(…)
Macron
encontrou Maduro e ficou marcada uma conversa de negócios com um emissário,
que anda tudo ao mesmo: onde arranjar petróleo e gás barato.
(…)
Guterres
fez mais um discurso apocalíptico, cada vez menos eficaz, porque o anúncio do
Apocalipse só assusta uma vez.
(…)
Que
renováveis nos interessam e que modelo de produção queremos para elas?
(…)
Como
desglobalizar parte da economia, encurtando cadeias de produção e distribuição,
sem devolver os países pobres à miséria?
(…)
Como
mudar a alimentação e a agricultura sem destruir culturas e identidades?
(…)
Que
instrumentos precisamos para que as nossas cidades, transformadas em ativos
financeiros, voltem a ser para lá viver quem lá trabalha, reduzindo movimentos?
(…)
Como
as preparamos para o carro ser a exceção vinda do passado e o transporte
público a regra do presente?
(…)
Como
passaremos a usar muito menos os aviões sem nos confinarmos ao espaço nacional?
(…)
O
resto do mundo, que pouco contribuiu para o estado do clima, ainda não tem
eletricidade em muitas casas e produção que lhe garanta o mínimo.
(…)
Dizemos
que a guerra na Ucrânia terá de ir até às últimas consequências porque está em
causa o “nosso modo de vida”, que de qualquer das formas tem os dias contados.
(…)
E
achamos que a transição energética, em vez de ser acelerada, pode ser adiada
até ao fim do conflito.
(…)
Talvez
imaginemos sociedades livres e democráticas em seca extrema ou debaixo de água.
(…)
[Ativistas
pela justiça climática] cresceram a pensar nisto e descobriram, quando ganharam
consciência política, que os adultos não levam a sério o que lhes ensinaram na
escola.
(…)
[Os
antiativismo climático] primeiro negaram-se as alterações climáticas, depois a
origem humana dessas alterações, agora o ódio é apenas irracional.
(…)
Não se
muda o mundo vivendo fora dele.
(…)
Que
sorte temos que estas ativistas ainda só atirem sopa a vidros para podermos
viver, melhor ou pior, neste planeta.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
[A
expressão “A nossa pátria foi contaminada com a
já conhecida peste grisalha.” teve lugar] em plena ofensiva do
Governo Passos-Portas-troika
contra os direitos dos pensionistas e reformados e é a eles que se dirige o
amável epíteto de “peste”.
(…)
O
discurso “geracional”, mais uma variante dos discursos antidemocráticos que
circulam nos dias de hoje, estruturalmente semelhante aos discursos
“identitários”, era à época uma forma de legitimar a ofensiva contra a “peste”.
(…)
O que é grave é que ele aparece de novo no actual
projecto constitucional do PSD.
(…)
O que sabemos sobre esse projecto [é que tem] uma ou
outra ideia razoável, mas muitas más.
(…)
Um
partido que aspira a governar, no seu afã de combater o actual Governo, está a
fazer uma cama em que se tem de deitar e, nessa cama, passar o seu tempo a
litigar com o Tribunal Constitucional.
(…)
Uma das ideias perigosas é exactamente essa da “justiça
intergeracional”.
(…)
A
última alínea – “reforço da dignidade na terceira idade”, numa formulação de slogan, está lá apenas por
razões cosméticas, porque o essencial está antes disfarçado em afirmações
confusas.
(…)
A
verdade nua e crua, e que muita gente não gosta de ouvir, é que ser jovem é,
sob todos os pontos de vista, melhor do que ser velho.
(…)
[Na meia idade] ser desempregado de um dia
para o outro com família constituída e receber o subsídio de desemprego por uns
meses é um drama maior.
(…)
E, se
há injustiça é a invisibilidade social da condição de velho, a que se soma a
condição terrível de ser velho e pobre, e que a sociedade, obcecada pela moda
da juventude (…) ignora por comodidade e desatenção.
(…)
E ser
velho hoje é insulto, e não é preciso ir mais longe para o ver do que as caixas
de comentários deste jornal.
(…)
Sim, há “injustiça geracional”, só que num sentido diferente
daquele que o PSD coloca nas suas propostas de revisão constitucional.
Pacheco Pereira, “Público” (sem link)
A ganância, o egoísmo e a sobranceria cegam e enlouquecem. É isto que
vemos desde a escala global à nacional.
(…)
A realidade evidencia aumento das preocupações e reduz a esperança.
(…)
Reconheço empenho sincero em alguns
responsáveis pela Cimeira e em parte dos participantes, mas as contradições são
imensas e bloqueadoras.
(…)
A iniciativa tem patrocínios e apoios de
entidades privadas predadoras diretas do ambiente e referências de um estilo de
vida demolidor.
(…)
Só caminharemos para soluções quando se
falar menos de crescimento para os que já são ricos e muito mais de distribuição
da riqueza.
(…)
O pior do capitalismo mais selvagem brota
em força por todo o lado.
(…)
Os conflitos alastram e ninguém parece
ver como se descalça a bota da guerra na Ucrânia.
(…)
Os Estados Unidos da América, potência
tida por muitos como a intérprete do Bem e da Democracia, é hoje uma sociedade
dividida entre bons e maus.
(…)
No nosso país, é hoje bem claro que não
eram as reivindicações dos partidos à Esquerda do Partido Socialista que
impediam o anterior Governo de uma governação dinâmica, justa e transformadora
nos planos económico e social.
(…)
A gula [do PS] contribuiu para
enfraquecer essas forças que catapultaram aquele partido para o poder.
(…)
Alguns governantes quase a gritar
tirem-me daqui e outros entretidos na gestão da agenda mediática, deixando os
grandes problemas sociais e económicos sem resposta.
Carvalho da Silva,
JN
A
agricultura voltada para a exportação é, sem dúvida, o principal
motivo de desflorestação no mundo, com estimativas variáveis que podem chegar
aos 90%.
(…)
Entre
as mercadorias de maior risco, contam-se a carne de bovino e derivados da
produção de gado, o óleo de palma, a soja e o cacau.
(…)
Só o consumo da UE é responsável
por até 16% da desflorestação tropical.
(…)
O reconhecimento do problema da desflorestação é grande.
(…)
Perante a ineficácia de medidas de auto autorregulação , é necessária regulamentação.
Francisco Ferreira e Ana Tapadinhas, “Público” (sem link)
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