data [28 junho, em que se assinala o aniversário da
rebelião de Stonewall] passou a ser, desde 1970, o dia do orgulho.
(…)
Este acontecimento fundacional do movimento, esta resposta
coletiva à repressão, trouxe a experiência da dissidência sexual e das
vivências LGBTQ+ para o espaço público e para o campo político.
(…)
Foi nessa sequência histórica dos “longos anos sessenta” que
explodiram também as lutas anticoloniais, o movimento pelos direitos civis nos
Estados Unidos, a segunda vaga do feminismo, a contracultura hippie e a
revolução sexual.
(…)
Em Portugal, a revolta de Stonewall foi assinalada pela
primeira vez apenas em 1995, por iniciativa do Grupo de Trabalho Homossexual do
PSR, um coletivo nascido 4 anos antes.
(…)
[Durante a ditadura] a repressão era múltipla, insidiosa e em
muitos casos implacável.
(…)
A Revolução do 25 de abril abriu as portas, logo em maio
desse ano, ao primeiro manifesto LGBT publicado nos jornais da época.
(…)
Só a partir desse ano [1996], o movimento começa a ter as
primeiras conquistas legais suscitadas diretamente pela sua ação.
(…)
Foi o ativismo e a mobilização que arrancaram ao poder
político um vasto leque de mudanças legislativas e de políticas públicas nos
últimos vinte anos.
(…)
O que se avançou entretanto é impressionante, embora esteja
muito longe do que é preciso.
(…)
A LGBTQfobia e as suas múltiplas formas de violência
continuam a marcar o quotidiano de milhares de pessoas, há uma nova onda de
ódio conservador.
(…)
As marchas são contudo, provavelmente, o mais impressionante
fenómeno de mobilização coletiva que hoje existe no país.
(…)
As marchas são, na sua diversidade interna, intrinsecamente
interseccionais, articulando agendas em lugar de as isolar, conjugando a luta
pela liberdade com a luta contra todas as formas de opressão e de exploração.
(…)
E são, sem dúvida, um exemplo de consistência: há 20 anos que
não páram de crescer.
José Soeiro, “Expresso” online
Nas invasões do Iraque pelos
EUA e da Ucrânia pela Rússia há essa semelhança,
ambos os países foram invadidos.
(…)
Qualquer uma das invasões violou do modo mais grosseiro e
violento o direito internacional.
(…)
Tomando as duas invasões não serão achadas semelhanças quanto
às reações do e no mundo ocidental.
(…)
A
invasão iraquiana causou mais de cem mil mortos, a da Ucrânia ainda não acabou,
mas os media falam
do número assustador de mortos russos pelos soldados ucranianos (verdade ou
propaganda?).
(…)
Quem
esteve atento àquele ano de 2003 lembrar-se-á das “boas” intenções dos
bombardeamentos dos EUA para descobrir as armas de destruição massiva, não
havia crianças nem idosos mortos nos canais televisivos, eram danos colaterais.
(…)
Na Ucrânia, os idosos, as crianças mortas e os hospitais
destruídos entram-nos pelos olhos dentro.
(…)
George W. Bush, Tony Blair, Aznar, Barroso, Portas e
companhia nunca foram apelidados de criminosos de guerra.
(…)
Os
refugiados iraquianos não foram aceites a não ser na Jordânia em condições
infra-humanas, aliás o mesmo sucedeu com os refugiados sírios e afegãos.
(…)
Não foi aplicado aos países invasores qualquer sanção.
(…)
Os
massacres cometidos em Falujja e noutras localidades não foram levados à
Comissão dos Direitos Humanos da ONU e para os governantes ocidentais não
chegaram a passar de uma maçada.
(…)
Nem mesmo as torturas de Abu Grahib, nem as simulações de
afogamento aplicadas aos presos políticos em Guantánamo.
(…)
O mundo explodiu da Austrália ao Canadá contra a guerra e
veio para as ruas para tentar impedir a invasão.
(…)
Agora, essa explosão tem sobretudo lugar nos canais
televisivos.
(…)
Coloca-se
a questão de saber se a humanidade vai, pelo exato e mesmo crime cometido, num
caso pelo Presidente do país “guia” do Ocidente, George W. Bush, e noutro caso,
pelo novo czar russo, Putin.
(…)
Parece que [os governantes europeus] entregaram a Europa aos
EUA, assumindo essa subalternidade.
(…)
Não há
imperialismos bons. As guerras são a crueldade no seu lado mais brutal, como se
vê diariamente na Ucrânia e se viu no Iraque.
Domingos Lopes, “Público” (sem link)
Em semana de Conferência sobre os Oceanos, o Bloco propõe:
30%
do mar português seja considerado área protegida;
Moratória
à mineração em mar profundo;
Acabar
com a concessão de volumes de mar por 50 anos.
