sexta-feira, 14 de junho de 2024

CITAÇÕES (759)

 
Um espectro paira sobre a Europa: o espectro da extrema-direita.

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O copo meio vazio é o terramoto político no eixo franco-alemão. 

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Em França, depois de Le Pen ter vencido com o resultado mais alto em europeias, Macron convocou eleições para o fim do mês.

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Na Alemanha, os partidos que governam foram humilhados, com a AfD a ficar em segundo lugar, mesmo depois do cabeça de lista afirmar que “nem todos os SS eram criminosos”. 

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As forças de extrema-direita venceram em quatro países, incluindo a segunda e terceira economias europeias, França e Itália.

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Tirando Meloni, as principais lideranças políticas saem fragilizadas. 

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O grande vencedor na Alemanha, com o dobro dos votos dos sociais-democratas, foi a CDU.

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Nem três anos de políticas xenófobas dos conservadores britânicos travaram a candidatura de Farage, que já aparece com 14% nas sondagens para as próximas legislativas.

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Na Eslovénia ou na Finlândia, a entrada da extrema-direita para o poder foi-lhe nefasta. 

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Mesmo em Itália, se Meloni é a grande vencedora da noite, Salvini é o grande derrotado.

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A principal alternativa ao poder de extrema-direita começa a ser a oposição de extrema-direita. 

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A satisfação com a separação da extrema-direita em duas correntes, aproveitando a sua divisão em dois grupos no Parlamento Europeu, é outra ilusão. 

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O esbatimento das “linhas vermelhas”, com a diabolização generalizada da imigração num continente que dela precisa, vai acelerar ainda mais depois destas europeias.

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Depois de ter conquistado 32%, a União Nacional vai galvanizada às urnas contra um governo impopular [de Macron]. 

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A esquerda foi rápida a reagir ao Presidente que se transformou no buraco negro do centro político: socialistas, ecologistas, França Insubmissa e comunistas, que somaram 32% nas europeias, anunciaram, em dois dias, um acordo para uma nova “Front Populaire”. 

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Uma sondagem dava 31% à União Nacional, 28% à Frente Popular e 18% a Macron e aliados.

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Esta é a lição que a França ainda pode dar à Europa: a extrema-direita não se vence com a cedência ou o medo. Vence-se com a clareza e a alternativa.

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É em França, onde os resultados foram mais trágicos, que se vislumbra a oportunidade histórica de, unindo toda a esquerda, vencer a extrema-direita sem ser o mal menor ou ceder um milímetro.

Daniel Oliveira, “Expresso”

 

Feito o rescaldo às contas [do número de votos contados nas últimas eleições europeias], tudo mudou “poucochinho”.

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A impossibilidade democrática não está em jogar com as regras, antes em quebrá-las. 

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Para que um dia não apelide a oposição de força de bloqueio, [Montenegro] não pode deixar que o tempo perdido na pré-campanha e campanha para as europeias multiplique a sensação de que vivemos um tempo de governação cuja continuidade está permanentemente ameaçada.

Miguel Guedes, JN


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