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O copo meio vazio é o terramoto político no
eixo franco-alemão.
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Em França, depois de Le Pen ter vencido com o
resultado mais alto em europeias, Macron convocou eleições para o fim do mês.
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Na Alemanha, os partidos que governam foram
humilhados, com a AfD a ficar em segundo lugar, mesmo depois do cabeça de lista
afirmar que “nem todos os SS eram criminosos”.
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As forças de extrema-direita venceram em quatro
países, incluindo a segunda e terceira economias europeias, França e Itália.
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Tirando Meloni, as principais lideranças
políticas saem fragilizadas.
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O grande vencedor na Alemanha, com o dobro dos
votos dos sociais-democratas, foi a CDU.
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Nem três anos de políticas xenófobas dos
conservadores britânicos travaram a candidatura de Farage, que já aparece com
14% nas sondagens para as próximas legislativas.
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Na Eslovénia ou na Finlândia, a entrada da
extrema-direita para o poder foi-lhe nefasta.
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Mesmo em Itália, se Meloni é a grande vencedora
da noite, Salvini é o grande derrotado.
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A principal alternativa ao poder de
extrema-direita começa a ser a oposição de extrema-direita.
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A satisfação com a separação da extrema-direita
em duas correntes, aproveitando a sua divisão em dois grupos no Parlamento
Europeu, é outra ilusão.
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O esbatimento das “linhas vermelhas”, com a
diabolização generalizada da imigração num continente que dela precisa, vai
acelerar ainda mais depois destas europeias.
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Depois de ter conquistado 32%, a União Nacional
vai galvanizada às urnas contra um governo impopular [de Macron].
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A esquerda foi rápida a reagir ao Presidente
que se transformou no buraco negro do centro político: socialistas,
ecologistas, França Insubmissa e comunistas, que somaram 32% nas europeias,
anunciaram, em dois dias, um acordo para uma nova “Front Populaire”.
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Uma sondagem dava 31% à União Nacional, 28% à
Frente Popular e 18% a Macron e aliados.
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Esta é a lição que a França ainda pode dar à
Europa: a extrema-direita não se vence com a cedência ou o medo. Vence-se
com a clareza e a alternativa.
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É em França, onde os resultados foram mais
trágicos, que se vislumbra a oportunidade histórica de, unindo toda a esquerda,
vencer a extrema-direita sem ser o mal menor ou ceder um milímetro.
Feito o rescaldo às contas [do número de votos
contados nas últimas eleições europeias], tudo mudou “poucochinho”.
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A impossibilidade democrática não está em jogar
com as regras, antes em quebrá-las.
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Para que um dia não apelide a oposição de força
de bloqueio, [Montenegro] não pode deixar que o tempo perdido na pré-campanha e
campanha para as europeias multiplique a sensação de que vivemos um tempo de
governação cuja continuidade está permanentemente ameaçada.
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