Medidas essenciais para combater as alterações climáticas e proteger os
oceanos que vão a votos na Assembleia da República.
A
missão da FISC a Washington teve como tema central a implementação do imposto
mínimo acordado ao nível da OCDE. As reações da maior parte dos senadores e do
tesouro norte-americano foram desde a reserva até à oposição frontal. Foi por
isso que perguntei ao comissário Gentiloni quais eram as intenções da Comissão
Europeia para um cenário em que os Estados Unidos roam a corda.
Surpreendentemente, a resposta foi relativamente clara. Se os Estados Unidos
não implementarem o acordo nos prazos definidos, a cláusula que impede medidas
unilaterais fica sem efeito e os Estados ficam livres para as adotar. Esta
clareza vai fazer muita falta, se quisermos que alguma coisa mude do outro lado
do Atlântico. (José Gusmão)
Uma das
questões do Fórum da Água do Algarve que promovi em Maio. No contexto que
vivemos, até custa acreditar que andamos a usar água potável para regar campos
de golf. Podia ser uma caricatura. A proposta do Bloco de Esquerda é da mais
básica sensatez. (José Gusmão)
https://www.publico.pt/.../bloco-esquerda-quer-campos...
Começa em Madrid a Cimeira da Nato, tendo como anfitrião Pedro Sanchez,
primeiro ministro e presidente do PSOE, cujas ambições políticas são
proclamadas.
Para memória, aqui estão cartazes do partido quando exigia um referendo
sobre a Nato e pedia o voto contra a entrada na organização, e quando passou a
apoiar a participação na Nato (Francisco Louçã)
É fundamental encontrar respostas para um problema que é coletivo:
habitação digna é o primeiro passo. Uma sociedade decente não pode aceitar que
haja gente sem casa. (José Gusmão)
https://www.publico.pt/.../numero-semabrigo-cresce-porto...
A UE assistiu a mais uma tragédia humana no final da semana passada, quando
pelo menos 45 migrantes foram mortos pelas autoridades para evitar que
chegassem ao território europeu. Este é mais um exemplo de como a politica da
Europa fortaleza é mortífera e do custo humano dos acordos de cooperação com
Marrocos.
É preciso pôr um fim a esta política desumana, racista e de exclusão que
trata seres humanos como ameaças e os executa a sangue frio ou os abandona à
morte no mar. (Marisa Matias)
#nofortresseurope #melillamassacre
José Soeiro, “Expresso” online
A 28 de junho de 1969 começou a revolta de Stonewall que viria a durar 5
dias. Foi o início de uma luta que não acabou e da qual herdamos as Marchas do
Orgulho LGBTI+.
Os direitos ainda não são plenos, a LGBTfobia ainda é um problema que a
comunidade enfrenta em Portugal e em todo o mundo.
O mês de junho, mês do Orgulho, está quase a chegar ao fim, mas a luta pela
igualdade faz-se todos os dias.
Enquanto os lucros das empresas crescem a bom ritmo, a estratégia do BCE -
e do governo português - para "travar a inflação" é simples: imputar
inteiramente os custos à maioria das pessoas, através de uma enorme compressão
dos salários. (José Gusmão)
Boaventura Sousa Santos, “Público”
O Banco de Portugal avisa para o risco de descida do valor das habitações.
No primeiro trimestre deste ano esse valor subiu 12% e em maio 17%.
O Banco de Portugal conta com a subida dos juros mas esquece os vistos
Gold, os negócios com a obtenção de naturalidade dos judeus sefarditas, a
procura francesa e outros factores que fazem disparar os preços. (Francisco Louçã)
Ao fim de mais de um ano e meio de prisão
domiciliária, podemos receber hoje no Parlamento Europeu a lutadora Sultana
Khaya. Um ano e meio de abuso por parte das autoridades marroquinas. A Sultana
veio contar-nos como ao longo desse período foi violada e agredida de forma
sistemática pelos guardas que foram colocados à sua porta. Como à noite
invadiam a sua casa e a violavam a ela e à sua irmã, ao mesmo tempo que
obrigavam a sua mãe, de mais de 80 anos, a assistir. Os agressores que depois
ficavam à porta na manhã seguinte. A Sultana é uma defensora incansável do
direito à autodeterminação do povo do Sahara Ocidental, única razão pela qual
foi presa arbitrariamente. Agradeceu-nos a nomeação para o prémio Sakharov em
2021, nomeação que a ajudou a lutar por justiça. E nós agradecemos-lhe a ela a
coragem e a determinação. Numa altura em que o silêncio parece reinar, em que
as autoridades espanholas tomam partido pelo opressor, não podemos calar a
ocupação violenta de um território reconhecido como independente pelo direito
internacional. Sahara livre! (Marisa Matias)
A resposta à crise climática é a resposta do nosso tempo. Os países não
estão a fazer sua parte e não estão a assumir os seus compromissos.
Os dados mais recentes da PORDATA revelam que 9,5% da população portuguesa
foi considerada pobre, isto é, vivia com rendimentos mensais inferiores a 540
euros. Com uma percentagem tão significativa, e acentuada ainda mais pela
pandemia, a elaboração de estratégias de combate à pobreza e exclusão social
assume uma especial preocupação e prioridade para a Ajuda em Ação.
Daí promovermos em Portugal e em Espanha o programa “Aqui também” com áreas
de atuação ao nível da educação e inovação social, empregabilidade juvenil e
empreendedorismo feminino. Este programa permite-nos também abrir plataformas
de trabalho em bairros para combater a transmissão geracional da pobreza,
criando oportunidades junto das comunidades já vulneráveis.
Pode saber mais sobre o nosso trabalho em: https://ajudaemacao.org
Esta
semana os relatórios sobre a redução de emissões e transição energética, que
tinham sido chumbados anteriormente, voltaram a ser votados no plenário do
Parlamento Europeu e foram aprovados. O que mudou nestes relatórios? Nada ou
praticamente nada. A única coisa que mudou, efectivamente, foi o voto dos
socialistas e dos verdes que cederam na negociação com a direita e com os
liberais, e que com o seu voto sacrificaram mais uma vez o combate às
alterações climáticas. Este é um dos temas do “Lado a Lado” desta semana. Além
disso, o José Gusmão e eu, conversamos também sobre os resultados das eleições em França. (Marisa Matias)
António Guterres, Sec-Geral da ONU, “Público”
O Bloco de Esquerda traz a debate uma iniciativa para alterar a Lei da
Nacionalidade e reparar uma injustiça inaceitável. Há hoje, em Portugal,
pessoas que são estrangeiras no seu próprio País.
Muitos filhos e filhas de imigrantes, apesar de aqui terem nascido,
continuam sem aceder à nacionalidade portuguesa, vendo-se, assim, privados de
direitos fundamentais de cidadania.
O Bloco propõe que o Governo abra um número de vagas de acesso ao 5º e 7º
escalão igual ao número de docentes que integrem as listas de acesso a estes
dois escalões, negoceie com os sindicatos uma revisão do Estatuto da Carreira
Docente de forma a eliminar os obstáculos à progressão da carreira e proceda à
recuperação do tempo de serviço dos docentes que estiveram presos no 4º e 6º
escalões nas listas de vagas, para efeitos de contagem do seu tempo de serviço.
(…)
A
mentira de António Costa tem a perna curta. O estatuto do dador de sangue, a
obrigatoriedade de prescrição por princípio ativo, o testamento vital, o
estatuto do doente crónico, a regulamentação das profissões de gerontólogo, de
podologista e de optometrista, a clarificação das situações em que a
autorização de um medicamento para uso humano pode ser indeferida, o
acompanhamento do doente nas urgências hospitalares – eis, entre muitas outras,
melhorias concretas e importantes no SNS que são hoje lei devido a iniciativas
do Bloco de Esquerda.
(…)
Que António Costa o esqueça não é ingratidão nem amnésia, é
só jogo político.
(…)
Foi
aquela plena dedicação do João Semedo ao SNS e à sua melhoria contínua que fez
com que António Arnaut o tivesse escolhido para companheiro da proposta de uma
nova Lei de Bases da Saúde.
(…)
O
certo é que o jogo político do primeiro-ministro não consegue esconder que as
melhorias de que o SNS hoje precisa não são de contingência nem se conseguem com
a multiplicação de comissões.
(…)
[É
pena que quando o Bloco] defendeu o regime de exclusividade dos profissionais
de saúde e a autonomia de contratação dos hospitais para
responder a esses problemas estruturais António
Costa as tenha desdenhado e considerado que eram intransigências fabricadas
pela esquerda para votar contra o Orçamento.
(…)
Não foram precisos seis meses para vir reconhecer o que era
óbvio.
(…)
Os problemas estruturais do SNS estão mais que
diagnosticados.
(…)
António
Costa sabe quem já deu provas concretas de querer melhorar o SNS e quem dá
provas de o querer destruir. A escolha é simples.
José Manuel Pureza, “Público” (sem link)
Se
estivermos a ler os comunicados do PCP, a ouvir as intervenções do Conselho
Português para a Paz e Cooperação, o Apelo à Paz da manifestação deste sábado,
duvidamos que haja mesmo uma guerra, aqui tão perto.
(…)
Não é uma guerra de “baixa intensidade”, esse eufemismo, mas
de altíssima intensidade.
(…)
Não há aparelho para medir o sofrimento, mas, se houvesse, o
ponteiro do sofrimento sairia do mostrador.
(…)
[Deseja-se]
tornar a guerra que se pretende condenar em termos genéricos, numa completa
abstracção?
(…)
A
“guerra” que realmente existe é aquela que não serve para o apelo à paz, porque
nenhuma das circunstâncias concretas dessa guerra pode ser nomeada e combatida.
(…)
Expliquem
lá ao autor deste texto como se ele fosse totó qual é a diferença entre a argumentação de Hitler nos
Sudetas e a de Putin no Donbass.
Pacheco Pereira, “Público” (sem link)
Contrariando
as previsões mais pessimistas, as taxas de ocupação hoteleira já regressaram ao
que tínhamos antes da pandemia. Quem não regressou foram os trabalhadores.
(…)
[Na
hotelaria e na restauração] são recorrentes as queixas com os salários, a
violência dos horários e a carga física e psicológica.
(…)
Os
horários repartidos entre almoço e jantar, norma entre os empregados de mesa e
cozinha, tornam impossível a conciliação com a vida familiar.
(…)
O
aumento do salário mínimo e a pressão para alguns grupos de distribuição ou
comércio pagarem acima dele ajuda a explicar a dificuldade da hotelaria.
(…)
O
problema é termos um Estado social que não lhes permite [aos dirigentes
hoteleiros] ganhar milhões pagando tostões.
(…)
[Os
dirigentes hoteleiros] procuram trabalhadores menos qualificados para lhes
pagarem pior.
(…)
Os
preços da hotelaria em Portugal já não são muito diferentes dos da maioria dos
países europeus, onde os salários são muito mais altos.
(…)
Não é
por acaso que as unidades hoteleiras no Algarve deixaram de atrair
trabalhadores do resto do país. O salário está ligado ao custo de vida e este
ao preço da habitação.
(…)
Se o
salário para trabalhar sazonalmente no Algarve mal dá para arrendar uma casa, o
problema não é o trabalhador não querer trabalhar, é não querer pagar para
trabalhar.
(…)
O que
já é insuportável na capital, com um nível salarial superior, é uma
bomba-relógio no Algarve.
(…)
Os
empresários não podem continuar a acreditar sempre no mercado, menos quando
contratam trabalhadores.
(…)
Não
peçam ao Estado para cortar apoios sociais para ver se alguém lhes bate à porta
em necessidade.
No discurso de muitos empresários e
gestores, de "especialistas" em recrutamento de trabalhadores, de
alguns governantes, é contínua a utilização da palavra talento, amiúde de forma
manipulada.
(…)
O talento, mais que uma propriedade de
cariz individual, é uma característica que se revela em contextos sociais, no
desenvolvimento das atividades humanas.
(…)
Entre os principais problemas do país, da
economia e do trabalho não se encontra a falta de talento dos portugueses, mas
sim a ausência de condições para que ele emerja na sociedade, a falta de
capacidade de o reter e de o valorizar.
(…)
O trabalho pouco qualificado, repetitivo
e precário é uma máquina de matar talentos e até de gerar enfermidades nas
pessoas.
(…)
O trabalho pouco qualificado, repetitivo
e precário é uma máquina de matar talentos e até de gerar enfermidades nas
pessoas.
(…)
Temos mais de um quinto dos jovens
licenciados em trabalhos de baixíssimos requisitos de qualificação e com
míseros salários, porque não encontram outros.
(…)
Quando analisamos a evolução das
políticas salariais ou da legislação laboral, constata-se que a maioria dos
empresários pouco ou nada avançou de melhorias materiais ou motivacionais aos
trabalhadores.
(…)
Quantos trabalhadores altamente
qualificados não entram nas empresas porque há patrões que temem confrontar-se
com quem está mais bem preparado?
E
porque todas as bacias oceânicas estão interligadas, aquilo que acontece numa,
mais cedo ou mais tarde, far-se-á sentir em todo o oceano.
(…)
A
noção de que o oceano é só um é o primeiro dos sete princípios essenciais da
literacia do oceano, estabelecidos há quase 20 anos.
Maria Adelaide Ferreira, “Público” (sem link)
Não
estou a dizer que é errado aplicar sanções à Rússia. Mas não vale a pena ter
ilusões.
(…)
As
sanções funcionam poucas vezes, arrastam-se pois são politicamente difíceis de
ser levantadas, perturbam pouco ou nada a elite e aumentam o sofrimento das
populações.
Bárbara Reis, “Público” (sem link)